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Esposa de pastor: mais que uma união… uma missão!

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Esposa de pastor: mais que uma união… uma missão!

No primeiro domingo de março, celebra-se o Dia da Esposa do Pastor, criado para homenagear essas mulheres que têm sido submissas à vontade de Deus e incansáveis na execução de suas tarefas juntamente com seu esposo.

Em comemoração a essa data e também ao Dia Internacional da Mulher (08 de março), a Revista Paz traz uma reportagem especial com três queridas entrevistadas, relatando sobre a bênção de servir nas igrejas, juntamente com suas famílias, em tão nobre missão.

Leia e seja edificado:

 

“O amor a Jesus veio por primeiro”

Dulce Ullmann de Oliveira, 49 anos, natural de Panambi (RS), é esposa do pastor Adelson de Oliveira, da Igreja de Deus – Comunidade Emanuel, de Marechal Cândido Rondon. Mora aqui há 17 anos. Na igreja, atua como pastora junto à equipe pastoral. É professora concursada no município. “Conheci a Jesus aos 15 anos num encontro de Jovens em Marechal Cândido Rondon. Conheci meu esposo no ano de 1990, onde ele estava se preparando para o ministério, num encontro de jovens em Curitiba, no Instituto Teológico Boa Terra. Nos casamos em 1994, em Panambi, no tempo de seu estágio pastoral. Recebi meu chamado quando ainda adolescente/jovem e aos 20 anos, fui para Curitiba me preparar para o ministério, onde fiquei por dois anos no Instituto Teológico Boa Terra”, explica.

Dulce e Adelson são casados há 26 anos e tem duas filhas: Quezia Laryssa (19) e Deborah Kimberly (11). “Entendo que o amor a Jesus veio por primeiro e Ele foi acrescentando as demais coisas em minha vida, como também meu esposo e minhas filhas, que são bênção e herança do Senhor. Quando decidimos nos casar, já sabia do seu chamado para o ministério e sabia que também estaria incluída neste projeto de Deus para as nossas vidas. Já observava a minha pastora e também as demais e tinha uma grande admiração pelo trabalho e ministério de cada uma, como ainda admiro. Deus, através do Espírito Santo, estava trabalhando em mim para que eu pudesse servir a Ele nesse grande ministério, tendo elas como exemplo. No início, trabalhei no ministério infantil, onde me realizei muito, pois gostava de ensinar as crianças sobre a Palavra de Deus; depois trabalhei muitos anos com juniores e adolescentes, como também sempre estive envolvida com o ministério de visitação e aconselhamento e demais atividades realizadas na igreja”, destaca.

Em relação à igreja, Dulce explica que os membros respeitam e colaboram como também cooperam e correspondem para ajudar a servir no Reino. “Sempre vamos encontrar dificuldades em algumas situações, mas Deus sempre tem levantado pessoas para apoiar e se colocar à disposição. Agradeço a Deus por essas pessoas que têm um coração de servo”, enfatiza.

 

Submissão a Deus

Sobre a questão do fato do pastor ter o cargo e a esposa servir de forma voluntária, Dulce destaca que a Palavra de Deus nos ensina que o marido, independente do cargo que ocupa, é o sacerdote do lar. “Não tenho dificuldades em relação a isso, pois entendo que nós, mulheres, somos suas auxiliadoras e tenho prazer e alegria em servir e colaborar com o ministério e no mesmo. Entendo que Deus criou o ser humano, ambos, homem e mulher, para exercerem funções que honrem e glorifiquem a Ele. Então existo para tal e ambos apoiamos um ao outro, buscando sermos submissos a Deus, respeitando e valorizando um ao outro. Tenho entendido, ao longo dos anos, que podemos fazer planos, mas quem dá a última palavra é Deus, por isso tenho a plena confiança que Deus sempre tem o melhor para nós, seus filhos, e a nós basta obedecermos a Ele”, explica.

 

Mulheres fortes no Senhor!

Dulce acredita ser muito importante a atuação das mulheres no ministério e de grande valor, pois Deus, através do Espírito Santo, chama quem Ele quer, tanto homem como mulher, afinal Ele não faz acepção de pessoas e tem como objetivo cumprir a Sua Palavra, usando quem Ele quer. “Tanto o homem como a mulher, deixando serem usados, serão grandes instrumentos nas mãos de Deus para essa obra poderosa e sobrenatural, salvação de vida. Ao longo da história do cristianismo temos visto assim, homens e mulheres, sendo usados por Deus e tendo resultados maravilhosos”, enfatiza.

