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“Tu criaste o íntimo do meu ser e me teceste no ventre de minha mãe. Eu te louvo porque me fizeste de modo especial e admirável. Tuas obras são maravilhosas! Disso tenho plena certeza” Salmos 139:13,14

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“Tu criaste o íntimo do meu ser e me teceste no ventre de minha mãe. Eu te louvo porque me fizeste de modo especial e admirável. Tuas obras são maravilhosas! Disso tenho plena certeza” Salmos 139:13,14

Aborto: um tema tão comentado e até podendo ser considerado polêmico. As justificativas de quem é contra ou a favor, são inúmeras: cada um defende o seu ponto de vista.

Mas, independentemente de opiniões, na edição em que comemoramos o Mês das Mães, nesta reportagem vamos trazer o que Deus fala sobre esse tema na Bíblia.

Confira e seja edificado!

 

Quando a vida começa?

A pastora Mariana Wild, da Igreja de Deus – Comunidade Emanuel de Marechal Cândido Rondon, destaca que, no final do ano passado, lemos a triste notícia da legalização do aborto em um de nossos países vizinhos, a Argentina. Triste? Devastadora. “Uma decisão alarmante, mascarada de liberdade, independência, e um tanto de motivos ‘justos’ – seria cômico, se não fosse trágico. Em que tipo de geração vivemos? Em uma geração polarizada, que ama uma polêmica, e que ousou tocar em valores e princípios até então intocáveis, em nome de sabe-se lá o quê. E nós não podemos nos calar, jamais”, relata.

Ela comenta que existe a preocupação com saúde pública, embora já temos dados de que a legalização do aborto está longe de ser o principal motivo da mortandade materna. “Sim, existem casos atrozes de estupro, abuso, e gravidez indesejada em situações dessa natureza, e por isso, é necessário trazer um olhar um pouco mais amplo naquilo que realmente importa: a defesa à vida. Afinal, quando a vida começa? O salmista Davi esclarece essa questão no Salmo 139, em uma escrita inspirada pelo Espírito Santo acerca deste assunto: ‘Os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui feito, e entretecido nas profundezas da terra. Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe; e no teu livro todas estas coisas foram escritas; as quais em continuação foram formadas, quando nem ainda uma delas havia’. Salmos 139:15,16. Para nós, isso já bastaria como resposta definitiva, mas vamos buscar a ciência para corroborar este pensamento! Em seu livro Embryo: A Defense of Human Life (Embrião: Uma Defesa da Vida Humana, em tradução livre), o filósofo Christopher Tollefsen traz um dado esclarecedor: ‘A embriologia nos diz duas coisas importantes sobre os embriões humanos: o que eles são e quando eles começam a existir. Ela nos diz que os embriões humanos são seres humanos em um certo estágio (muito prematuro) de desenvolvimento e que, na grande maioria dos casos, esses seres humanos começam a existir na concepção, o início de um organismo unicelular após a fertilização de um óvulo por um espermatozoide. Ou seja, a vida começa no início, ainda na concepção! Embora não haja um consenso científico sobre o assunto, até porque cada um empresta o argumento que mais lhe é conveniente, nós escolhemos como argumento final a nossa regra de fé e prática: a Palavra de Deus, e o que diz o Autor da Vida, que é o nosso Deus.

À luz da Palavra de Deus, enxergamos um Deus que sofre: sofre pelo órfão, pela viúva, pelo indefeso. E embora Ele não faça acepção de pessoas, é Aquele que luta pelos que não tem forças para lutar! Dessa forma, impossível endossar uma prática que o próprio Deus não aprova, e menos ainda reforçar a ideia do Estado patrocinar o aborto, que viola o mais básico dos direitos humanos”, enfatiza.

