Tivemos uma grande reviravolta no mundo e ainda nos encontramos sem uma saída plausível, pois não temos certeza se o que tomamos é de fato a solução para o que estamos vivendo. Muitas situações mudaram e continuam mudando, e nós homens, na sua maioria, ficamos perdidos e estressados. Sou pastor e psicopedagogo e entre um e outro aconselhamento ou acompanhamento emocional, vejo muitos casos de revolta e ódio. Muitos casos de agressividade por conta da falta de paciência. Vi também o aumento de consumo de bebida alcoólica e outros entorpecentes. Vi o aumento de casos de traição e separação conjugal. Então posso dizer que a estrutura chamada família foi afetada e a culpa não foi do vírus, mas a falta de convivência entre os membros. Quando estes tiveram que conviver juntos praticamente vinte e quatro horas com decretos de dez, quinze, vinte dias, surgiu a realidade que não esperávamos.
Se tinha acostumado a viver distantes e curtir apenas algumas horas, se é que dá para dizer horas. Um dos efeitos da pandemia foi nos trazer a realidade. Por mais que vivemos na era da modernidade, do novo, mas ainda assim, o homem continua sendo o provedor. Por mais que tudo anda diferente e uma competitividade para saber quem pode mais ou direitos iguais, o homem deve continuar exercendo seu papel: guardador, protetor da família, no sentido espiritual, emocional e físico.
A pandemia só veio mostrar que precisamos voltar aos princípios de Deus. Que nós, homens, precisamos resgatar nossos princípios que são cultivar e guardar. “Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e o guardar” (Gn 2:15). Não podemos exercer esses padrões longe de Deus, com a nossa própria força e entendimento. Cultivar e guardar identifica quem somos de verdade e leva-nos a agir segundo a vontade de Deus. E a vontade de Deus é que, em tempos difíceis, sejamos capazes de agir com sabedoria, discernimento, paciência e cuidado com o nosso próximo.
Se não cumprirmos o nosso papel de homem, vamos falhar nessa pandemia e em outras que virão. Então, vamos pegar essa pandemia para exercermos o nosso papel em casa, na sociedade em que estamos inseridos, colocando Deus em primeiro lugar em nossas vidas e agindo como homens de verdade.