2020: um ano perdido na educação?

Por Letícia Schach – Coordenadora de Tecnologias Educacionais

Mestre na área de Tecnologias e Formação de Professores

Quem diria, no início da pandemia, que as escolas ainda estariam trabalhando remotamente? Quem imaginou que educadores e alunos viveriam o ano inteiro completamente mediado por tecnologias? Há perdas, sim, mas 2020 não é um ano perdido. Entre os ganhos, o avanço na área de tecnologias educacionais tem sido uma grata surpresa.

Mais do que só usar ferramentas digitais, a escola tem hoje entre seus focos preparar os alunos para habilidades contemporâneas, distintas das que conhecíamos: ser criativo e crítico, saber gerenciar problemas, criar soluções inovadoras, protagonizar seu aprendizado… além dessas, trabalhar de forma colaborativa é uma das habilidades não só requisitadas pela BNCC, mas também extremamente necessária.

Você já deve ter percebido que a colaboratividade está presente no nosso dia a dia há tempos, afinal não é de hoje que você pode criar uma playlist com amigos no Spotify, produzir um texto em conjunto no Wikipedia, organizar um evento em grupo no Trello ou emitir alertas a outros usuários do Waze ou Maps.

Nas escolas, neste ano atípico, evoluiu-se muito no desenvolvimento dessa habilidade. É usual, por exemplo, participar de uma sala de aula virtual do Teams ou Classroom, onde todos interagem postando ou comentando, colaborando assim para a construção das aulas. Conhecimentos prévios são ativados em grupo, à distância, por meio de aplicativos como o Mentimeter, assim como é frequente fazer um trabalho com colegas na nuvem, com a produção do texto no Docs e o compartilhamento de arquivos no drive. Tudo isso tem contribuído para a habilidade de colaboração nos alunos, que assim estão vivenciando na escola, sem perdas, o mundo que aí está.