“Como é feliz a nação que tem o Senhor como Deus, o povo que Ele escolheu para lhe pertencer”! Salmos 33:12

Nesta semana em que comemoramos mais um aniversário de Marechal Cândido Rondon, relembramos mais uma reportagem, publicada em julho de 2015. Todas as datas, entrevistados e demais detalhes desta matéria especial são baseados naquele ano… confira e seja edificado:

Não somente a nação, mas também o estado, o município, o distrito… enfim, todo povo que escolhe Deus como o seu único Senhor e Salvador é feliz e abençoado!

Neste mês de julho, Marechal Cândido Rondon completa 55 anos de emancipação político-administrativa. De acordo com o último Censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010, a população rondonense se dividia da seguinte forma na parte religiosa: religião católica: 26.451 pessoas; evangélica: 18.709 pessoas.

Isso representa um percentual de 58,35% católicos; 41,21% evangélicos; e 0,44% responderam que não se enquadram nestas religiões. Assim, nota-se que 99,56% da população afirma fazer parte de uma igreja. Supõe-se, então, que esse percentual é composto por pessoas cristãs.

Para comemorar o aniversário de Marechal Cândido Rondon, a Revista Paz traz uma reportagem especial, contando um pouco da história da parte religiosa e conversando com três pastores que atuam no município, para saber a opinião deles sobre a importância das igrejas e das pessoas cristãs no município. Afinal, uma cidade composta por cidadãos cristãos, é um povo abençoado!

No início da colonização…

Inicialmente, predominava a religião protestante, sendo Luterana e Batista. Os luteranos dividem-se em duas origens: a que teve sua origem na Alemanha (Igreja Luterana no Brasil) e a de Missouri, nos Estados Unidos (Igreja Luterana do Brasil).

A Igreja Luterana no Brasil apresentava maior número de adeptos, exercendo grande influência no desenvolvimento sócio cultural da comunidade rondonense.

Em 1951, na Vila General Rondon, a religião católica contava com apenas cinco famílias, entre 150 luteranas. Essa grande diferença era motivada pelo próprio Plano de Colonização da Companhia Maripá, que procurava fixar os luteranos na Vila General Rondon e os católicos na Vila de Quatro Pontes. Anos mais tarde, Willy Barth (um dos diretores da Companhia Maripá), aboliu esta distinção religiosa.

As diferenças entre as crenças religiosas, desde o início da colonização, não formaram estratificação religiosa, visto que havia a preocupação comum do desenvolvimento cultural e sócio econômico da comunidade.

A igreja contribuiu muito para a fixação do homem na região Oeste paranaense. Todos se fortaleciam mutuamente e tinham mais esperança com os ensinamentos religiosos. Isso foi muito importante para a superação das diversas dificuldades enfrentadas na época. Ter fé, acima de tudo, era a chave para as conquistas!

Refrescando a memória!

Jesus disse aos seus discípulos: “Vão a todos os lugares do mundo e façam com que sejam meus seguidores …” Mt 28:19a

De acordo com o pastor Vernei Hengen, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana de Marechal Cândido Rondon – Comunidade Martin Luther, quando trilhamos o caminho da história de Marechal Candido Rondon, percebemos o papel importante que as igrejas tiveram no seu nascedouro. “As pessoas que aqui chegaram trouxeram a sua fé, seu jeito de celebrar e de ser comunidade. As comunidades de fé ajudaram a dar fundamento a esta cidade. Com base na fé, pessoas construíram este município. Os migrantes vieram, principalmente, do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. A grande maioria das famílias eram agricultoras. A base econômica inicial era a agricultura, pecuária e outras atividades de menor porte, como comércio e indústria”, explica.

O pastor Vernei destaca que dos migrantes que vieram, um número expressivo de famílias eram evangélicas luteranas. Assim como aconteceu em outras regiões do país, as famílias começaram a se reunir e formar comunidades. As comunidades eram espaços importantes de encontro, de fortalecimento da fé, da espiritualidade e da comunhão. Portanto, cristãos luteranos tiveram um papel importante no desenvolvimento do município. Envolveram-se em atividades que auxiliaram a alavancar o desenvolvimento e o crescimento do município.  “Quero realçar um aspecto: a educação. As igrejas históricas tiveram um papel importantíssimo neste quesito. Se hoje temos uma rede de escolas ligadas às comunidades, precisamos olhar para trás. As Igrejas tinham um olhar especial para esta área. Fruto do empenho de comunidades, temos hoje o Cristo Rei, o Rui Barbosa e o Martin Luther. Por exemplo, o Martin Luther surgiu da preocupação da Comunidade com as crianças. No ano de 1961, teve início a Escola Primária Martin Luther, com 176 alunos. Iniciativa das senhoras da OASE”, enfatiza.

