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“Eu e a minha casa serviremos ao Senhor” – Josué 24:15
A Bíblia diz que “O povo que caminhava em trevas viu uma grande luz; sobre os que viviam na terra da sombra da morte raiou uma luz… porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado, e o governo está sobre os Seus ombros. E Ele será chamado Maravilhoso Conselheiro, Deus Poderoso, Pai Eterno, Príncipe da Paz” Isaías 9:2 e 6.
Nesta edição especial, vamos contar um lindo testemunho, em que o poder de Deus fez a diferença e uma verdadeira transformação na vida de Andreson Luiz Zelinski, 39 anos. Ele é pastor no Ministério Ecos da Liberdade – Igreja de Deus no Brasil, e veio morar com a família em Marechal Cândido Rondon no dia 01 de setembro de 2017.
Conheça essa história, seja impactado e sinta o amor desse Deus maravilhoso, que é o único digno de toda honra, glória e louvor!
Abandono por diversas vezes…
Os pais de Andreson se casaram muito cedo: sua mãe tinha apenas 17 anos quando engravidou dele e um ano e meio depois, já estava com mais um bebê, sua irmã Kelly. O casamento de seus pais acabou e sua mãe foi embora, deixando as crianças com o pai. “Eu não tinha nem dois anos e meio e minha irmã, seis meses. Meu pai, Alexandre Zelinski Neto, trabalhou na construção da linha férrea como operário e me deixava na casa de vizinhos e por fim, de uma senhora chamada Ida Dunke, a qual chamava de ‘Oma’, que cuidou de mim durante alguns anos; ela tinha um carrinho de catar papelão nas ruas de Curitiba; eu vivia dentro desse carrinho, mexendo em lixo. Lembro bem de um momento que abri um saco de lixo e comi um pão mofo. Acompanhava a Oma na limpeza da escadaria de um prédio e andava com ela e o seu filho Wilson na carrocinha. A Oma, já falecida, era uma senhora muito querida”, explica.
Aos seis anos de idade, Andreson foi levado por um senhor à casa dele e de sua esposa, em Joaçaba (SC). “Eu realmente não sabia o que estava acontecendo; na minha cabeça, eu já tinha uma família com os Dunke. Foi bem difícil minha adaptação: tudo era diferente, eu tinha muitas crises de vômitos, tudo era estranho. Mas, com o tempo, comecei a me acostumar e achar que aquela era a minha família. Lembro de sentar aos domingos com meus pais e minha irmã e ouvir um programa de rádio que falava sempre do amor e misericórdia de Deus. Mas, quando eu estava com dez anos, fui levado daquela casa. Eu não sabia o que tinha acontecido, só me lembro de ver todas as minhas coisas sendo colocadas em um caminhão. Não sabia onde meu pai estava e minha mãe estava ocupada demais pra me responder. Até hoje sem entender, fui levado embora dessa família; a razão que eu sabia na época era de separação. Fui morar com outra família, onde passei um ano. Mas, já não era bem-vindo: era como sempre me lembravam. E por fim, me levaram de volta à Joaçaba; agora já não podia estudar, nem brincar. Tive que aprender muito rápido a trabalhar na leiteria e na roça. Foi um tempo de muita solidão. Era como se minha vida fosse acabar ali; tive que aprender a morar sozinho, porque a casa que eu morava não era na casa da família. Passei muitos natais, aniversários, sozinho… achei que nunca mais ia ver minha família biológica”, relembra.
Tempos difíceis… e a confiança em Deus
Andreson conta que, mesmo longe (cerca de 17 km), ia a pé para a igreja, depois de seus afazeres na leiteria. “Eu sempre pedia pra Deus mudar a minha história. O senhor com quem eu morava e trabalhava deixava sempre muito claro que eu era um erro, que meus pais nunca me quiseram. Ele me quebrou por dentro muitas vezes. Por muito tempo, acreditei: a voz dele ficava em minha cabeça…fora as vezes em que ele me machucava fisicamente. Tenho marcas ainda hoje em meu corpo, e nesse tempo eu já não era a pessoa mais amável e gentil. Eu o retrucava e acabava levando a pior. Até que um vizinho o denunciou e o Conselho Tutelar foi interceder. Mas, eu tinha tanto medo de ir pra um lugar pior, que pedi para o juiz pra ficar com eles e ele prometeu não me espancar mais. Um tempo depois, fui trabalhar com o filho dele, mas o trabalho continuava tudo por troca de moradia e alimentação”, relata.
