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Mulheres de fé: o amor pela Palavra de Deus
“Bem-aventurada a que crê, porque serão cumpridas as palavras que lhe foram ditas da parte do Senhor”
Lucas 1:45
Mulheres de fé: o amor pela Palavra de Deus. Essa frase resume um pouco da história de cada entrevistada da reportagem especial da edição do Mês da Mulher da Revista Paz: cinco queridas pastoras que atuam em Marechal Cândido Rondon. Conheça um pouco de cada uma e entenda os desafios que vivenciam em seu cotidiano. Seja edificado!
A chegada da primeira pastora…
Leide Mari Santos Leandro Vorpagel (60), é a primeira pastora que chegou para atuar em Marechal Cândido Rondon. “Quando cheguei, era a única pastora na cidade; alguns pastores locais não me deram crédito e me senti um pouco deslocada e ao mesmo tempo, desafiada a permanecer e cumprir minha missão. Já na comunidade rondonense e pelas autoridades locais, fui muito bem recebida”, relembra.
Pastora Leide conheceu Jesus ainda na infância e foi lançada no ministério por seu irmão mais velho (seu mentor), como professora da Escola Bíblica Dominical na Igreja Quadrangular em Curitiba. “Nosso pastor na época resistiu, pois seria uma criança ensinando outras crianças, porém na supervisão do mentor insistente fui aceita e superei as expectativas. Cursei Teologia na própria denominação. Cursei Administração de Empresas na Universidade Federal do Paraná e após tendo convicção do meu chamado, cursei o Bacharel em Filosofia. Deixei a capital em setembro de 1993 e atuei em Toledo, como missionária, auxiliando meu líder regional e também irmão, Reverendo Loir Santos Leandro, por dois anos. Em 17 de novembro de 1995, assumi o pastorado da 1ª Igreja Quadrangular em Marechal Cândido Rondon. Em 08 de novembro de 1997, pela graça e infinita misericórdia, Deus nos usou para fundar a 2ª Igreja, no centro da cidade. Em 1998, casei com o Pr. Vilmar Vorpagel. Trabalhamos juntos e não temos dificuldades no tocante ao ministério. Atuei no cargo de Superintendente Regional em 2011 e fui responsável por mais 15 igrejas e seus pastorados e lideranças locais”, explica.
Ela destaca que a denominação permite a igualdade de crescimento tanto a homens como mulheres, onde ambos podem exercer os vários cargos e são aceitos a nível Regional, Estadual, Nacional e Internacional. “Nós temos na igreja local mais quatro pastores homens e eles me respeitam como líder e pastora fundadora desta comunidade, como também eles são aceitos pelos membros locais e não há diferença. O pastorado feminino já existe há um século, pois nossa denominação já completou 100 anos e a fundadora foi uma mulher chamada Aimee Semple Mcpherson, em Oakland, Los Angeles, Califórnia, USA. Como mulher, ela teve muita relevância e foi considerada pela revista Times (ao lado de Pelé), uma das 100 personalidades do século XX”, ressalta.
Relacionamento com Deus
Leide acredita que, para ser pastora, é necessário ter certeza do seu chamado. “Ser apaixonada por almas. Viver nesta hierarquia: Deus, a Família e a Igreja. Amar o lugar onde vive. Casar-se com um homem de Deus. Estarem dispostos a cumprir o ‘ide’, conforme Mateus 28:19 e 20. Estar pronta para ser questionada e seguir em frente sabendo quem a chamou. Tendo em mente o texto de Hebreus 12:2: ‘Olhando firmemente para Jesus, o Autor e Aperfeiçoador da nossa fé…’ e também o de Gálatas 3:28: ‘Não há mais judeu nem gentio, escravo nem livre, HOMEM ou MULHER, pois todos vocês são UM em Cristo Jesus’. Entendemos então que todas as distinções foram removidas em Cristo e estamos no mesmo nível de relacionamento com Deus”, finaliza.