Ela deixa recados especiais para as mulheres que têm em seus corações o fervor de cooperarem na obra do Senhor: “Aconselho que permaneçam firmes no propósito de Deus para as suas vidas, sendo fiéis em seus ministérios e trabalhos que realizam na igreja. Aconselho vida de oração, humildade, consagração e intimidade com a pessoa do Espírito Santo. Aconselho estudo profundo na Palavra e em cursos retendo o que é bom. Nunca se esquecerem que Deus é atual e mantém a Sua Palavra viva, usando cada uma de nós como Ele quer, onde Ele quer e na hora que Ele quer”, finaliza.

 

“Viver os planos de Deus”

Aline Cristiane Hitz Hort, 37 anos, é natural de Marechal Cândido Rondon e morou até os 20 anos na cidade vizinha de Nova Santa Rosa. É casada com o pastor Isaí Marcelo Hort, da Igreja de Deus no Brasil – Ecos da Liberdade. “Acredito que o amor a Jesus de certa forma nos uniu; nós dois amávamos a Jesus antes de nos conhecermos. Me converti quando adolescente e sempre fui ativa na igreja com a música e tudo que poderia ajudar. No começo do nosso relacionamento, éramos dois jovens, com planos e dúvidas sobre futuro, existia muitas coisas para Jesus mudar em nossas vidas, mas tudo isso faz parte do crescimento de cada ser humano. Nos conhecemos através das aulas de piano: vinha fazer as aulas aqui em Rondon e a irmã do Isaí era minha professora. Tanto ele como eu, tínhamos 16 anos. Ficamos 2 anos namorando e um pouco antes dele completar 18 anos, foi estudar na Alemanha e eu iria também assim que tivesse tudo o que precisava. Aconteceu que nesse tempo, Isaí terminou comigo e seguimos a vida durante dois anos separados e sem contato. Nesse tempo, passei 6 meses na Suíça e quando retornei, iniciei a faculdade de Pedagogia. Certo dia, recebi uma ligação: era ele. Isaí estava me ligando depois de dois anos sem ouvir a sua voz. Ele queria me encontrar pessoalmente para pedir desculpas e ver como eu estava, afinal ele havia terminado por e-mail naquela época. No nosso reencontro, sentimos que era para tudo ter acontecido daquela maneira. Logo notamos que ambos tínhamos amadurecido. Os dois anos separados não foram fáceis pra mim, mesmo tendo visitado lugares lindos, estar cursando a faculdade que sempre sonhava, tudo era algo que eu queria fazer e vejo que Deus permitiu que eu sonhasse por um tempo, até encontrar meu amor novamente. Agora porém, com outras experiências e outra visão da vida e do futuro. Não demorou muito para estarmos juntos novamente e ele me pedir em casamento. Em 4 meses, organizei o casamento sozinha, pois ele teve que voltar para continuar os estudos na Alemanha. Tranquei a faculdade e me preparei para viver os planos de Deus junto ao meu amado”, relembra.

Aline destaca que viram ali o quanto Deus trabalhou em suas vidas, mostrando um caminho lindo, onde tudo tem o seu tempo e propósito. “Estudamos juntos durante 3 anos no seminário na Alemanha, em Fritzlar; fizemos também quase 2 anos de estágio na Suíça, em Zurique. Nossa primeira filha nasceu na Alemanha. Sarah está com 14 anos, Nicolle tem 11 e Lena, 6. Ao que tudo indica, teremos nossa quarta menina entre final de março e início de abril. Esse ano, completaremos 18 anos de casados e é lindo ver a mão de Deus sobre nosso casamento, nossas filhas e nosso ministério. Deus sempre foi fiel para dirigir cada passo nosso, nos abençoando e nos mostrando caminhos ainda mais lindos do que nós poderíamos planejar”, relata.

 

Grandes responsabilidades

Aline explica que sabia que ser esposa de pastor exigia grande responsabilidade. “No começo, tive medo sim. Medo de não ser suficiente ou não conseguir corresponder àquilo que as pessoas imaginavam. Muitos olham para os outros e pensam que poderiam ser mais e porque seria diferente comigo como esposa de pastor? Mas, Deus foi cuidando muito bem do meu coração. Muitas mulheres talvez pensam que ser esposa de pastor é como viver atrás de uma sombra. Ouvia por muitas vezes aquela frase típica ‘ah, você é esposa do pastor’. Parece estranho de repente perder a identidade. Porém, como falei do cuidado de Deus, Ele me deu uma nova identidade. Talvez alguns não me conhecem pelo nome, porque não estou no púlpito falando aos domingos. Isso não me incomoda, afinal eu sei quem eu sou em Jesus Cristo. Eu sei qual é o meu chamado como mulher, esposa e mãe de minhas filhas”, explica.