Importância no passado e no presente

O pastor Vernei menciona que cabe a pergunta: qual a importância das comunidades (igrejas) para a formação de nossa cidade e sociedade? “Já falei do aspecto da educação, importantíssima e decisiva no passado e no presente; mas, há outros detalhes que quero discorrer: em 15 de janeiro de 1951, foi celebrado o primeiro culto em Marechal Cândido Rondon, ministrado pelo pastor Wilhem Schiermann, que veio de Erechim (RS), especialmente para este ato. Em 06 de janeiro de 1952, houve a fundação da ‘Comunidade Evangélica’; pois, o nome ‘Martin Luther’ só veio em abril de 1960. A vida comunitária é dinâmica. Há muitos grupos e departamentos ativos na comunidade e muitas pessoas envolvidas. Portanto, a contribuição das comunidades cristãs não aconteceram só no passado; mas, hoje fazem a diferença. Devemos ser gratos às pessoas e famílias que contribuíram com a comunidade e sociedade. Mas, cabe a lembrança que muitas mãos hoje estão a serviço, testemunhando o amor de Deus. Assim, o trabalho missionário continua. Que a inspiração do passado possa nos inspirar a construir um presente e um futuro ainda melhor”, ressalta.

Os cristãos e o nosso município

Outro entrevistado é o pastor Romildo Wrasse, da Igreja Luterana Cristo de Marechal Cândido Rondon. Ele conta que, infelizmente, em alguns círculos em nosso país passa-se a ideia de que os cristãos são um mal para a sociedade. São por muitos rotulados como “retrógrados”, “intolerantes”, “preconceituosos” e outras expressões pejorativas. “Vai-se incutindo a ideia de que a sua presença é destrutiva. Não queremos aqui entrar na discussão do por que são rotulados assim, mas sim na questão: os cristãos são um bem para a sociedade? A resposta, evidentemente, é sim, sim, sim!!! E mesmo os não cristãos são forçados a reconhecer isso. E neste mês de julho em que festejamos o aniversário do município, queremos pensar esta questão a nível local.  Aí isso fica ainda mais evidente: os cristãos foram e são um grande bem para Marechal Cândido Rondon”, destaca.

O pastor Romildo define que “cristãos” não são simplesmente aqueles que pertencem ou estão inscritos em alguma denominação cristã.  São todos aqueles que têm Jesus Cristo em seu coração, como Aquele que salva do pecado, do diabo e da morte eterna; os que nele confiam, entregaram-lhe suas vidas e o servem com suas vidas. “Em nosso município, a presença e ação dos cristãos foi marcante desde o início. A maioria, quando aqui veio para colonizar a terra, trouxe a sua fé cristã, a Palavra de Deus, o seu testemunho de fé e o seu serviço cristão; procurou construir igrejas e reunir-se para ouvir e estudar as Escrituras Sagradas”, enfatiza.

Deus é o Senhor de muita gente aqui!

Romildo questiona: em que os cristãos são um bem para a cidade, para o município? Ele destaca que, em primeiro lugar, porque são pessoas de bem, de paz, respeitadoras das leis, trabalhadoras, honestas… isso é um grande diferencial: produzir bens e não simplesmente aproveitar-se do que outros produzem. Bens esses que são usufruídos não somente por eles, mas também por outros. Não são pessoas dominadas por vícios como alcoolismo e drogas, que tanto mal fazem à sociedade como um todo. E, movidos pelo amor de Jesus, vão além: ajudam outros em necessidade ou pobreza, com limitações ou em emergências e até em carências, psicossociais e afetivas. “Com seu testemunho, fazem ainda um bem maior, um bem espiritual: quem abraça a fé em Jesus Cristo tem a paz de Deus no coração, esperança, alegria, força, coragem, amor ao próximo. E acima de tudo, tem a certeza de um dia habitar na cidade celestial, totalmente livre de qualquer mal. Os cristãos como cidadãos não são perfeitos. Mas, não

é o mal que os domina e predomina em suas vidas, e sim uma nova vida, com Jesus no comando, caracterizada por aquilo que descrevemos acima. Por isso, feliz é o município de Marechal Cândido Rondon porque Deus é o Senhor de muita gente aqui, Ele tem um povo que é sua herança! E todos são abençoados por isso”, ressalta.