Uma vida com Deus…
Janete Luiza Goerck Brandalise (58), está em Marechal Rondon há 16 anos. Foi a primeira mulher da Igreja A Verdade que Liberta a ser ordenada pastora. Sua caminhada na fé iniciou desde muito cedo. “Minha mãe sempre amou a Deus e nos ensinou o caminho. Aos 4 anos, ao ver uma tia olhando para as árvores e balbuciando, perguntei o que estava fazendo, e ela respondeu que estava falando com Deus e adorando a Ele, louvando pela criação. Naquele dia, tenho em meu coração, que decidi que também queria adorar a Deus. Entendo este momento como o meu chamado ministerial. Foi algo bem significativo. Aos 13 anos, participei de um encontro e nasci de novo. Minha vida mudou radicalmente e tive uma juventude totalmente voltada para Deus. Aos 26, mediante um estudo da Bíblia, tive meus olhos abertos para a Verdade de Deus na Sua Palavra e experimentei um novo momento marcante na minha conversão. A partir de lá, o chamado de viver para Deus e pregar Sua Palavra foi mais forte do que qualquer outra perspectiva profissional, ainda que eu era uma pessoa realizada e muito bem sucedida no que fazia. Anos mais tarde, fiz faculdade de Teologia e inúmeros cursos nas áreas de atuação pastoral, liderança e relacionamentos interpessoais. Exerci o início do meu ministério em Matelândia; trabalhei em Céu Azul, estabelecendo uma igreja. Depois de um ano e meio, retornei à Matelândia e em 2006, vim para Marechal, onde, com o apoio da família e outros irmãos, estabelecemos a Verdade que Liberta. Desde praticamente o início da igreja, sou a responsável pelo ensino de todas as nossas igrejas, e também na preparação de novos pastores. Sou integrante de um grupo de nove pessoas que compõem a Liderança de todas as igrejas Verdade que Liberta, e na região sou a superintendente, atuando como responsável por todas as 11 igrejas da nossa região. Como extensão, sou responsável pelo pastoreio de pastores e suas equipes na nossa região”, explica.
Sem distinção…
A igreja surgiu com cinco mulheres que, estudando a Bíblia, foram impactadas pelas verdades libertadoras do Senhor. “Mesmo sem ter ideia do que iria se tornar, passamos a compartilhar a Palavra com os esposos, parentes e amigos, e muitos experimentaram, como nós, uma conversão a Jesus. Depois que já éramos um grupo, as mulheres mesmo pensavam no porquê estavam à frente, desejando que os homens estivessem na liderança. Fomos conversar com um pastor da Assembleia de Deus: nossa pergunta era se não estaria errado mulheres estarem à frente. Ele respondeu que ao seu tempo, Deus levantaria os homens e que era para continuar o que estávamos fazendo. Disse que Deus mostrou a ele que por meio do nosso ‘grupo’ (ainda não tínhamos nome como igreja), Deus alcançaria muitas pessoas que não estavam sendo alcançadas pelas igrejas que já existiam. Que continuássemos sem pensar nisso. Recebemos aquela palavra como vinda do Senhor. Anos depois, enfrentamos duras oposições por pessoas que foram se achegando ao nosso grupo, que já era igreja. Entendemos que quem realiza a obra é o Espírito Santo, que foi derramado sobre todo aquele que crê, portanto, o mérito não é do homem ou da mulher que executa o trabalho. Quando Deus derramou do seu Espírito, não fez acepção entre homens e mulheres; todos foram cheios. Quando Jesus mandou que os discípulos pregassem o evangelho, novamente se dirigiu a todos. A Bíblia fala que em se tratando de dons, todos podem profetizar. Portanto, os cargos de liderança serem exercidos por homens na Bíblia está mais relacionado a um contexto cultural da época do que uma impossibilidade em todas e quaisquer circunstâncias”, ressalta.
