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Clausia Weirich Paneagua: a primeira rondonense!

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Clausia Weirich Paneagua: a primeira rondonense!

Era 17 de agosto de 1950… o dia escolhido por Deus para que nascesse a primeira criança no município de Marechal Cândido Rondon: Clausia Weirich Paneagua.

Ela tinha um irmão gêmeo: Claucio Weirich, que faleceu em 04 de janeiro de 1951.

A alguns dias de completar seus 69 anos de vida, Clausia abrilhanta a reportagem de capa da Revista Paz, nesta edição comemorativa! Confira um pouco de sua história, os desafios de seus pais na época da colonização e muitas lindas lembranças de sua infância em nossa bela cidade:

 

Uma família pioneira…

Clausia morou em Marechal Cândido Rondon até os 50 anos, quando mudou para Balneário Camboriú (SC). O motivo pelo qual decidiu sair da cidade é muito triste: a morte trágica do seu filho Maurício, que ocorreu em 07 de setembro de 1998, em um acidente. “Ficamos extremamente tristes e decidimos ir morar com nossa filha Ana Paula, que estava estudando em Balneário Camboriú. Eu não queria mais ficar em casa”, relata.

É casada há 47 anos com Acelino Paneagua (que tem 77 anos e aos 22, foi morar em Marechal Cândido Rondon), com quem tem dois filhos: Mauricio Leandro Weirich (que estaria hoje com 45 anos) e Ana Paula Weirich Paneagua (39), que é casada com Junior e tem uma linda filha chamada Maria Alice, de cinco anos. “Tenho ainda quatro irmãos que moram em Marechal Cândido Rondon: Ilo Darci Weirich, Pedro Oscar Weirich, Ineis Charlotte Weirich e Marcus José Weirich (Paquito). Todos os anos, visito a cidade em meados de julho, para participar da festa e visitar amigos e familiares. Sinto muitas saudades; amo muito minha cidade natal! O maior sentimento é o de não encontrar meus pais, que já faleceram”, destaca.

Os pais de Clausia, Benno e Alice Weirich, vieram a Marechal Cândido Rondon de Arabutã, Santa Catarina; seus avós por parte de pai são Oscar e Elza Keizer Weirich, e por parte de mãe, José e Adelaide Ahmann.

 

Uma infância feliz!

Com muitas lembranças boas dos primeiros tempos por aqui, ela conta que sua infância foi maravilhosa, porém sempre trabalhou: com seis anos de idade, entrou na escola e quando chegavam as férias, ia para a casa da sua avó, para ajudá-los. “Ela morava na Linha Peroba, uma área de interior com muito verde… eu gostava! Ali eles criavam galinhas, plantavam cebola… e eu ajudava varrendo o pátio, na granja de ovos e em tudo que precisava. Quando ia para a cidade, eu podia brincar com minhas amigas. Naquela época, era tudo mais fácil. Não havia tantos roubos, assassinatos… era muito bom! Quase tudo o que se consumia vinha da própria terra. Eu gostava de ficar com minha avó, porque meus tios e tias eram muito queridos, me ensinaram muitas coisas. Hoje, sempre agradeço a eles: srs. Abilio, Atilio, Ilsa, Ena e Iremgart”, relembra.

 

Honra!

Clausia conta que se sente muito feliz sendo a primeira criança nascida no município rondonense. “Me sinto honrada, pois as pessoas de Marechal Cândido Rondon são maravilhosas, e eu tenho muito orgulho das famílias dos pioneiros, grupo que também faço parte. Quero destacar que, junto com meu pai e minha mãe, veio também o Ilo, meu irmão, que até hoje reside na cidade, sendo também um dos primeiros pioneiros. No começo, foi muito difícil; houve uma época, logo quando meus pais chegaram, que minha mãe queria voltar, pois havia muitos mosquitos, e ficávamos cheios de feridas! Então, o Sr. Willy Barth não permitiu: ele comprou mosqueteiros e pomadas para nós. Toda semana, vinha verificar como estávamos e após um ano, chegaram mais famílias do Rio Grande do Sul e Santa Catarina para viverem aqui. Assim, começaram a trocar os mosqueteiros e principalmente a carne com vizinhos. Os relacionamentos com os vizinhos e das casas de ajuda da época eram muito bons, pois todos se auxiliavam; hoje, a exemplo, muitas vezes você mora em uma casa há 20 anos e não conhece seu vizinho! Isso é muito triste”, ressalta.