 

A vida

Ela orienta darmos uma rápida olhada em alguns textos bíblicos: no Antigo Testamento, a Bíblia se utiliza das mesmas palavras hebraicas para descrever os ainda não nascidos, os bebês e as crianças. No Novo Testamento, o grego se utiliza, também, das mesmas palavras para descrever crianças ainda não nascidas, os bebês e as crianças, o que indica uma continuidade desde a concepção à fase de criança, e daí até a idade adulta. “A palavra grega brephos é empregada com frequência para os recém-nascidos, para os bebês e para as crianças mais velhas (Lucas 2.12,16; 18.15; 1 Pedro 2.2). Em Atos 7.19, por exemplo, brephos refere-se às crianças mortas por ordem de Faraó. Mas em Lucas 1.41,44 a mesma palavra é empregada referindo-se a João Batista, enquanto ainda não havia nascido, estando no ventre de sua mãe. Aos olhos de Deus, ele era indistinguível com relação a outras crianças. O escritor bíblico também nos informa que João Batista foi cheio do Espírito Santo enquanto ainda se encontrava no ventre materno, indicando, com isso, o inconfundível ser (Lucas 1.15). Todos esses textos bíblicos e muitos outros indicam que Deus não faz distinção entre vida em potencial e vida real, ou seja, entre uma criança ainda não nascida no ventre materno em qualquer que seja o estágio e um recém-nascido ou uma criança: não há qualquer palavra especial utilizada exclusivamente para descrever o ainda não nascido que permita distingui-lo de um recém-nascido, no tocante a ser e com referência a seu valor pessoal”, explica.

Olhando para a nossa Constituição, o Direito já categoriza os tipos de homicídio de acordo com a idade: aborto, infanticídio e homicídio; e ultimamente, em gênero também, como é o caso do feminicídio, porém o filósofo Cristopher Kaczor afirma que “Todo ato de matar viola o direito à vida, que é igual para todas as pessoas humanas inocentes. Não se segue disso que matar um embrião e matar um adulto seja igualmente errado em todos os outros aspectos. Muitas vezes, uma ação será errada por mais de um motivo”. “Isso justificaria o tratamento diferente entre o aborto, o infanticídio e o homicídio, sem assumir a posição de que a vida vale menos em fases diferentes do desenvolvimento – um argumento que os defensores do aborto tentam mobilizar.

O clichê ‘Meu corpo, minhas regras’, levantado com orgulho pelo movimento pró-aborto, não leva em consideração o fato de que se fosse assim, legislações como a obrigatoriedade do uso do cinto de segurança ou a proibição da venda de órgãos humanos não seriam aprovados – sim, o direito à vida prevalece sobre todos os outros direitos. E o que dizer do direito à vida de um ser indefeso e inocente, incapaz de lutar por si mesmo? Não seria ainda pior?”, enfatiza.

 

Consequências desastrosas!

Mariana é mãe de dois lindos filhos, trabalha há alguns anos no Ministério Pastoral em tempo integral, e aconselhar mães que praticaram o aborto tem sido uma das mais dolorosas experiências que teve em sua função. “O que era uma solução perfeita na ocasião, seja por conveniência, seja por vergonha, ou pela indisposição de assumir a maternidade no momento, trouxe consequências desastrosas, feridas profundas e marcas difíceis de superar na vida da praticante. De um lado, filhos indesejados; e na outra ponta das experiências desafiadoras, lidar com casais que desejam filhos que ainda não vieram muitas vezes pela infertilidade ou por algum outro impedimento também tem me partido o coração – ah, se a moça grávida que considera o aborto pudesse por um minuto sentir a dor dessa mulher que sonha com um filho no ventre… certamente jamais consideraria cometer este ato tão egoísta. Há ainda outro aspecto a considerar no meio dessa discussão: nossas igrejas precisam ser abertas a ouvir tanto de confissão do pecado quanto um lugar de refúgio para a mulher grávida e sem esperança de futuro! Um lugar de confiança, livre de julgamentos, que está pronta para acolher os que sofrem, e em muitos casos, é a mulher a parte frágil, a parte que sofre: a que foi abandonada pelo companheiro quando é anunciada uma gravidez não planejada. Onde estamos como igreja? Somos empáticos? Cheios de amor? A graça sempre precisa chegar antes do arrependimento. E se eu já fiz um aborto, existe perdão pra mim? Certamente! Confie na graça de Deus, que encobre o pior dos pecados, Deus é um Deus perdoador! ‘Porém tu [és]… Deus perdoador, clemente e misericordioso, tardio em irar-te, e grande em bondade’ (Neemias 9.17b). ‘Pois tu, SENHOR, és bom e compassivo; abundante em benignidade para com todos os que te invocam’ (Salmo 86.5).