O maior desafio
Pastora Janete acredita que o desafio sempre foi permanecer fiel ao Senhor, cumprindo o chamado mesmo diante de resistência. “Nunca tive adversidade no sentido de não reconhecerem a unção de Deus sobre minha vida, mas apenas pelo fato de ter o título e exercer certas funções. Em um determinado momento, a situação ficou tão hilária a ponto de um grupo sugerir que os esposos (porque éramos mais pastoras) recebessem o título e nós executássemos o trabalho. Estavam focados apenas na aparência diante dos homens, mas Deus não vê assim. O marido de cada uma de nós tinha consciência do chamado e dos seus próprios dons e permaneceram na posição que Deus estabeleceu para eles. Alguns já eram pastores, outros seguiram servindo o Senhor e a igreja com suas habilidades. A autoridade é dada por Deus, de acordo com a vontade Dele, o chamado de cada um, os dons e a vocação. É tudo por Ele e para Ele! A Ele, portanto, toda a glória”, finaliza.
Desde pequena…
Sandra Helena Fanzlau (48), está atuando em Marechal desde outubro de 2012, como pastora da Igreja Evangélica de Confissão de Luterana no Brasil (IECLB) – Comunidade Martin Luther. Desde pequena, teve uma vida ativa na comunidade de fé juntamente com sua família. “Na adolescência, assumi diversas atividades na comunidade, fui orientadora do culto infantil, líder do grupo de jovens e o desejo de estudar Teologia e atuar na igreja foi sendo amadurecido e a decisão veio após um seminário de formação. Em 1992, ingressei na Escola Superior de Teologia em São Leopoldo (RS), onde realizei minha graduação. Em 1996, fiz intercâmbio na Alemanha e em 1997, estágio no Hospital Moinhos de Ventos em Porto Alegre na aérea da capelania hospitalar; em 1998 me formei e no ano seguinte, fiz prática de habilitação em Pelotas. Em abril de 2000, juntamente com meu marido Vernei, também pastor, fui enviada para Massaranbuda (SC), onde atuamos por 8 anos; neste tempo, fiz latu sensu em aconselhamento e psicologia pastoral. De julho de 2008 a outubro de 2012 atuamos em Guarapuava”, explica.
Mulheres no ministério
Ela conta que em novembro de 2022, celebrarão 40 anos da atuação das mulheres no ministério. “Na IECLB, não falamos de pastorado feminino ou ministério feminino, a nomenclatura é mulheres no ministério, pois entendemos que o ministério é único e nele atuam mulheres e homens. No dia 13 de novembro de 1982, 10 anos do meu ingresso na teologia, a primeira mulher foi ordenada, no entanto o ingresso de mulheres no estudo da teologia vinha acontecendo desde 1952. A determinação e vontade das mulheres de exercer o ministério foram criando possibilidades. Foi um longo processo, com muitas discussões, orações e quebra de paradigmas. Com confiança em Deus e com trabalho incansável, aos poucos, brechas foram abertas e mais mulheres ingressaram no estudo de Teologia e depois no ministério ordenado”, explica.
Pastora Sandra explica que a IECLB é formada por instâncias nacional, sinodal e local. A sede nacional é “gerenciada” pela presidência. “E para nossa alegria, hoje temos a pastora Silvia Genz à frente da presidência; junto à presidência, atua o conselho da igreja, formado por 18 pessoas (uma de cada sínodo), e este conselho também é conduzido por uma mulher”, destaca.
Desafios e superações
Ela acredita que desafios são encontrados ao longo de toda a caminhada, independente da profissão, não sendo diferente no ministério pastoral. “Um dos grandes desafios é descontruir a leitura equivocada da escritura sagrada. A Palavra de Deus é fonte de vida e salvação, no entanto, algumas vezes, usada para oprimir, discriminar, dominar e excluir, assim aconteceu e ainda acontece em relação às mulheres, seja no ministério ou fora dele”, relata.
Na paróquia de Marechal Cândido Rondon, são duas pastoras e um pastor atuando. “Dividimos as atividades conforme os dons que Deus concede a cada um. Infelizmente, a discriminação contra as mulheres ainda não é um assunto encerrado e não só dentro das igrejas, mas em todos os níveis, e por isso continuamos ouvindo tantas notícias de feminicídios, abusos, violências. A luta é por igualdade e equidade na sociedade, onde mulheres e homens possam exercer seus dons e serem respeitados, pois todas as pessoas foram criadas à imagem e semelhança de Deus”, finaliza.
Um chamado impactante!