 

Vida cristã

A família de Clausia fez parte da Igreja Evangélica Martin Luther da cidade, construída, inclusive com a ajuda de seu pai, junto com engenheiros: eram dois e se hospedavam na casa da família. A Igreja fundou a Escola Martin Luther, onde Clausia começou a cursar a 3ª série. “A nossa família sempre valorizou muito a igreja. Todos eram muito importantes. Os pastores sempre vinham em nossa casa, e quando a minha mãe fazia aniversário antigamente, eram convidados o coral e membros de lá. Era tudo muito bonito. Todos eram unidos e se ajudavam”, relembra.

Atualmente, a pioneira rondonense faz parte da Igreja Martin Luther de Balneário Camboriú, sendo membro ativa, participando da OASE (Ordem Auxiliadora de Senhoras Evangélicas), todas as quintas-feiras, apesar de ter seus compromissos profissionais com sua imobiliária. “Gosto muito de participar! Tenho muitas amizades aqui e a fé é muito importante, pois sem ela as pessoas têm muitas dificuldades para viver”, acredita.

 

A visita do governador

Clausia relembra um fato marcante de sua infância: a visita do então governador do Paraná, Moisés Lupion, por ocasião da Exposição Agropecuária de Toledo, realizada na então Vila de General Rondon. “Lembro que vieram falar com meu pai, para entregar um buquê de flores para o governador; meu pai e eu fomos na venda do Sr. Ervino Jochims comprar as fitas em três cores, de três metros cada uma, para enfeitar o buquê. As flores eram do jardim da minha mãe: margaridas bem pequenas. Lembro-me também de um verso que recitei para ele: ‘Primeira menina nascida em Marechal Cândido Rondon, saúdo vossa excelência, o Governador Moisés Lupion’. Ele ficou algum tempo de mãos dadas comigo. Foi muito marcante”, relembra emocionada.

 

A cidade do coração…

Clausia conta que se surpreendeu com a forma que a cidade de Marechal Cândido Rondon se desenvolveu rapidamente. “Mudou muito daquela época para cá. Cresceu bastante! O município se formou com o povo europeu, se desenvolveu muito rápido! De uma coisa eu sempre tive certeza e isso se confirmou: que sempre seria uma cidade muito boa para se morar”, enfatiza.

Dentre as boas lembranças que tem da cidade, destaca o seu trabalho. “O meu primeiro emprego foi na sapataria e calçados Saatkamp e o segundo emprego, no hospital Filadélfia, com minha tia Ena; lá aprendi muito sobre afazeres da casa e cozinhar; depois, fui professora por um ano no Colégio Rui Barbosa, trabalhei no SAAE, e aos 25 anos, na Oficina do Ilo, onde me aposentei”, explica.

Ela conta que não descarta a possibilidade de um dia voltar a morar em Marechal Cândido Rondon, pois é uma cidade que ama.

Aproveita a oportunidade para deixar uma mensagem, para que os governantes continuem a administrar a cidade de Marechal Cândido Rondon com muito amor e carinho, e façam o bem a ela, porque considera esse município muito lindo e poderoso! “Eu gostaria de homenagear o meu pai, que foi o primeiro a trazer sua família para a cidade; ele sofreu muito, é um dos pioneiros no local e sem dúvida, muito importante na história desta cidade. Sou muito grata a meus pais, a minha família e principalmente a Deus, por tudo”, finaliza.

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