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Amamentar: um ato de amor!

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Amamentar: um ato de amor!

No mês de maio, comemora-se o Dia das Mães, uma data muito especial para homenagear essas mulheres com um dom tão lindo que Deus proporcionou. Para destacar a data, a Revista Paz traz uma reportagem sobre o aleitamento materno, afinal, é o primeiro (e mais completo e maravilhoso) alimento que o bebê pode ter acesso. Leia e seja edificado.

 

Aleitamento materno: por que ele é tão importante?

De acordo com a pediatra Andréia Carpenedo Rheinheimer Wasem, o leite materno é a alimentação ideal para todo bebê. Devido a sua composição de nutrientes, é considerado um alimento completo para garantir o crescimento e desenvolvimento saudável. Possui substâncias que não são encontradas em nenhum outro leite; e por ser rico em anticorpos que protegem contra infecções, é a primeira “vacina” do bebê. “O leite de cada mãe tem características únicas, que se ajustam às diferentes necessidades do seu filho, para satisfazer perfeitamente as necessidades nutricionais e de defesa do bebê. A Organização Mundial de Saúde e o Ministério da Saúde recomendam que os bebês sejam amamentados exclusivamente com o leite materno até os seis meses de idade. Depois desse período, o bebê deve começar a receber alimentação complementar saudável juntamente com o aleitamento materno, que deve ser mantido até os 2 anos ou mais”, ressalta.

Andreia explica que, apesar de ser natural, traz muitas dúvidas, e a informação de qualidade é fundamental, além das orientações e acompanhamento do pediatra e de toda equipe multidisciplinar, pois existem muitos fatores que podem influenciar no sucesso da amamentação. “Naturalmente, durante a gravidez, o corpo já se modifica para essa função. Por isso, atualmente não se recomenda, por exemplo, uso de buchas ou tecidos ásperos nas mamas. É muito importante que a primeira mamada se dê na primeira hora de vida do bebê. Esta é a atual recomendação, ou seja, que o recém-nascido seja estimulado a mamar o mais cedo possível, preferencialmente logo após o parto, se a mãe e o bebê estiverem em boas condições. Ter conhecimento de onde procurar ajuda é essencial. Por isso, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomenda uma consulta com o pediatra durante o Pré-natal, além do acompanhamento pela equipe multidisciplinar sempre que necessário, por exemplo: equipe da enfermagem, osteopatia, fonoaudiologia, odontopediatra, consultoria de amamentação. Também é preciso entender que o estado psicológico da mãe pode influenciar a produção de leite, reforçando a importância da orientação adequada; com muita cautela nos conselhos que chegam de toda parte”, destaca.

 

Existe leite fraco?

“Não existe leite fraco. Toda mãe produz um bom leite. O leite materno tem todas as substâncias na quantidade certa que o bebê precisa para crescer de forma saudável. Nem sempre que o bebê chora é porque está com fome. Ele pode estar com cólica, frio ou calor, molhado, ou simplesmente querendo colo (aconchego). Lembre-se de que o choro é a única forma de o bebê se comunicar nos primeiros meses de vida. O importante é que ele esteja crescendo bem, o que pode ser verificado pelos gráficos na Caderneta da Criança durante as consultas de rotina. Em geral, um bebê em aleitamento materno exclusivo mama de 8 a 12 vezes ao dia. Esse é um comportamento normal, não é um sinal de fome do bebê, de leite fraco ou de pouco leite. É importante oferecer os dois seios em cada mamada. Assim o bebê tem a oportunidade de esvaziar bem as duas mamas, o que é importante para a mãe produzir mais leite. Não oferecer chupeta, pois o bebê pode não sentir segurança quando levado ao seio após sugar de outras formas”, ressalta a dra Andreia.

 

Quem não pode amamentar?

A pediatra explica que na imensa maioria das vezes, não há nenhuma contraindicação para uma mãe amamentar. As restrições, quando existem, podem ser definitivas ou temporárias. “Mulheres infectadas com os vírus HIV (vírus da Aids) ou HTLV (vírus que afeta a imunidade das pessoas) não devem amamentar, pois existe o risco desses vírus serem transmitidos para a criança pelo leite materno. Em relação às vacinas, somente a vacina de febre amarela, em mães que estejam amamentando crianças abaixo de seis meses de vida, tem como recomendação a suspensão do aleitamento materno por dez dias. São poucos os medicamentos usados pela mãe que impedem a amamentação, entre eles, por exemplo, os usados na quimioterapia. Mas para a maioria dos remédios, não há problema, mesmo para os antibióticos e os antidepressivos. A mulher deve consultar um profissional de saúde sempre que precisar ser medicada. Mães que sejam usuárias regulares de drogas ilícitas (maconha, cocaína, crack, anfetamina, ecstasy e outras) não devem amamentar seus filhos enquanto estiverem fazendo uso dessas substâncias”, ressalta.

“Um bebê que mama tem gosto de mãe, cheiro de mãe, calor de mãe, carinho de mãe. Os benefícios da amamentação são inúmeros! E, mesmo para as mães que, por algum motivo, precisam utilizar fórmulas infantis, é essencial ter a orientação e acompanhamento do pediatra”, finaliza a dra. Andreia.

 

Doação de leite materno: um ato de amor!

