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O novo sempre vem…

Editorial

O novo sempre vem…

Por Werno Elias Koch – Empresário, proprietário da Integrity Imobiliária e Incorporadora, Corretor de Imóveis, Perito Avaliador Imobiliário credenciado pelo CNAI e Graduando em Gestão Imobiliária.

(45) 9 9801-6307

integrityimoveis@gmail.com

 

Todas as vezes que ando pelas ruas de Marechal, me vêm duas lembranças marcantes, dois sabores de infância: o amargor da laranja apepu e o frescor do ingá, recém colhido, às margens do Arroio Fundo.
Você entenderá esta minha analogia, conforme se deixar mergulhar neste texto. Com certeza, não precisarei lhe falar onde estará intrínseca cada uma destas sensações.
Quero ressaltar também, que não tenho ambição nem intenção alguma em ter alcunha de historiador. São lembranças muitas vezes particulares e que deixarão de assim ser, caso alguém tenha vivido algo parecido.
Como na abertura de um filme, afirmo que qualquer semelhança poderá ser mera coincidência.
Vamos lá!
Nossa cidade conta belas histórias, que se multiplicam em cada coração que a habita.
Como não lembrar do Café Rainha do Sertão e o inconfundível cheirinho gostoso de café torrado que se espalhava pela cidade.
As colunas da velha estação rodoviária localizada no prédio da esquina da Maripá com a Santa Catarina.
Da antiga prefeitura e sua fachada única, toda construída em madeira e da polêmica criada quando de sua mudança para o novo prédio, onde diziam que era uma obra desnecessária e grandiosa para a época, um exagero para os padrões rondonenses.
O avanço das águas do Lago de Itaipu, cobrindo o que estivesse pela frente, fazendo desaparecer também Sete Quedas. Causando principalmente um grande êxodo, mandando famílias para terras distantes daqui.
Lembrar da vinda do Presidente Geisel, quando da inauguração da rodovia ligando Marechal com o resto do mundo. Antes disso, tantas vezes ficamos ilhados em épocas de chuva, onde o barro vermelho não deixava ninguém chegar ou ir. O progresso “parava” a poucos quilômetros daqui. Era uma terra por vezes ressentida, sentindo-se desvalorizada e esquecida.
As mudanças na iluminação pública, das árvores novas sendo plantadas nas calçadas, em destaque, as palmeiras em frente à Praça Willy Barth.
Das lojas e empresas tradicionais que já não mais existem, engolidas pelo progresso.
Dos velhos prédios de madeira, como o Bar do Pauli, onde se comprava o melhor sorvete seco da cidade, com direito a uma bexiga grátis.
O Hotel Avenida que, após mais de setenta anos, agora sendo demolido, por não ter mais condições de permanecer em pé com segurança.
A vinda do Papai Noel, em todas as noites de Dezembro, jogando balas para o público. A garotada, enlouquecida catando balas, onde as crianças mais preparadas já levavam uma estratégica sacolinha. Eu mesmo me achava um ninja. Garoto esperto era o que sabia onde o velhinho estaria no outro dia. A bala era ruim, dura que só, mas era doce, já bastava.
Da lendária Casa Gasa, de suas histórias e mistérios que sempre intrigaram a todos, crianças criativas e imaginativas então, nem se fala.
Jogar basquete na quadra descoberta onde hoje está o Centro de Eventos.
Pescar cascudo no Arroio Fundo com uma rede improvisada e depois, ao fim do dia, degustar da própria pesca, muitas vezes minguada, mas que tinha pompa de banquete na mente de um guri orgulhoso.
Das peladas de futebol na “barroca”. O apelido para o lugar fazia jus ao que era, um lugar onde havia sido retirado terra (até hoje não sei por qual motivo), mas era um espaço plano, com direito a muita terra vermelha e barro em dias de chuva. Todos de pés descalços dando bicudos sem dó do próprio dedão.
Das aventuras no matinho onde hoje existe o lago municipal e da manilha gigantesca, onde podia-se ficar em pé ou deliciar-se deitando na água que corria rala pelos pés. Diziam que era poluída, mas quem ligava para isso?
Dos desfiles de Sete de Setembro, onde as escolas disputavam para saber quem era a melhor. Em meu pensamento, a nossa escola sempre era a melhor. A batida do velho kichute no asfalto, ah, isso sim era ser durão e patriota…
Das disputas muitas vezes veladas, outras vezes declaradas entre Marechal e Toledo… o que hoje em dia seria um quase “Davi e Golias”…
Tempo, tempo, mano velho, dá um tempo vai.
Ou melhor, não pare, por favor, temos sede de coisas novas.
Pois é, quem se dispõe a contar histórias, precisa viver, respirar o lugar onde vive, e, principalmente, se despir de qualquer vaidade para entregar de coração o que sente ou o que já viveu.
O olhar sereno, olha para o passado, já o brilho deste mesmo olhar, olha para o futuro.
Cada cidadão é um tijolo na formação de uma estrutura, chamada município.
Como tantos, também respiro esta cidade, que está prestes a completar 61 anos de emancipação.
Há ainda muitas histórias para lembrar e com certeza virão mais lembranças, principalmente quando enviar este texto para ser publicado.
Pensando bem, os trinta anos nos quais estive fora daqui, caso aqui tivesse permanecido, daria uma bíblia, e, para os jovens que não gostam de textão, isso é motivo para festa.
O lado ruim da nossa atualidade, é que já não nos podemos permitir “perder tempo” lendo tanto.
Eu, que sempre fui e sou assíduo leitor, vejo de forma diferente, pois ganhamos muito com a leitura. Sempre acreditei que onde o cérebro trabalha, as pernas serão usadas também com sabedoria.
Nossa cidade não é só a representação de fotos antigas na parede, é o contraste com novas e modernas construções, juntamente com a ampliação urbana, novos bairros e loteamentos de norte a sul, leste a oeste.
Digo mais: ainda veremos o dia em que rondonenses serão vizinhos de janela dos quatropontenses.
Sou um tanto saudosista, mas como profissional do ramo imobiliário, acredito que:
Precisamos tombar o que tiver que ser tombado, saber também a hora de destombar.
Renovar o que puder ser restaurado.
Inovar o que estiver ultrapassado.
Construir onde precisar ser construído.
O novo sempre vem…
Na minha concepção, o novo é um menino ousado, que atreve-se a viver e não tem medo de errar.
O novo, necessário e oportuno, nos mostra o caminho. Há muito ainda a fazer.
Meu desejo para Marechal Cândido Rondon é que Deus continue abençoando seu povo, sua gente, seu futuro…
Dando vida humana a este município, digo assim: Saiba, querida cidade que, assim como eu, há muitos filhos teus torcendo e trabalhando por ti, tantos outros vindos de incontáveis lugares do mundo, querendo aqui construir e fazer acontecer, sem esquecer de teu passado, tua linda história. Apenas queremos deixar guardado em nossa memória o que é para ser guardado e colocar em prática o que é necessário.
Parabéns, a todos os rondonenses de coração!

http://integrityimoveis.com.br/

 

Editorial
Kelli Cristina Scherer e Leomar André Thiel - Diretores da Revista Paz

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