Ontem uma amiga me disse que tinha perdido uma corrente de ouro. Era uma corrente de um valor considerável, tanto financeiro quanto emocional. Minha amiga estava, realmente, muito triste.
A procura pela corrente foi intensa. Ela revirou toda a casa, trocou os forros de cama para se certificar de que não tinha perdido o acessório durante o sono, procurou no local de trabalho e no restaurante onde almoça. Ela também refez os caminhos que tinha feito a pé momentos antes de perceber a sua falta. Sem sucesso, pediu ainda que o seu filho fosse a várias relojoarias, para perguntar se ninguém tinha encontrado a corrente e tentado vendê-la. Todas estas expectativas frustradas explicam a sua tristeza.
Enquanto ela me contava o seu infortúnio, eu pensei: essa história me é familiar. Você também já ouviu uma história parecida, não?
Lembrei imediatamente da Parábola da Dracma Perdida (Lc. 15:8-10). Nesta parábola, Jesus conta que uma mulher perdeu uma das dez dracmas que possuía. Há historiadores que dizem que as dez dracmas eram como um dote dado para o casamento, e teria a simbologia de uma aliança. Isso explica a aflição da mulher ao procurá-la.
Ela acendeu um candeeiro e varreu toda a casa, até encontrá-la novamente e, quando a encontrou, reuniu suas vizinhas para contar a novidade, pedindo que se alegrassem com ela.
Jesus termina a parábola dizendo que também há júbilo no céu quando um pecador se arrepende.
Sabe o que eu acho mais interessante neste trecho da Bíblia? Essa parábola vem acompanhada de outras duas. Imediatamente antes, Jesus fala do homem que tinha cem ovelhas, e de como procurou com afinco quando percebeu que uma delas faltava. Logo depois de contar sobre a mulher que reencontrou a dracma perdida, ele conta a história do filho pródigo e narra a alegria de um pai quando o filho retorna ao lar.
Note, querida, que o primeiro homem perdeu 1% do que tinha. A mulher perdeu 10%, e o pai perdeu 50%, tanto dos bens que deu como herança, quanto dos filhos, já que tinha dois.
Isso pode te trazer a certeza de que não importa se você acha que não tem valor, se a tua autoestima não te permite que se sinta digna de amor. Para Deus, não importa se você é uma entre dez, entre cem, ou entre mil. Ele te procura no meio da multidão e sente a tua falta.
Nenhum dos personagens citados encontrou algo novo. Todos encontraram algo que já lhes pertencia e deixou de pertencer.
Será que você não é uma dracma perdida, que Deus procura diligentemente? Você é uma mulher cristã, já viveu com Cristo, mas perdeu-se “dentro de casa”?
Volte à comunhão. Deixe-se resgatar pelo amor Daquele que te procura e te chama insistentemente, porque não consegue viver sem você.
Um abraço.