Aliás, Deus não apenas perdoa, Ele, de fato, ‘esquece’: ‘Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim, e dos teus pecados não me lembro’ (Isaías 43.25). Você poderá encontrar perdão simplesmente colocando sua confiança em Jesus Cristo. Você pode confiar Nele, reconhecendo e confessando seus pecados a Ele, e voltando-se para Cristo com a confiança de que através do Seu poder, Ele haverá de lhe conceder perdão e uma nova vida. Se você deseja ter seus pecados perdoados, se deseja estar livre da culpa, se quer ter nova vida em Cristo, se quer conhecer a Deus, seja livre da culpa e receba de coração aberto esse amor que apaga as nossas transgressões, nos liberta da opressão e nos traz uma vida que vale a pena ser vivida”, finaliza.

 

Animal ou humano, quem vale mais?

Com tal questionamento, o pastor Isaí Marcelo Hort, da Igreja de Deus de Marechal Cândido Rondon – Ecos da Liberdade, inicia a sua participação. Ele conta que, em uma rede social, um médico postou a seguinte frase ao manifestar-se contra o aborto: “Eu me envergonho de uma sociedade que protege ovos de tartaruga e decide matar seres humanos”. Em um comentário, uma mulher irritada afirmou que concorda que ovos de tartaruga valem mais, pois as tartarugas estão faltando, enquanto humanos estão sobrando.

O jornalista da revista Veja, Reinaldo Azevedo, escreveu um artigo com o título: “Que fetos humanos sejam considerados ovos de tartaruga! Que sejam protegidos pelo Ibama!” “A discrepância do valor dado aos humanos e animais está crescendo assustadoramente. Até poucos anos, o ser humano era considerado superior e responsável pelo cuidado dos animais; hoje chegamos a ser categorizados como seres inferiores”, destaca.

O pastor analisa que Deus vem sendo afastado das escolas e principalmente das universidades.  A Bíblia já não é mais considerada um padrão moral. Não é permitido que ela responda perguntas sobre as nossas origens.  “É claro que, ao remover este pilar que descreve o surgimento e a razão da existência, é preciso colocar outro no lugar. A opção que resta é a evolução natural. Segundo este conceito, humanos são apenas animais evoluídos. Como afirma a revista Super Interessante no artigo intitulado ‘Animais: gente como a gente’, não somos nada mais do que macacos que deram certo. A resposta que damos às perguntas existenciais, trazem consequências comportamentais”, destaca.

Isaí conta que, certa vez, sentado no avião, ao lado de um jovem simpático, entraram neste assunto durante o voo. “Ele afirmou concordar que os seres humanos não são nada mais importantes que os animais. Em tom romântico, ele disse: ‘Nem mesmo um mosquito eu mataria, somos todos iguais’. Afirmei que apesar de romântica, esta filosofia é extremamente perigosa; lhe fiz então a seguinte pergunta: ‘Se um cachorro e o seu vizinho estivessem se afogando, e você tivesse que escolher um deles para salvar, quem você salvaria?’

