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2020: Ano Internacional da Bíblia!

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2020: Ano Internacional da Bíblia!

A celebração de um Ano Internacional da Bíblia foi proposta e está sendo coordenada pela Aliança Evangélica Mundial (WEA). A iniciativa tem o apoio de Sociedades Bíblicas Unidas (UBS), com a sua rede de fraternidade bíblica, presente em mais de 200 países.

Cada igreja local ou denominação escolhe como celebrar a Palavra de Deus. O ponto principal é incentivar a leitura da Bíblia, tanto em comunidades, como individualmente.

Além disso, no segundo domingo de dezembro, também temos um data muito especial a ser celebrada: o Dia da Bíblia. A data foi criada em 1549, na Grã-Bretanha, pelo Bispo Cranmer, que incluiu o dia no livro de orações do Rei Eduardo VI. O Dia da Bíblia é um dia especial, e foi criado para que a população intercedesse em favor da leitura da Bíblia. No Brasil, começou a ser celebrado em 1850, quando chegaram da Europa e Estados Unidos os primeiros missionários cristãos evangélicos. Porém, a primeira manifestação pública aconteceu quando foi fundada a Sociedade Bíblica do Brasil, em 1948, no Monumento do Ipiranga, em São Paulo.

E, graças ao trabalho de divulgação das Escrituras Sagradas, desempenhado por essa entidade, o Dia da Bíblia passou a ser comemorado não só no segundo domingo de dezembro, mas também ao longo de toda a semana que antecede a data. Desde dezembro de 2001, essa comemoração tão especial passou a integrar o calendário oficial do país, graças à Lei Federal 10.335, que instituiu a celebração do Dia da Bíblia em todo o território nacional.

Hoje, as celebrações se intensificaram e são diversificadas. Realização de cultos, carreatas, shows, maratonas de leitura bíblica, exposições bíblicas, construção de monumentos à Bíblia e distribuição maciça de Escrituras são algumas das formas que os cristãos encontraram de agradecer a Deus por esse alimento para a vida.

E para celebrar essas datas, a Revista Paz traz uma reportagem especial com Mario Rost, Gerente de Desenvolvimento Institucional da Sociedade Bíblica do Brasil (SBB), que teve uma importante parte do seu ministério vivenciado em Marechal Cândido Rondon. Confira e seja edificado:

 

Em Marechal Cândido Rondon…

Nascido em Ijuí (RS), Mario Rost é o segundo de quatro filhos de Ilka e Arnold  (in memorian). Muito cedo, foi encaminhado, com o apoio da família e igreja, para o pré-seminário, iniciando a formação para o ministério na Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB). Doze anos depois, em 1982, estava se formando Bacharel em Teologia pelo Seminário Concórdia, de Porto Alegre. “Fui chamado a pastorear três igrejas locais (Ituporanga, SC – 1983-85; Marechal Cândido Rondon – 1985-94; e São Paulo, Bairro Campo Limpo – 1995-99), a servir em Educação Teológica (Escola Superior de Teologia– 1998-2002), Capelania Escolar (Instituto Concórdia de São Paulo – 2003) e na Sociedade Bíblica do Brasil (SBB – 2004 até o momento)”, explica.

Mario conta que, em Marechal Cândido Rondon, onde chegou com a esposa Eliana e dois filhos pequenos (Cássio e Henrique) e onde nasceu a filha Nádia Camila, a principal atividade esteve relacionada ao pastorado na Comunidade Luterana Cristo. “Tenho muitas boas lembranças do tempo em que vivemos aí. E, de certa forma, por amizades e gratidão, continuamos ligados à cidade, nunca saímos completamente, ou melhor, a cidade nunca mais saiu da nossa família. Avalio que o tempo vivido em Marechal Rondon foi uma rica oportunidade presenteada por Deus. Os desafios foram muito interessantes na área da comunhão e do ensino. A convivência com pessoas da congregação e da cidade, em geral, nos ensinaram e comprovaram muitas vezes que amigos podem ser mais chegados que irmãos. Na área do ensino, experimentei o valor de trabalhar em equipe, somando dons e habilidades, saberes e fazeres. Por exemplo, foram criados, na época, vários grupos de Escola Dominical para Crianças em bairros da cidade. Alguns destes grupos são hoje congregações/comunidades organizadas e atuantes; certeza de que a Palavra semeada não volta vazia, mas produz os frutos que Deus espera encontrar na vida de pessoas que Ele chama e edifica. Tive a chance de conhecer a fundo o movimento das APAES, em que a Eliana atuou como assistente social e diretora. A organização de ações sociais a partir da igreja, procurando viver do ‘jeito de Jesus’. Vivenciei a experiência de chegar diariamente às casas das pessoas através de programa nas rádios da cidade… são muitas recordações, muitas bênçãos recebidas. Só cabe agradecer”, destaca.