Mariana Rodrigues da Silva Wild (39), está em Marechal há sete anos. É pastora da Igreja de Deus Comunidade Emanuel. Nasceu em berço cristão, mas foi na adolescência que viveu uma experiência profunda com Deus, que confirmou o que seus pais e líderes viam nela desde a infância: uma vida dedicada ao Reino de Deus. “Aos 18 anos, ingressei no Ensino Superior de Música, e na sequência, no Curso de Teologia. Servi junto com meu esposo, Adailton Wild, na Comunidade da Igreja de Deus em Salvador (BA), minha cidade natal, por 8 anos. Desde 2015, integro a Equipe Pastoral da IDD Emanuel, e hoje coordenamos o Ministério local sob a supervisão dos nossos pastores seniors, Wilson e Lenir Wild. A Emanuel conta com dois projetos sociais, quase 20 ministérios ativos e mais alguns em implantação. Atuo no Ministério de Louvor, Ensino da Palavra e no treinamento de líderes, mas procuro participar dos demais ministérios da igreja, sempre que possível, além de estar à frente do programa Viva Mais, semanalmente, com minha colega de bancada, Daiane”, explica.
Em evolução…
Pastora Mariana recorda da pastora Jane McCracken, hoje já chamada à eternidade, uma missionária americana que serviu por muitos anos na região Nordeste. “Pastora Jane e seus esposo Thomas vieram para o Brasil e foram pilares na edificação do Reino. Ela, sempre presente, atuante, excelente no ensino da Palavra e no discipulado. Outras mulheres da nossa denominação sempre tiveram voz ativa na edificação de outras mulheres, e não lembro de ter visto resistência ou oposição à figura da mulher na Igreja. Quando criança, entretanto, em outra denominação onde participava, a esposa do pastor nem nome tinha, era ‘esposa do pastor Fulano’. Pela época, lidava com isso bem, mas com o passar do tempo, confesso que me incomodava um pouco”, explica.
Ela conta que, de modo aberto, não viveu situações de discriminação por ser uma mulher pastora. “Mas no início do ministério, havia sim, por parte dos irmãos mais velhos (homens e mulheres, sem distinção), um preconceito velado, do tipo ‘quero falar só com o pastor’, ou ‘preciso ver com ele primeiro’”, relembra.
Mariana acredita que a igreja local tem uma referência belíssima de figura feminina em posição de liderança. “A nossa pastora Lenir Wild. Ela reúne duas qualidades que parecem opostas, mas que nela conversam muito bem: de poucas palavras, mas de atuação fortíssima no ministério. Muito sábia, mulher de oração, nos ensina muitas vezes em silêncio.No caminho que ela abriu na nossa comunidade, enquanto mulher e líder, procuramos desenvolver um ministério com mulheres, e é nossa preocupação sempre promover eventos que falem ao coração da mulher, até porque somente uma igual para entender os anseios, desafios e fardos que carrega”, destaca.
Ser exemplo para essa geração…
Mariana acredita que vivemos em um tempo onde a presença da mulher é muito necessária. “Mulheres no púlpito, com a Bíblia aberta, que entendem o poder daquilo que fazem, são instrumentos de Deus para curar uma geração cansada e ferida pelo ‘machismo estrutural’. Mulheres: não esqueçam do valor que vocês têm em Deus. Não esqueçam de como Deus as enxerga. De um jeito lindo e equilibrado, podemos ser o exemplo para esta geração que desesperadamente clama por atenção, mostrando com a nossa vida o quanto fomos criadas de modo perfeito e admirável pelo nosso Pai. Que seja você uma referência de amor e de graça da parte do nosso Senhor Jesus. A Bíblia não é um livro atrasado ou machista, como alguns dizem. A Bíblia é filha do seu tempo, e eu diria até que é um livro de vanguarda. Foi Jesus quem valorizou as mulheres quando elas não tinham valor. Se hoje temos o registro de mulheres que foram discípulas de Cristo, foi porque Ele rompeu as fronteiras de gênero de sua época, e as acolheu em seu círculo de relacionamento. Ele impediu uma agressão em massa a uma mulher pecadora, enfrentando homens com pedras nas mãos e interrompendo um extermínio. Ele as colocou em igualdade de importância, e deu voz e valor a cada uma delas. Louvado seja Deus por isso”, finaliza.