Depressão total
Ele conta que, apesar de ter sido abandonado, não se sentia infeliz na maioria das vezes, vivendo como uma criança normal: brincava, tinha amigos, ia para a igreja, pescava, tomava banho de rio, andava de bicicleta. “Os momentos mais difíceis eram em datas especiais, como Natal, virada de ano, aniversário e festa de família. Estes eram momentos bem delicados nas minhas emoções. Tive momentos de depressão total, que tentei por algumas vezes tirar a própria vida. O desgosto, às vezes, era tão grande que me isolava de todas as pessoas”, explica.
Sem mágoas…
Nenhuma das famílias em que Andreson viveu, o adotou de fato como filho e sequer colocaram em registro. “Minhas adoções eram longe de qualquer autoridade civil; ninguém sabia. Eu era uma adoção que todos tinham medo de cuidar, nunca recebi nenhuma atenção de cuidado de pai ou mãe. De fato, não posso dizer que tenho algum tipo de sentimento de filho adotivo, pois com 10 anos acabei ficando sem essa opção de pais adotivos. Ao longo do tempo, não se fizeram presentes em minha vida. Mas, como pessoa, respeito o que fizeram por mim, eu ouvia muito na minha infância nas famílias que fui adotado que eu não era a preferência deles como filho. Não carrego mágoa de nenhum deles por não terem me assumido de fato como filho. A vida seguiu da forma que Deus quis. Difícil cobrar amor de quem nunca te amou. Hoje, tenho respeito por aqueles que me cuidaram, mas não chamo nenhum de pai ou mãe”, destaca.
Uma família de verdade!
Andreson casou em 07 de novembro de 2003 com uma paraense: Étila de Meneses Zelinski. “Namoramos por nove meses e sentimos paz no namoro; depois de 1 ano e 10 meses, veio a nossa primeira filha: Bianca. O Rafael veio depois de 4 anos”, conta.
Perguntado sobre o sentimento que teve ao pegá-los a primeira vez no colo, Andreson fica emocionado. “Falar sobre isso me traz muitas emoções! Quando minha Bianca nasceu, entrei na maternidade e ao ver aquela pessoa pequena e linda, chorei e agradeci a Deus por viver esse momento único; era minha primeira filha. Eu passei uns dez minutos conversando com ela e agradecendo a Deus por ter um presente tão pequeno e só pra mim. Suas pequenas mãozinhas agarraram a mim como um sinal de apego, quase que dizendo ‘me cuida, papai’. Não tive como não imaginar como alguém seria capaz de abandonar uma criança. Quatro anos depois, veio meu Rafael; esse foi a melhor forma de entender ainda mais o amor de Deus. Minha filha sempre queria um irmãozinho e ela dizia pra todos que eu ia comprar um irmãozinho e o nome dele seria Rafael. Não pudemos deixar de dar esse nome”, relata.
O perdão e o amor de Deus
Andreson se converteu aos 15 anos, em um retiro de adolescentes. “Foi um toque especial de Deus na minha vida. Sempre entendi que Deus era Pai, e eu queria esse Pai pra mim, e em uma mensagem fui tocado por Deus; sentia forte dentro de mim uma voz que dizia que ia cuidar de mim, era só eu deixar. Não resisti: no momento de apelo à Salvação, entreguei minha vida pra Jesus e pedi pra Ele dirigir meus passos e pela primeira vez, tive o prazer de todas as minhas orações chamar Deus de Pai. Desde cedo participei de Escola Bíblica Dominical; tive várias professoras, uma delas em especial que por anos fez com muito carinho, Iara Bernadini, sempre orava comigo e me dava muitos ensinos. Não posso deixar também de dizer que aprendi muito com meus pastores da igreja em que participava. Um líder de jovens que muito estimava também fez parte da minha vida, Divino de Souza, um homem muito dedicado e que dava muitas dicas de como viver com Deus. A transformação que Jesus fez foi de entender que pessoas erram, nos decepcionam, nos abandonam, magoam muito e ainda assim devemos amar a todas. Isso é impossível se Jesus não faz parte da sua vida. Assim como amar é uma escolha, odiar também poderia ser, mas não aceito isso como parte de mim. De fato, não carrego mágoa de ninguém”, destaca.
