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“Agora somos cinco!”

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“Agora somos cinco!”

Você já pensou em cerca 30 dias, mais do que duplicar a sua família? É isso mesmo: de duas, para cinco pessoas! Que bênção! Conheça a história de um querido casal que adotou três crianças recentemente e hoje formam uma linda família! Que esse amor que vem do Senhor também invada o seu coração nesta época em que celebramos o fim de mais um ano! Seja edificado:

Scheila (29) e Oséias Krieger (33), são empresários e moram em Nova Santa Rosa. Se conheceram na faculdade, em 2010 e em 22/12/2012, se casaram. Cerca de cinco anos depois, decidiram ter filhos. Mas, nem tudo foi como o planejado. “Depois de um ano de tentativas frustradas, buscamos ajuda. Descobrimos que tive uma inflamação na trompa e ovários policísticos, o que pode atrapalhar, mas não impossibilitar uma gestação. No caso, esses não foram os principais fatores. O que nos deixou sem chão é que descobrimos não existirem ‘filhotinhos’ o suficiente para gerar uma gravidez”, explica Scheila.

Eles acreditam que toda a medicina está à disposição para ajudar, pois o conhecimento dos médicos vem de Deus. Mas, nunca tentaram algum tratamento específico. “Não nos víamos fazendo algum tipo de fertilização ou tratamento para engravidar, nunca nem tentamos. Então, chegaram os três anos mais sem cor e vida que vivemos. Apesar de ter muita cor porque viajamos, conhecemos lugares e pessoas novas e muito cheia de vida, porque onde quer fôssemos, havia muita criança ao redor brincando, chegando e nascendo. Mas, não estávamos completos. O Oséias já tinha se decidido pela adoção, mas eu ainda acreditava que iria acontecer alguma coisa, pensava que seria uma ‘Ana’ (personagem bíblica) da vida… não imaginava que teria uma ‘Ana’lice (no decorrer da reportagem, você vai entender hehe). Lutei e relutei muito, mas creio que o que for pra ser será e será na hora certa”, destaca Scheila.

 

“Não podemos ter filhos biológicos, mas somos escolhidos de Deus”

O casal acredita que sua missão só teve um início diferente. “Família é tudo igual (só que a nossa é mais legal, sempre brincamos). Tem uma música em alemão, que parece gospel, que diz ‘Lass los, dann hast du zwei hände frei’. Que quer dizer: ‘Deixe ir, então, tu tens duas mãos livres’. Começamos a pensar diferente, que a vida não é só sobre ter filhos, existe uma infinidade de coisas legais pra fazer e descobrir. O Oséias tinha uma consulta marcada com um especialista e um dia antes, a secretária ligou pra avisar que o médico quebrou o braço. Aí me deu aquele clique! Pensei: como assim, um médico quebra o braço bem nesse dia? (Só pode ser Deus querendo me avisar alguma coisa e não estou entendendo). Ainda mais comecei a buscar respostas… ‘oh Deus, sei que sou pequena aqui, mas Tu não tá vendo eu aqui não?’ Um dia pensei: Jesus foi ‘adotado’ por José, Deus enviou seu único filho para o mundo, para que através da morte e ressureição de Jesus, Deus pudesse nos adotar, então, se cremos, somos todos filhos. Quando pensei nisso, não vi mais nenhum empecilho em adotar e combinamos assim: vamos entrar com o processo de adoção porque isso pode demorar, aí vamos descobrir o mundo enquanto esperamos (só que não). Combinamos isso acho que lá por setembro, outubro… ou pode ser agosto de Deus (não lembro hehe), mas depois de muita enrolação, em fevereiro de 2020, fomos com uma pastinha cheia de documentos para a Vara da Família, no Fórum de Marechal Cândido Rondon. Algum tempo depois, veio a assistente social nos fazer uma visita; em maio, fizemos um curso preparatório e em 23 de novembro, a entrevista com a psicóloga. Tudo certo, dentro do padrão! Nosso perfil ficou: duas crianças de até 6 anos e 11 meses, não importando o sexo, mas que aceitaríamos até três em caso de serem irmãos inseparáveis”, relata Scheila.