Um dos projetos que é colocado em prática em Marechal Cândido Rondon, visando a doação de leite materno, é o Projeto Nutriz, que iniciou em julho de 2019, idealizado e supervisionado pela enfermeira Alexandra Mendonça, da Estratégia Saúde da Família do bairro Botafogo e coordenado pelas agentes comunitárias de saúde Andiara Peixoto e Angélica Bayer. Surgiu quando a equipe acompanhou a vivência de uma adolescente que teve bebê e não tinha leite suficiente para alimentá-lo na UTI. “No início, contamos com doações de ordenhas da própria equipe do Botafogo e algumas pessoas/amigos que acreditaram na ideia. Após a elaboração do Projeto, foi realizada visita técnica ao Banco de Leite Humano do Hospital Bom Jesus de Toledo, onde as agentes comunitárias puderam vivenciar e aprender mais sobre o processo de recolha, pasteurização e distribuição do leite humano”, explicam Andiara e Angélica.

Quando a gestante faz seu pré-natal pelo Sistema Único de Saúde (SUS), ao nascer o bebê, a unidade faz visita até o 5º dia de vida, oportunidade em que a mãe pode doar o seu leite, porém toda puérpera que tenha vontade de doar pode entrar em contato com a Unidade de Saúde mais próxima, que será agendada uma visita e receberá todo o material necessário para a doação. “A doação de leite materno é importante porque ajuda a salvar vidas de bebês que não podem ser amamentados pelas suas mães”, explicam.

 

Benefícios para a criança 

– Proteção contra diarreias, infecções respiratórias e alergias

– Reduz o risco de desenvolver hipertensão, colesterol alto, diabetes e obesidade na vida adulta

– Favorece o desenvolvimento cognitivo e o desenvolvimento da face e da fala

– Tem mais chances de recuperação

Benefícios para a mãe 

– Reduz os riscos de hemorragia no pós-parto

– Diminui as chances de desenvolver câncer de mama, ovários e colo do útero no futuro

– Fortalece o vínculo entre mãe e filho

Doação de leite materno

– O leite doado é oferecido a bebês hospitalizados, geralmente aqueles que nasceram prematuros e com baixo peso

– Um pote de leite humano pode alimentar até dez bebês prematuros ou de baixo peso por dia

– A doação de leite materno é um gesto que salva vidas

 

“Vida para uma criança”

Andiara e Angélica contam que mais de 300 mulheres já passaram pelo Projeto. A distribuição é feita pelo banco do leite em toda a 20ª Regional de Saúde, podendo chegar em outras regionais quando solicitado. “Doar leite materno é realmente um ato de amor ao próximo, um ato de salvar vidas. O ato solidário de doar leite materno significa vida para uma criança. Se você está amamentando, seja mais uma doadora e ajude a ajudar quem precisa. Qualquer quantidade de leite doado é importante, não existe pouco”, finalizam.

 

Quem viveu na pele…

Em agosto de 2021, a família de Diego Armando Sanders contraiu COVID-19. Para ele, não foi muito forte, mas para a esposa Lucimara Samara Umeres, que estava grávida (faltando uma semana para a data do nascimento do Kalleb), foi ficando cada vez mais difícil, pois o seu nível de saturação caía constantemente. “Foi então que os médicos decidiram realizar uma cesárea para conseguir tratar a Lu com medicamentos mais fortes. E aconteceu tudo muito rápido: fui pra casa, peguei a bolsa que havíamos preparado para a maternidade, e com a ajuda e companhia dos meus pastores, fui a Toledo no Hospital bom Jesus, para onde ela foi transferida. Quando cheguei no hospital, ainda consegui vê-la antes da cirurgia. Conversamos por um breve momento e ela me pediu com dificuldade que cuidasse das nossas crianças. Uma hora depois, a cirurgia já tinha acabado e o Kalleb estava no quarto comigo. E a Lu na UTI. Dois dias depois, após alguns exames que constataram que nem eu e nem meu filho estávamos com COVID, fomos liberados e ela seguiu na UTI. 21 dias após a cesárea, a Lucimara faleceu, pois contraiu uma infecção hospitalar, que gerou uma pneumonia”, relata emocionado.

No primeiro mês do Kalleb, foi muito complicado, pois foi dado apenas fórmula e ele ficava com muitas cólicas. “Mas, um dia a nossa assistente social me perguntou se eu conhecia o projeto do leite materno e então fui atrás e começamos a receber. Íamos duas vezes por mês a Toledo buscar o leite. E recebemos até os 8 meses do Kalleb. Foi muito bom, pois foi nítida a diferença que o leite fazia para ele. Começou a ganhar peso e tamanho, ficou mais forte e se desenvolveu bem rápido. Sei que sem o leite seria muito difícil para ele, porque ele não se adaptava a nenhuma fórmula, e depois do leite não teve mais cólicas e conseguia dormir bem”, destaca.

 

O coração alegre de quem doou…

Natalia Thais Muller conta que um dos motivos que a tornou doadora foi pelo fato que, em sua primeira gestação ter tido bastante leite, e na época o projeto ainda não existia e ela acabava descartando o leite, pois para levar até o hospital era muito difícil. “Na segunda gestação, conheci o projeto através de uma colega de serviço que também foi doadora e tive a oportunidade e o privilégio de fazer parte da vida de muitos bebês. O fato de conseguir doar tantos potes por semana, que além de conseguir alimentar minha filha estava conseguindo ajudar muitas outras mães que não tiveram esse privilégio, foi algo muito feliz. Gostaria de deixar minha gratidão às meninas do Projeto Nutriz que sempre estiveram à disposição para qualquer necessidade”, destaca.

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