A importância do Senhor
Andreson acredita que para muitos, Deus tem várias definições, depende muito do que deixamos Ele trabalhar em nós. “Posso afirmar com toda certeza do meu coração: DEUS, UM SER QUE OLHA O LUGAR ANTES DE eu PISAR. Um Deus que se importa com cada pequeno detalhe da minha vida. Nada passa sem Deus permitir; ainda assim tendo liberdade de fazer o que quero da minha vida, Ele ainda me fala o que é certo e errado. Falando de fé, creio que não posso agradar a Deus sem praticar a fé. Minhas orações, minhas atitudes ou qualquer atitude cristã não conquista mais o coração de Deus do que quando temos fé e o obedecemos.
“Eu te escolhi”
Andreson decidiu ser pastor em 1996; participou de um culto evangelístico e o pastor comentou que nossa vida é pra ajudar alguém. “Que forte isso! Pensei: cadê as pessoas que eram pra cuidar de mim? Quase me bateu desânimo, mas não deixei me abater. Ao ir pra casa, falei pra Deus o que Ele queria de mim, mesmo sendo um homem sem pai e sem mãe, o que era pra eu fazer da minha vida? Fui dormir… quando acordei pela manhã, como uma voz falando: EU TE ESCOLHI, mas você vai ter que tomar atitudes, largar tudo e seguir em frente. Na época, trabalhava na colônia tirando leite de vacas. Falei com meu pastor e ele disse que iria conversar com demais pastores do seminário, e depois de uma semana, veio a confirmação. Senti que era plano de Deus. Minha caminhada como pastor começou já com 18 anos, quando fui estudar Teologia em Curitiba; desde cedo já era professor de Escola Bíblica, Líder de Adolescentes e Jovens. Com 22 anos, fui morar em Belém (PA), onde trabalhei como estagiário na Igreja; dois anos e meio fui morar mais no interior do Pará, cidade de Itaituba, onde fiquei mais 7 anos; como pastor, cuidei de três igrejas na ausência de seus pastores, pois não era tempo integral, trabalhava fora. Conheci minha esposa, nos casamos e ela também fez curso de Pedagogia Cristã. Após 10 anos de morada no estado do Pará, voltei para Curitiba e nos últimos 8 anos, trabalhei como pastor integral em Colônia Witmarsum, Palmeira (PR). Recentemente, recebi o convite para fazer parte do Ministério Ecos da Liberdade – Igreja de Deus no Brasil, e vim morar pra cá. Estamos muito bem adaptados; sempre gostei de vir passar as férias em Marechal. Tenho como um grande amigo o Pr. Isai Hort, que sempre nos recebeu muito bem e pra mim se tornou um ponto de apoio no ministério e vida familiar. Amamos muito essa cidade, lugar muito bom”, enfatiza.
Mensagem ao Leitor
“Eu preciso de ajuda. Você também precisa. Não há quem não precisa de ajuda para chegar até Deus e continuar no bom caminho. Somos a cada momento influenciados por alguém. Cristo escolhe seus seguidores para serem pessoas que influenciam grandemente os outros, com efeito eterno. Precisamos tanto de pessoas para nos influenciar e instruir no bem, no temor de Deus, como também precisamos ser influenciadores que falam abertamente sobre o caminho do Senhor a todos. A todos. Por meio desta influência, Jesus é pregado, fortalece-se o Reino de Deus, cresce a igreja e chega muito mais gente aos portões abertos do céu. Meu desejo é que as nossas experiências de vida, lutas e provações sejam verdadeiros remédios contra o desânimo e a falta de esperança. Nossas alegrias e conquistas tragam esperança. Lutar e vencer fazem de nós pessoas mais inteligentes e confiantes. Deus abençoe”. Pastor Andreson Zelinski.
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