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O Espírito Santo constrói, santifica, dá vida e unidade à Igreja

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O Espírito Santo constrói, santifica, dá vida e unidade à Igreja

Por Pastor Lauri R. Becker – Paróquia Evangélica de Confissão Luterana de Nova Santa Rosa

 

Os judeus celebravam 50 dias após a Páscoa, a festa de Pentecostes. Nesta festa, recordavam o dia em que Moisés subiu ao monte Sinai e recebeu as tábuas da Lei, contendo os ensinamentos dirigidos ao povo de Israel. Celebravam a aliança do Antigo Testamento na qual Deus se comprometeu a estar sempre com o povo, e este se comprometeu a viver segundo os Seus mandamentos.

Após a ascensão de Jesus, os apóstolos encontravam-se reunidos (Atos 2:1-4). Era o dia da festa judaica em Jerusalém. Os apóstolos tinham medo de sair para pregar. Repentinamente, escutou-se um forte vento e línguas de fogo pousaram sobre eles.  Cheios do Espírito Santo, passaram a falar em línguas desconhecidas. Muitos estrangeiros se encontravam em Jerusalém vindos de todas as partes do mundo para celebrar a festa de Pentecostes judaica. Cada um ouvia os apóstolos em sua própria língua e compreendiam perfeitamente o que eles falavam. Todos os apóstolos, nesse dia, não tiveram medo e saíram a pregar ao mundo os ensinamentos de Jesus. O Espírito Santo lhes concedeu forças para a grande missão que tinham de cumprir: levar a Palavra de Jesus a todas as nações e batizar todos os homens em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Desde a fundação da Igreja no dia de Pentecostes, o Espírito Santo é quem a constrói, anima e santifica, lhe dá vida e unidade e a enriquece com seus dons. O Espírito Santo segue trabalhando na Igreja de muitas maneiras distintas, inspirando, motivando e impulsionando os cristãos, em forma individual ou como Igreja num todo, ao proclamar a Boa Nova de Jesus. O Espírito tem poder de nos animar, regenerar, santificar e lograr êxito em nossos atos que, por nossas forças, jamais realizaríamos.

Pentecostes revela claramente que a Igreja deve viver e proclamar:

1º) Na Igreja há unidade de todos os povos e raças – o Espírito leva a Igreja a romper as barreiras raciais e religiosas. Pentecostes nos traz uma mensagem de unidade na qual todos os povos são chamados a unir-se ao redor de um só Senhor que ama a todos;

2º) Na Igreja acontece a totalidade na diversidade – como fruto do derramamento do Espírito Santo, todos os membros do grupo se transformam em uma comunidade vibrante e com uma variedade de dons, sem distinção de idade, de gênero ou de classe social;

3º) A Igreja recebe uma missão profética – (Isaias 61:1-2) – “O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me surgiu para evangelizar aos pobres, enviou-me a proclamar libertação dos cativos e restauração da vista aos cegos”;

4º) A Igreja é livre pela ação do Espírito Santo – na Igreja significa que Ele é livre e independente para operar no presente como operou em Pentecostes. Não é escrava de nenhuma liderança ou poderes do século;

5º A Igreja deve abster-se das paixões partidárias – ela serve ao Senhor. Jamais faz alianças com poderes políticos partidários ou econômicos. Ela não joga irmão contra irmão/ã. (Filipenses 2:3-8; 1 Coríntios 1:10-13; 3:1-6,10)

6º) A Igreja tem de produzir os frutos do Espírito – como amor, paz, alegria, a paciência, a delicadeza, a bondade, a fidelidade, a humildade e o domínio próprio (Gálatas 5:22-23 e 25).

O viver e proclamar da Igreja passa por uma constante regeneração.  É um ato de transformação da Igreja como um todo e dos seus membros individualmente pelo poder do Espírito. A Igreja é simultaneamente justa e pecadora, vivendo numa tensão permanente, que poderá levá-la para a justiça ou para o pecado. Só o Espírito poderá mantê-la neste equilíbrio.

Se a Igreja como um todo passa pelo processo de regeneração, cada membro desta comunidade também é regenerado. O homem/mulher se torna uma nova criatura, um ser que nasce de novo. O Espírito derrama os dons sobre os membros da Igreja edificando-a e levando-os a viver na comunhão dos irmãos como filho/a de Deus.

A pessoa cristã, ainda que salva por Cristo, continua a ser pecadora, mas agora justificada pela graça. Ela, como a Igreja, é constantemente tentada a viver segundo os desejos do “velho adão”, nascido segundo o pecado, e, por vezes, “cai na lama”. Porém, o Espírito a levanta, tirando-a deste lamaçal para uma nova existência, conforme descreve Paulo (Romanos 12.1-2). Este novo homem ou nova mulher recebe uma missão: é consagrado pelo Espírito Santo para dar continuidade à obra de Jesus (Lucas 4.16-21), como participante da Igreja.

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