Algo incrível aconteceu!
Marciele Dauana Metz Nascimento (26), está em Marechal há dois anos, sendo pastora da Igreja Evangélica Congregacional do Brasil. A sua caminhada de fé começou aos 15 anos. “O momento de minha conversão foi em uma simples conversa informal, na qual ouvi o testemunho do que Jesus havia feito na vida de um casal. Foi um momento inesquecível, pois quando conheci Aquele que assumiu a culpa pelos meus pecados e levou sobre Si o meu castigo, me rendi em amor e gratidão. Desde então, sentia que nada do que eu fizesse seria o bastante, diante da misericórdia e amor de Jesus por mim. Passei a me dedicar à obra do Senhor. Foram três anos servindo no ministério infantil e de louvor. Período esse que sofri muita opressão dentro de minha própria casa, uma vez que era a única cristã naquele ambiente. Minha família sentia vergonha por eu estar servindo na igreja, passaram a se referir a mim sempre em tom sarcástico: ‘quer ser a crentezinha’, ‘irmãzinha’, entre outras ‘brincadeirinhas’, segundo eles. Tempo muito difícil para uma adolescente começando sua caminhada de fé, mas um tempo no qual Deus me lapidou e fortaleceu muito. No final de 2013, as coisas começaram mudar: as horas que passei de joelhos orando pela minha família, começaram a ter resultado. Algo forte começou a acontecer, pois sentia um desejo muito grande de estudar Teologia. Além desse desejo imenso de dedicar a minha vida pelo Reino de Deus, o Senhor usou a pessoa mais improvável: minha mãe. Em um dia, ela chegou do funeral de uma amiga falando que eu deveria ser pastora, e que ela tinha me visto no lugar da pastora que estava fazendo o sepultamento. Desde aquele dia, minha mãe passou a ser minha maior incentivadora, mas há um detalhe muito importante: antes dessa visão, ela brigava comigo toda vez que eu ia para a igreja. Foi incrível como Deus conduziu as coisas! Até final de 2013, a Factecon (Faculdade Teológica Congregacional), só aceitava rapazes, por ser o regime de internato. No entanto, em janeiro de 2014, no congresso de Jovens aqui em Marechal, foi anunciado que estavam abertas as inscrições para moças também. Prestei vestibular, ingressei, cursei Teologia por cinco anos. Do início de 2019 até janeiro de 2020, fiz meu estágio na IECB de Crissiumal (RS)”, explica.
A primeira pastora da IECB!
Marciele conta que é a primeira mulher formada no regime de internato, preparada especificamente para o ministério pastoral. “Antes de mim, muitas outras mulheres, principalmente esposas de pastores, foram formadas por um curso à distância das doutrinas bíblicas básicas, que apenas as prepara para auxiliarem em atividades eclesiásticas. Sou a primeira pastora da IECB, formada em dezembro de 2019. No final de janeiro de 2020, vim para Marechal. Por ser algo novo, é óbvio que há muita resistência ao pastorado feminino, e isso enfrento desde o tempo de seminário, onde sofri muita rejeição dos próprios colegas. Até hoje ouço em algumas situações frases como: ‘Quero ser atendido(a) pelo meu pastor’. Inclusive saliento que há resistência por parte das mulheres, não são apenas alguns homens que veem o ministério feminino com maus olhos”, revela.
Força na Palavra de Deus
Pastora Marciele acredita que as lutas do ministério são diminuídas por ter ao seu lado um grande homem do Senhor, seu marido William. “Em casa, ele é o cabeça e quando estou à frente de alguma atividade eclesiástica, sei que ele está me dando o suporte que preciso. Para que eu esteja em pé nas batalhas, ele se mantém de joelhos em oração por mim e pela igreja; isso torna o meu ministério possível”, destaca.
A força e a coragem para os desafios, ela encontra na Palavra de Deus, especialmente no texto de 2 Coríntios 12:9-10 que diz: “E disse-me: a minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo”. “Por isso, sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraca, então sou forte”, finaliza.
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