Por Pastor Anilton de Oliveira da Silva
Subir uma montanha não é algo fácil; exige sacrifício, perseverança e resistência. Porém, se a escalada for realizada em grupo, será bem mais fácil, porque, caso seja preciso, um poderá ajudar ao outro.
E é essa, também, a importância da igreja; não podemos ser cristãos somente em casa, assistindo cultos e participando da Ceia pela TV. Nada substitui a comunhão dos irmãos; juntos somos mais fortes. Muitos estão sendo tragados por suas montanhas, pois acham que podem escalar sozinhos os seus montes; essa é uma estratégia do diabo.
Vamos analisar três razões porque precisamos escalar as nossas montanhas:
As montanhas limitam a nossa visão. Não conseguimos enxergar o horizonte que está do outro lado. Nossa visão acaba onde a montanha começa. Muitas vezes, as bênçãos de Deus estão bem próximas, porém não conseguimos contemplá-las, pois um monte de problemas nos impede de vê-las.
As montanhas limitam nosso acesso. Quantas vezes queremos passar para o outro lado, mas não podemos porque algo nos limita, nos atrasa, nos atrapalha. Assim são os nossos problemas: eles nos impedem, nos deixam sem ação, nos encorajam a desistir de viver.
As montanhas nos fazem ficar acomodados. Gostaríamos de ir para o outro lado, mas poderemos nos cansar; por isso, não nos lançamos na travessia. Entretanto, toda solução de um problema requer esforço. Não há alternativa; precisamos escalar nossa montanha, pois ficarmos embaixo não resolverá nada. Não podemos nos acostumar com os nossos problemas a ponto de eles não nos incomodar mais; precisamos resolvê-los.
Certa vez, li uma notícia sobre o Monte Everest, o maior do mundo. Dizia que hoje em dia não é mais tão difícil escalá-lo. Desde que foi escalado pela primeira vez, em 1953, cerca de 1.300 pessoas já alcançaram o seu pico; tudo isso porque existe, atualmente, uma grande infraestrutura turística na região. Podem-se encontrar acampamentos que permitem sua adaptação ao ambiente, caso o interessado possa pagar, pois é uma viagem que custa caro; o valor pode chegar a 300 mil reais. A reportagem conclui que o Everest é bem mais acessível agora do que há meio século, quando foi vencido pela primeira vez. Mesmo assim, a maioria das pessoas desiste da aventura, devido ao incômodo da jornada.
Isso me faz lembrar algo especial. Hoje temos acesso a Deus porque alguém há dois mil anos, desbravou o Everest espiritual e chegou até o topo – a presença de Deus, o que facilitou a nossa escalada. “Olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus. Considerai, pois, atentamente, aquele que suportou tamanha oposição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos fatigueis, desmaiando em vossa alma”. Hb 122:3.
Com Cristo, o acesso ao topo ficou mais fácil; todavia, é caro: custa nossa perseverança: “Ora, na vossa luta contra o pecado, ainda não tendes resistido até ao sangue”. Hb 12:4. O acesso requer renúncia: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me”. Mc 8:34.
O melhor de tudo é que Jesus chegou ao topo e nos preparou o caminho. Podemos chegar lá, em Seu nome e por Seu sangue: “Mas tendes chegado ao monte Sião e à cidade do Deus vivo, a Jerusalém celestial, e a incontáveis hostes de anjos, e à universal assembleia”. Hb 12:22.
É lá que Deus quer que cheguemos.
Esse artigo faz parte do livro “Escale sua montanha – Aprendendo a enfrentar os problemas da vida”