 

“Positivo”

O casal conta que em 07/12/2020, chegou o “resultado positivo”, o dia da sentença do juiz: duas páginas de letras miúdas e difíceis de ler. “Então era só aguardar na fila de espera. No início de junho, recebemos uma ligação nos deixando muito surpresos: três irmãos aptos para adoção, sendo dois meninos e uma menina, porém a mais velha tinha oito anos (idade acima do nosso perfil). Pablo Davi (3), Adrian Eduardo (5) e Analice Rebeca (8). A mais velha quase nos fez desistir, porque pensamos que ela traria muitos desafios (como se os outros não tivessem desafios, né?). Nos deram tempo para pensar e dar uma resposta. Fomos dormir (quase não dormimos) e já no dia seguinte, retornamos a ligação para avisar que queríamos conhecer as crianças, ou seja, seriam os nossos filhos! A psicóloga do Fórum nos mostrou uma foto deles: foi como o primeiro ultrassom! A partir dessa confirmação, não tinha mais volta, porque as crianças seriam avisadas que existia o pai e a mãe. Combinamos uma chamada de vídeo com a psicóloga do Lar onde as crianças estavam, para falar sobre o histórico e um pouco sobre como elas eram e tudo mais. Aí veio a surpresa: depois de uma longa conversa, chamaram as crianças para nos vermos pela primeira vez. Foi rapidinho… os três já não se aguentavam de ansiedade e foi uma alegria geral! Lembro deles entrarem gritando, vibrando e chamando: ‘Pai, mãe, que horas vocês chegam? Já estamos prontos’! (Aguenta coração). Dias depois, tivemos a primeira chamada de vídeo exclusiva com eles, onde conversamos bastante. Então conseguimos juntos com a equipe técnica do Lar explicar que seria um pouco diferente o nosso caso: geralmente, os pais buscam as crianças em um final de semana, por exemplo, e levam de volta para o abrigo na segunda; como nós moramos longe, o dia em que a gente chegasse no Lar, seria pra vir pra casa de vez! Tivemos várias chamadas de vídeo, que foi o nosso processo de aproximação. E finalmente, em 06 de julho, fomos para São José dos Pinhais conhecer pessoalmente e trazer para casa os nossos pequenos. E o que a gente imaginava que seria problema, ficou só na imaginação! Hoje as coisas são muito pelo contrário: Analice agora tem um desafio de conseguir ler e somar, porque quer ir junto com o pai trabalhar na nossa Floricultura. O Adrian foi o primeiro a ganhar a bicicleta, e nós pais, estávamos lá pra ver ele levando os primeiros tombos com a bicicleta que é única e exclusivamente dele; e o menor, o Pablo, quando vê a placa de ‘Pare’ se acha ‘o cara’, porque quando vê a letra P pensa que é o nome dele que tá escrito”, relatam emocionados.

 

Um misto de sentimentos…

Oséias e Scheila destacam que a sensação de ver e saber que eles são seus filhos é única, indescritível, um misto de sentimentos. “Quando decidimos adotá-los, sentimos muita alegria de saber que eles iriam chegar em casa, tristeza de saber que estavam longe se virando sem pai e mãe…  ficamos eufóricos: vamos viajar pra buscá-los! Tivemos preocupação, porque em 30 dias não se consegue arrumar muita coisa, não é o mesmo que esperar 9 meses e se preparar pra isso. Pensamos que aquela emoção é a cor e a alegria voltando a nossa vida. São crianças completamente saudáveis, como a equipe técnica do Lar já dizia: ‘são crianças felizes, estão aqui porque esperam os pais’. Os meninos eram muito pequenos, não têm lembranças de antes de chegar no Lar que foram acolhidos por quase dois anos, e antes disso estavam em uma família acolhedora; a Analice lembra de alguns acontecimentos, principalmente dos piores episódios. Inclusive, coisas que ela agradece bastante em suas orações, é que agora ela tem uma cama quentinha pra dormir e que pode ir cheirosa e com roupa limpa para a escola; não sabemos e nunca saberemos tudo o que passaram, mas perceber que ela agradece por coisas simples, é um sinal que ela não tinha isso”, relatam.

Scheila explica que decidiram pela adoção e mergulharam de cabeça na ideia. “Com as crianças, parece que estamos nos conhecendo de novo como casal e família! Tem coisas que fazemos por eles que nunca imaginávamos! Filhos transformam a casa, até os móveis parece que dão risada: vou olhar mais de perto e vejo que é um rabisco de giz, dou risada junto com o armário e está tudo certo! É uma fase que passa muito rápido; as crianças aprendem facilmente coisas novas. No começo, foi bem difícil: nos primeiros dias nem pra loja conseguíamos ir! Eles estavam de férias escolares, e assim que iriam começar as aulas, positivamos para Covid-19, então foram três semanas bem malucas, dias em que a nossa vida estava literalmente de ponta cabeça, mas quando incluímos rotina, hora de dormir principalmente, ficou muito mais fácil. Eles crescem e um dia vão embora, e de tudo isso só vão restar saudades”, enfatiza.

