Quando saio para eventos em outras igrejas, costumo ter minha esposa comigo. Há pouco dias, antes de uma palestra para líderes de uma igreja na Argentina, estive sozinho. A palestra era cedo pela manhã e minha esposa havia ficado com nossa filha na casa dos hospedeiros.
Minutos antes de começar a palestra, fui duas vezes até um espelho para verificar como eu estava. Parado pela segunda vez em frente ao espelho, perguntei-me: “Porque estou aqui novamente? Não tenho o costume de ficar me olhando”.
Então notei que era a falta da minha esposa que me deixou inseguro. Ela me mostra os defeitos, tira os farelos que ficam na barba, arruma a gola da camisa e se necessário, pede para arrancar um pelo do nariz.
Às vezes até irrita, mas na verdade ela apenas me mostra a imagem que todos veem.
Tanto o cônjuge como os bons amigos, exercem duas funções em nossa vida:
- Realçam nossas qualidades ajudando a manter uma boa autoestima;
- Apontam com carinho os defeitos que devem ser corrigidos.
Aqueles que exercem apenas uma das duas funções, normalmente não são confiáveis.
Bons amigos, o cônjuge ou familiares, são espelhos que mostram mais do que a nossa aparência física; eles revelam os traços do nosso próprio caráter.
Quando nos afastamos das pessoas que carinhosamente apontam os defeitos, estamos na verdade, fugindo da própria imagem com o desejo de permanecer como estamos.
Aceite os espelhos. Não pense em trocar de cônjuge ou acabar com uma boa amizade, só porque ela lhe mostrou a realidade. Quebrar os espelhos não nos deixa mais bonitos, apenas mais iludidos.
“Quem fere por amor mostra lealdade, mas o inimigo multiplica beijos.” Pv. 27:6