“Está consumado”

O pastor José Wilson Sabatino, da Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra, destaca que, com as palavras “está consumado” e contados aproximadamente 2.000 anos, iniciou-se uma revolução. Não uma revolução armada, política, tampouco de algum rebelde querendo impor suas ideias revolucionárias. Mas, uma revolução cujo protagonista Jesus dividiu a história. Sim, dividiu os tempos, pré e pós Jesus! E esta revolução tomou volume, não porque nasceu do coração de um homem, mas nasceu no “coração” amoroso de Deus, Criador (João 3:16) e desejoso em relacionar-se com sua criatura, o homem (entenda-se gênero humano). “Ao ler estas linhas preliminares, você deve estar dizendo: é mais um texto religioso. Mas, gostaria de chamar sua atenção para o fato deste acontecimento ir muito além da religião (minha intenção não é criar polêmica) e sim, a ideia de relevar o amor que não pode (e jamais poderá) ficar retido à uma geração ou conceitos e valores humanos, até porque, sem querer ser repetitivo, estamos falando de alguém que dividiu a história: Cristo, filho do Deus vivo (Mateus 16:16). Embora crido por muitos, desacreditado por outros tantos, é inegável sua influência nos dias que vivemos”, destaca.

Sabatino define Cristianismo: uma vida pautada nos valores e princípios delegados por Jesus, o filho de Deus. “Mas, no que nos seriam úteis tais princípios? O Brasil ‘gaba-se’ de ser o país com maior influência do cristianismo dentre todo o globo. Não seria difícil emitir opiniões, como emitem. Até porque em mais de 80% dos lares brasileiros, é confessado esse cristianismo. Mas, qual o seu efeito, sua influência ou qual benefício nos traz ou traria viver essa ‘doutrina’? Gostaria de me colocar nesse assunto como alguém que ‘sofreu’ uma influência desse amor. Como ministro do evangelho, tenho presenciado a eficácia desse amor (quando aceito) primeiro em minha vida. E como estamos falando de influência, e sofremos tantas a todo instante, eu as sofri e fiz algumas escolhes baseados no meu ‘bem estar’, ou naquilo que me trazia ‘alegria’. Enfim, poderia aqui trazer muitas palavras que definiriam (como definiram por algum tempo na minha vida). Conheci a destrutiva de um lar. Divórcio dos pais, vida desregrada, álcool, drogas (parece um discurso montado para muitos), autossuficiência e consequente decadência. Mas, voltemos à expressão inicial do texto: ‘Está consumado’. Um Deus que tomou a forma de um homem (Filipenses 2:6-8) e subiu em uma cruz para oferecer uma vida diferente (abundante) para quem cresse e aceitasse tal feito (João 1:12)”, ressalta.

Transformação real

Pastor Sabatino continua explicando que todos que são alcançados pela influência do evangelho de Deus, são transformados por sua Palavra (João 15:3). “Onde estas boas novas chegam, onde esta “influência” é aceita, certamente há cura, transformação e a sobrecarga é trocada pelo fardo leve. Em Marechal Cândido Rondon, trabalhamos com pessoas que perderam a perspectiva de viver, de acreditar (como eu um dia) e lhes oferecemos a ‘influência’ do evangelho. E funciona! Transforma vidas, famílias, ressuscita  projetos e nos faz crer que há um lugar muito mais excelente que este mundo (Romanos 1:16). Hoje temos conosco jovens que, num passado recente, estavam nas ruas, drogados, envolvidos com o ilícito ao extremo. Então, finalizo dizendo: a influência cristã pode transformar toda e qualquer situação. E uma sociedade formada por pessoas cristãs (como há muitas em Marechal Cândido Rondon), é um povo abençoado e que vive de maneira feliz”, finaliza.