 

Uma nobre missão

Mario, que está na SBB há 16 anos, conta que conhecer e ensinar a Bíblia sempre foi um pilar fundamental no ministério pastoral, na atuação dentro da igreja e fora dela. “Conheci pessoalmente alguns tradutores e revisores da SBB. Meu primeiro trabalho, como prestador de serviço, foi na revisão de uma Bíblia Infantil adaptada do alemão para o português em linguagem atual. Depois, pude auxiliar a SBB atendendo convites para visitar escolas e apresentar a história da Bíblia – a antiga e a que acontece agora, todos os dias – a fim de alcançar pessoas com a mensagem do infinito amor de Deus. Então, em 2004, fui comissionado pela igreja luterana para seguir meu pastorado, em tempo integral, na SBB. Atuo até agora como Gerente de Desenvolvimento Institucional, ou seja, lidero uma equipe que estimula o relacionamento entre pessoas, igrejas e Sociedade Bíblica, que ministra Treinamentos para Evangelização com Literatura, que busca/arrecada recursos para a Missão da SBB através de projetos bíblicos de impacto social e cultural e organiza as mostras e exposições permanentes ou itinerantes do Museu da Bíblia”, explica.

 

A Sociedade Bíblica do Brasil

Mario conta que o movimento das Sociedades da Bíblia começou na Inglaterra, em 1804. Poucos anos depois, já estavam chegando Escrituras preparadas pela Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira ao Brasil. Mais alguns anos e, na década de 1850, duas Sociedades Bíblicas trabalhavam no Brasil: a Britânica e a Americana. No início, a distribuição se dava por meio de “colportores”, ou seja, pessoas que andavam por todo o Brasil, de barco, bicicleta, lombo de animais, oferecendo Bíblias de casa em casa.

Foi um trabalho pioneiro, corajoso e muito abençoado. Só em 1948 (10 de junho), é que foi criada a Sociedade Bíblica do Brasil que conhecemos hoje.

 

O ciclo de vida da Bíblia

Ele explica que uma Sociedade Bíblica pode parecer uma editora, uma produtora de livros, uma rede de livrarias, mas convém notar que estas “caras” se referem às atividades-meio. A atividade-fim, objetivo de uma Sociedade da Bíblia, é Transformar Vidas com a Palavra de Deus. “Já ouviram falar do ciclo de vida da Bíblia? A Bíblia não está pronta quando é traduzida. A Bíblia não está pronta quando é impressa. A Bíblia não está pronta quando foi distribuída para igrejas e livrarias ou pessoas. A Bíblia precisa ser lida, crida, vivida e compartilhada. Aí ela alcança a sua finalidade última. Este é o ciclo de vida da Bíblia. Nisso está o valor, a importância de uma Sociedade da Bíblia, como a SBB”, relata.

 

Mais de 150 milhões de exemplares…

Ele explica que a Gráfica da Bíblia já produziu mais de 150 milhões de exemplares da Bíblia, desde a sua criação, em 1995. A maior parte das Bíblias produzidas e distribuídas, seja por vendas ou por doação, são Bíblias missionárias, sem grande valor agregado (como capas especiais, encadernações de luxo, auxílios para leitores, notas temáticas ou de estudo, etc). A entrega de Novos Testamentos ou Bíblias completas em línguas de povos indígenas é sempre um momento muito especial para uma Sociedade Bíblica. “Pessoalmente, presenciei momentos de grande emoção e alegria em resposta à chegada de uma nova tradução a um povo que, até então, não dispunha dessa ferramenta para sua edificação. Recentemente, em 2019, fiquei muito emocionado com o fato de um povo indígena que já recebeu o Novo Testamento em sua língua (Xerente), insistir para ofertar e proporcionar a impressão em outra língua indígena brasileira, para os Borôro. Que lição importante: quem já tem a Bíblia, se preocupa em trazê-la para quem ainda não a tem”, relata.

 

Digitalização

Perguntado sobre como a SBB tem se adaptado em meio à modernização e acessos digitais, Mario explica que a entidade é forte parceira do maior aplicativo de Bíblias, chamado YouVersion. “Todas as nossas traduções podem ser baixadas gratuitamente neste aplicativo. Também no aplicativo Bíblia Plus, da própria SBB. Ainda não se confirmou uma redução na busca por Bíblias impressas, mas certamente isso acontecerá à medida que se universaliza o acesso aos canais digitais de propagação de conteúdo”, enfatiza.

A Bíblia tem uma história que atravessa séculos, até milênios. Desde os manuscritos originais, a necessidade e a prática de produzir cópias manuscritas, desde o desenvolvimento de toda a ciência linguística envolvida na preparação de uma nova tradução da Bíblia, até chegar às mãos e ao coração das pessoas, muita história se passou. “Eu fico, particularmente, feliz, quando vejo histórias com a Bíblia acontecendo hoje. Na Sociedade da Bíblia, temos o privilégio de conhecer muitas histórias pessoais sobre como a Palavra de Deus continua sendo meio da graça eficaz para salvar pessoas, transformando suas vidas já aqui neste mundo e preparando-as para a vida sem fim na presença de Deus por toda a eternidade. A mais linda história sobre a Bíblia é a história da Bíblia e o que ela faz com cada um de nós. Leia, viva e compartilhe a Bíblia”, finaliza.

 

 

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