Ela acompanha, juntamente do marido, o trabalho com jovens, casais, pequenos grupos e dirigem os ensaios do conjunto Ecos da Liberdade. “Tenho um grupo musical à parte, chamamos de vocal feminino, onde lidero os ensaios e apresentações. Sou coordenadora responsável pelo trabalho com as crianças, juntamente com a pastora Rita, a esposa do Pastor Christian, nossos colegas de ministério. Temos encontros semanais com as crianças de 2 a 12 anos pelos domingos de manhã e aos domingos à noite, fazemos classes para as crianças de 2 a 6 anos de idade, durante nossa programação com a igreja. Isso em tempos sem restrições da pandemia. Trabalho com as mulheres da igreja e recentemente, Rita e eu iniciamos um curso maravilhoso chamado Experiência do Lar, foi uma grande bênção”, destaca.

Aline comenta que nunca imaginaria que seria tão gratificante trabalhar numa igreja como a sua. “Temos muitas pessoas sempre dispostas a nos auxiliar. Realmente temos muita gente que sonha junto. Nossa tarefa é treinar e desafiar sempre pessoas novas a se envolverem, crescerem com seus dons, descobrí-los e usá-los como acontece em todas as outras igrejas. Vejo que o envolvimento de cada um é importante e torna o trabalho dinâmico”, explica.

 

Trabalho essencial

Em 2 Coríntios 13:11 lemos “Vivam em harmonia e paz. Então o Deus de amor e paz estará com vocês”.  “Como eu me vejo hoje? Como sua auxiliar sim, não tenho nenhum problema com isso, vejo como grande privilégio ser sua companheira, conselheira e amiga, porque temos um Deus de amor que nos une. E isso é mais forte e mais importante do que qualquer outra coisa. Da mesma maneira que meu marido é servo, eu também sou. Tenho certeza que formamos uma equipe muito boa, cada um no seu lugar e com seus dons e chamados. Temos uma ótima integração e sonhamos juntos em cada ministério por Deus confiado. Meu papel ao lado do meu marido é essencial e faz grande diferença no nosso ministério. Isso é mais importante do que ficar colocando em balanças e vendo as medidas. Trabalhar na nossa igreja tem sido realmente algo maravilhoso, encontramos um lugar para amar e servir juntos. Que grande privilégio! Vemos tanto o ministério do Isaí como o meu como nosso ministério e entregamos sempre nas mãos de Deus, pedindo direção do alto. Porém, como ser humano, única e planejada pelo Criador, preciso estar antes de tudo conectada com Ele, entregando meus anseios, medos, alegrias aos pés Dele, pedindo sempre Sua orientação”, enfatiza.

 

Atuação feminina

Comentando sobre a atuação das mulheres, Aline vê cada vez mais a importância da atuação feminina em cada ministério que tem na igreja. “Nós, mulheres, temos uma visão e sentimos de forma diferente dos homens em alguns aspectos; essa integração traz equilíbrio, torna os ministérios dinâmicos e enriquece sempre. Por vezes nos questionamos e sentimos medo de ser aquilo que Deus está sonhando com nossas vidas. A partir do momento em que vivemos aquilo que Deus tem para nós, iremos viver em plenitude. A graça de Deus nos acompanha e capacita, fazendo com que nossos medos, incertezas e dúvidas fiquem pequenas. Devemos, como mulheres, nos erguer e deixar Deus nos usar onde estamos sendo chamadas. Te encorajo a parar de pensar talvez naquilo que o outro pensa ou fala; viva aquilo que Deus tem colocado em teu coração. Quando somos controladas pelo Espírito, não somos motivadas pelo medo. Pelo contrário, somos motivadas pela nossa identidade em Jesus Cristo”, finaliza.