Ele respondeu: ‘Eu salvaria o que estivesse mais perto, independentemente de ser humano ou animal’. Sorrindo, mas assustado, eu disse que ele jamais deveria ser bombeiro. ‘Por quê?’ Perguntou ele. ‘Se uma das minhas filhas e um cachorro estivessem em perigo, eu preferiria um bombeiro que priorizasse a vida humana’, respondi”, relata.

 

Pastor Isaí ressalta que:

– Animais foram criados por Deus. Segundo o relato bíblico do sexto dia da criação, o ser humano deve governar e cuidar deles. (Gn 1.24-31)

– Cuidar do jardim (Planeta) é uma tarefa que recebemos do próprio Deus (Gn 2.15). Devemos fazê-lo com muita sabedoria. Um animal jamais deve ser maltratado ou mesmo descuidado (Ex. 23.5).

– O dia de descanso estipulado por Deus valia igualmente para os animais usados no trabalho (Ex. 23.12), o que demonstra a preocupação de Deus por eles. Contudo, o homem e a mulher foram criados de forma especial, segundo a imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26).

Virtudes morais, capacidade de escolha e uma inteligência superior são diferenças nítidas, que não são frutos do acaso.

Plantas, pássaros e animais, foram criados para servirem de alimento ao homem (Gn. 1:29, Gn 9:3).

“É por isso que, naturalmente, não nos pesa a consciência quando comemos um bom churrasco. Porém, mulheres passam a vida traumatizadas pelo aborto de uma criança, pois esta tem a imagem e semelhança de Deus”, ressalta.

 

As consequências psicológicas

Segundo Isaí, este é o segundo motivo que o leva a crer que o aborto não deve ser uma opção. “Além do inquestionável valor que a vida tem perante Deus desde o ventre da mãe (Salmos 139:13), as consequências psicológicas que afetam uma mãe que comete o aborto, são imensuráveis. Há três anos, viajamos para visitar amigos na Alemanha e Suíça, onde minha esposa e eu residimos por alguns anos após o casamento. Reencontrei um amigo suíço que iniciou sua caminhada com Jesus no tempo em que moramos lá. Marc foi filho de mãe solteira e nunca teve irmãos. Sua mãe o criou com muita dedicação e amor. Ela foi diagnosticada com um câncer que a levou a uma despedida lenta de seu único filho”, explica.

Enquanto Marc e Isaí tomavam um café, ele compartilhou como foram os últimos dias de sua mãe. Ainda surpreso, Marc disse: “Isaí, você não imagina o que minha mãe revelou nos últimos momento de sua vida! Ela estava angustiada com algo que a perturbou por décadas. Quando ela era jovem, mãe solteira e tinha que dar conta de cuidar de mim ainda pequeno, ela acabou saindo para uma festa e engravidou novamente. Ao chegar desesperada no médico, disse que não saberia como cuidar sozinha de duas crianças pequenas. O médico então sugeriu o aborto. Na época, parecia um pensamento lógico, afinal ela era mãe solteira e teria dificuldade de nos criar. Ela realmente abortou. Ela sabia que eu sempre sonhei em ter um irmão e por isso ficou ainda mais difícil para ela me contar. Mas, o que eu mais lamento não é somente a falta de um irmão, mas o sofrimento que acompanhou minha mãe até o seu último dia de vida”.  “Esse relato de meu amigo só reforçou para mim o que a Bíblia sempre ensinou: mexer com a vida humana traz sérias consequências. Uma pastora aposentada muito influente entre os pastores de Zurique, também compartilhou comigo os sofrimentos das milhares de mães que tomam a decisão do aborto: ‘Isaí, estas mães precisam de ajuda espiritual e psicológica. Elas ouvem o som de bebês chorando e sonham com crianças pedindo ajuda. As consequências emocionais do aborto são terríveis’. Deus pode ajudar a curar a alma destas mães que em meio ao desespero tomaram esta decisão. Mas se pudermos ajudar uma mulher que seja a decidir pela vida, podemos salvar tanto a criança quanto a mãe de enormes sofrimentos”, finaliza.

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