 

Filhos que Deus mandou

Desde o primeiro dia, já na primeira ligação, Scheila e Oséias perceberam que os três são seus filhos! “Convivendo com eles, temos certeza que são nossos filhos. Não vi criança igual a Analice: esperta, fala muuuito e é teimosa, xerox idêntico do pai. Adrian é inteligente, sistemático e esquecido, puxou pra mãe. E o Pablo é uma mistura dos pais: fala bastante, absorve tudo que acontece ao redor, é esperto e sabe usar isso a favor dele. O nosso maior desejo é que eles andem sempre nos caminhos do Senhor, como diz em Josué 1:7b ‘Não se desvie dela, nem para a direita nem para a esquerda, para que você seja bem sucedido por onde quer que andar’. Eles estavam abrigados em um Lar católico; a Analice conta que ia junto com as irmãs nas missas, ela tem mais facilidade em fazer oração, porque já teve essas influências. Os meninos não tinham muita ideia de quem é Jesus e como os dois gostam de super heróis, aproveitamos pra ensinar que o herói mais poderoso de todos é Jesus, porque Ele é Filho de Deus; então Pablo perguntou: ‘Mas qual é o poder Dele?’ Respondemos que Ele pode qualquer coisa: transformou água em vinho, ressuscitou um homem que estava morto há 4 dias, e Ele que trouxe você, a Analice e o Adrian pra casa. E assim, aos poucos, vamos ensinando a Palavra do Senhor a eles”, ressaltam.

 

Expectativa x Realidade?

Perguntados na entrevista sobre as expectativas que tinham em adotar e a realidade vivenciada, o casal destaca que a realidade com certeza traz mais adrenalina, mas o que tem acontecido está dentro do esperado, com uma pitada a mais de brinquedos espalhados pela casa, um tantinho a mais de roupa a ser lavada e um tal de Galinha Pintadinha, 3 Palavrinhas, let it go (Lerigouuuuu) e por aí vai, brincam! “Sentimos bastante que Deus está ao nosso redor, ‘por dentro, no alto e embaixo’, o que ficou ainda mais legal a partir de quando conseguimos começar os ‘cultinhos’ em casa: nosso momento de cantar musiquinhas da escola bíblica, conversar sobre o dia, fazer a leitura da Bíblia e cada um falar com o Papai do Céu, como diz o Pablo, agradecendo, por pelo menos uma coisa que o deixou feliz naquele dia. É bem legal ver a capacidade deles falando coisas pra Deus”, destacam.

 

Confie e descanse

Eles acreditam que Deus entende nossos questionamentos, medos e dúvidas, mas se isso nos impedir de confiar no Seu poder, perdemos a paz, e as bênçãos prometidas. Eles deixam uma mensagem especial para os casais que pensam em adotar: “Mordecai adotou sua prima Ester, Moisés foi adotado também, José adotou Jesus, e como está em Efésios 1:5 ‘Deus já havia resolvido que nos tornaria seus filhos, por meio de Jesus Cristo, pois este era o Seu prazer e a Sua vontade’. Para aqueles casais que pensam em adotar, e claro, às vezes, ficam muito inseguros pensando que não vai dar certo ou o que as outras pessoas vão pensar sobre isso, como vão reagir mediante essa questão, que as crianças vão ser ‘ruins’, que não vai dar certo porque vão vir com lembranças e não vai ter como mudar mais, que o processo é muito burocrático, se tá difícil pra nós adultos, imagine para os pequenos… apenas deem uma chance para essas crianças que as suas ideias vão mudar! Talvez não seja da noite pro dia, mas com muito amor, carinho e confiando em Deus tudo vai dar certo. Deus é tão perfeito na Sua obra, em cada detalhe da Criação, Ele tem um plano, cada segundo da sua vida Deus já sabe, foi Ele quem escreveu, e como em cena de filme Ele te diz: ‘Confia, meu filho, fica gelo, Eu tenho um plano’. Confie e descanse, que da tua vida, Deus cuida”, finalizam.

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