 

“Agradar a Deus”

Katia Viviane Rusch Seidel, 44 anos, natural de Marechal Cândido Rondon, é casada com o pastor Dorival Luis Seidel, da Igreja Evangélica Congregacional do Brasil. Ela conta que aceitou a Jesus em um retiro de adolescentes com o pastor Jaime Kemp. “Lembro-me que ele desafiou os adolescentes citando: filho de peixe, peixinho é! Mas ser filho de cristão, não é a garantia de sermos cristãos. Ser cristão é uma decisão pessoal. Naquele dia, tomei a decisão mais importante da minha vida. Sempre gostei muito de participar de Congressos e Encontros promovidos pela igreja e foi no Congresso de Jovens em Santo Antônio do Sudoeste, que iniciamos nosso namoro; já estamos casados há quase 28 anos e temos dois filhos: Isaias Luis e Laura Vitória”, destaca.

Katia casou muito jovem e tinha no coração o desejo intenso de servir ao Senhor. “Ao casar com pastor, era ciente das expectativas que por vezes as pessoas estabelecem, mas sempre busquei viver para agradar a Deus, conquistar o carinho das pessoas é uma consequência. Desde criança, tive o privilégio de conviver com famílias de pastores, brincava com filhos de pastores e ficava encantada com as esposas. Sempre admirei as esposas de pastores que dedicam-se ao ministério com amor e alegria, demostrando satisfação em contribuir para a obra do Senhor”, relata.

 

O agir de Deus

Katia é coordenadora de Educação Sesi/Senai e está sempre envolvida nas atividades da igreja. “Busco estar à disposição para apoiar a Igreja em suas necessidades. Nestes quase 28 anos de casada, por inúmeras vezes, percebi que quando estava me sentido mais fraca e incapaz, Deus operou grandemente através de minha vida para conduzir a outros para mais próximo de Cristo. Quem convive comigo, sabe que amo organizar programas, alinhar cada detalhe, servir a Deus desta forma me traz satisfação. Porém, ver o agir de Deus transformando a vida das pessoas é a certeza que estamos no caminho certo”, enfatiza.

Ela conta que a igreja a surpreende quanto ao engajamento à liderança que estabelece e isso a compromete a liderar com sabedoria. “O maior líder da história com certeza foi Jesus; Sua liderança é inspiradora e me impulsiona. A cada dia, preciso buscar forças Nele para colocar em prática Seus princípios de liderança. Precisamos compreender que mesmo sendo líderes e em momentos somos liderados, mas em tudo precisamos agradar a Deus. Sou extremamente grata por todo apoio que recebo e não me canso em afirmar que muitas vezes Deus envia anjos para suavizar meu caminho, pessoas têm sido anjos em minha vida”, relata.

Ela afirma que percebe que ser esposa de pastor é um privilégio! “Antes de ser esposa de pastor, sou Filha de Deus e tenho compromisso com meu Pai Celestial!  Ser esposa de pastor é uma bênção e busco conscientizar nossos filhos desta forma, para perceberem a dádiva que receberam de nascer em uma família em que o pai tem um trabalho tão nobre. Busco sempre auxiliar em tudo que está ao meu alcance para o engrandecimento do Reino do Senhor. Meu marido valoriza muito a atuação feminina na igreja, sempre me incentivou muito a participar do trabalho. Busco sempre analisar como Jesus agiria, lembro-me do livro ‘Em seus passos o que faria Jesus?’ Se buscamos viver em conformidade com a Palavra de Deus, em tudo iremos fazer a vontade Dele; isso com certeza é um desafio diário para todos os cristãos”, ressalta.

 

Um papel importantíssimo

Se analisarmos a atuação feminina na Bíblia, ela foi extremamente marcante; no decorrer dos anos, as mulheres têm exercido papel importantíssimo na divulgação do Evangelho. “Sou ciente que em muitos lugares do mundo as mulheres ainda enfrentam resistência para atuarem nas igrejas. Mas, se em nossa igreja temos a possibilidade de servirmos ao Senhor ativamente, não devemos desperdiçar esta oportunidade e de colocarmos nossos dons e talentos à disposição do Senhor. O conselho que gostaria de deixar a todas as mulheres é o Salmo 100:2: ‘Servi ao Senhor com alegria’. Às mulheres que já foram despertadas para cooperar na obra do Senhor, que percebam a cada oportunidade de colocarem seus dons e talentos a Serviço de Deus como um privilégio, tendo alegria e satisfação de contribuir para o engrandecimento do Reino de Deus. E para as mulheres que têm o desejo de colaborar na obra de Deus mas não sabem como fazer, a estas sugiro que orem, conversem com líderes de sua igreja para que possam estar engajadas na seara do Senhor, pois a seara é imensa e os trabalhadores são poucos”, finaliza Katia.

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