A Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu em 1991 o 1ª de outubro como Dia Internacional do Idoso. O objetivo é sensibilizar a sociedade mundial para as questões do envelhecimento, dando ênfase à necessidade de proteção e de cuidados para com essa população. No Paraná, o Governo do Estado busca criar condições para que a gestão pública suporte a população com mais de 60 anos.
Em 40 anos, o Paraná passou de 376.813 idosos, para 1.712.479 em 2019, um número 4 vezes e meia maior. E as projeções indicam aumento intenso e contínuo da população idosa. Hoje, de cada 10 paranaenses, 1,5 tem mais de 60 anos. A previsão é que em 2050, três de cada 10 paranaenses sejam idosos. Fonte: https://www.saude.pr.gov.br/
No mês passado, comemoramos o Dia do Idoso e quero compartilhar algo que acontece na minha família: a minha avó por parte de mãe se chama Valéria Decker e está com 88 anos. Uma vovó muito querida com todos. Desde pequena trabalhou duro, na roça, depois ajudou meu avô numa fábrica de calçados que tinham em Nova Santa Rosa. Gostava de jogar Bolão e por muito tempo fez parte da Equipe do Clube de Toledo. Cuidou dos seus pais quando ficaram idosos e depois de seu esposo, desde que teve um derrame até sua morte. Entre cuidado com os pais e esposo foram 21 anos. Como cuidar dos outros limitou um pouco sua saída de casa, gostava e estava sempre por dentro de qualquer esporte que estivesse passando na TV. E algo que ela fazia muito bem era tricô e crochê. Não por ser minha avó, mas nunca vi alguém tão habilidosa como ela. Fosse de uma revista ou de algo que alguém tinha pronto, ela copiava, fazia qualquer modelo. Isso acabou dando a ela uma renda extra. O que me chamou a atenção é o fato dela sempre que possível ir a sua Igreja. E quando não ia, dava um jeito de alguém levar a sua contribuição. Ainda hoje, com sua limitação, não esquece de fazer o seu Devocional Castelo Forte.
Há uns 2 anos, comprei uma linha e pedi pra ela fazer um jogo de “suplá” para mim. Quando me entregou, olhei, não falei nada, mas percebi que algo não estava bem. Ela sempre foi perfeccionista com seu trabalho, e os suplás estavam de tamanhos diferentes. Agora sabemos que ali já era o começo do Alzheimer. Hoje ela está bem, caminha e ainda faz algumas coisas sozinha, mas mora com os filhos, precisa de ajuda com os remédios e tem aquele típico ato de pessoas com essa doença de repetir ou perguntar a mesma coisa várias e várias vezes.
Mas aqui está o fato importante…
Recentemente, minha família estava na casa dos meus pais, onde ela está morando, para o tradicional almoço de domingo. E a Bisa, como nós a chamamos, em uns 10 minutos me contou a mesma história 5 vezes. Toda vez eu ouvi, respondi e interagi com ela, como sempre faço. Mais tarde, uma de minhas filhas me pediu: – Mãe, por que você escuta sempre a mesma história e ainda toda vez faz cara de surpresa?
Minha resposta foi: – Porque esse é o meu jeito de honrar a minha avó. Simplesmente escutando. Porque para mim a história é a mesma, mas para ela, toda vez, é como se fosse a primeira vez que me conta.
Naquele momento fiquei feliz por estar ouvindo minha avó. Porque sem querer, fui um grande exemplo para minhas filhas. Quero que elas sejam assim, respeitem e tratem bem todas as pessoas, principalmente os idosos.
Honre os idosos próximos a você com pequenos gestos e atitudes e não esqueça, que se Deus lhe der a graça, você também vai envelhecer!!
Salmo 71:9 “Não me rejeites na minha velhice; não me abandones quando se vão minhas forças”.