Começou como um rumor baixinho, já que tratava-se de um problema no outro lado do mundo. Alguns dias depois, gerou estranhamento o fato de tantos chineses estarem perdendo a vida por conta de um inimigo tão pequeno, mas tão pequeno, que nem é visto a olho nu.
Poucos dias depois, ele já tinha se alastrado para outros países e então, como se fosse um barquinho em alto mar, vimos nossa vida ser inundada por notícias, estatísticas, ordens de isolamento social, disseminação de boatos e uma sociedade dividida entre o medo paralisante e o desdém corajoso.
Aquela amiga que fez um financiamento para abrir um negócio teve que fechar as portas antes do primeiro fechamento de caixa. Os noivos que estavam com o casamento às portas tiveram que avisar os seus convidados que não tinham permissão para realizar a festa. A família que pagou uma viagem em 10 vezes, teve que voltar para casa mais cedo, pois estava em área de transmissão. A família que perdeu um ente querido não pôde despedir-se adequadamente para evitar a aglomeração de pessoas.
Já enfrentamos outras pandemias antes. Há poucos anos, passávamos álcool em gel nas mãos com receio da “gripe suína” (H1N1). Mesmo assim, não se percebia tanta comoção social. O coronavírus mudou a rotina de inúmeras famílias e despertou no ser humano um sentimento de dependência e de vulnerabiidade que muitos tinham esquecido, afinal, quem gostaria de estar em uma guerra e não poder enxergar o inimigo?
No auge dessa insegurança, percebemos que algumas pessoas têm mais contato com a Palavra de Deus agora do que tinham enquanto as igrejas estavam abertas. É por isso que tenho a nítida impressão de que Deus está usando este momento como um amplificador de Sua voz. Ele mandou a humanidade para o cantinho do pensamento. E Ele continua dizendo: “Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo”. Mt. 10:28.
Dentro de alguns dias ou meses, isso terá passado. O balanço das consequências também já estará feito e as estatísticas, atualizadas. No entanto, os inimigos da alma ainda estarão por aí. Será que este período no “cantinho do pensamento” nos permitiu refletir sobre onde temos errado, entender a nossa fragilidade e finitude e enxergar a grandiosidade e a misericórdia de Deus?
Deus usa os acontecimentos para tentar consertar o mundo, todo o tempo. E, em Cristo, Ele já começou a consertar você e eu. Durante dois mil anos, Deus usou a Sua Igreja para curar o mundo ferido. Que Ele possa continuar fazendo isso, por meio de nós.