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Sempre alerta! Deus… a Pátria… e o Próximo!

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Sempre alerta! Deus… a Pátria… e o Próximo!

Em 23 de abril, comemora-se o Dia Mundial do Escoteiro. Vários princípios colocados em prática nestes grupos têm relação com o que Deus nos ensina. Para conhecermos um pouco mais a respeito, conversamos com representantes de três grupos de Marechal Cândido Rondon. Confira e seja edificado:

 

Grupo Escoteiro 25 de Julho

O grupo foi fundado oficialmente em 16/09/1978. De acordo com o presidente, Wernei Antônio Schuster, o 25 de Julho trabalha com as seguintes faixas etárias: 6,5-10 anos (Lobinho); 11-14 anos (Escoteiro); 15-17 anos (Sênior); 18-21 anos (Pioneiro). A partir de 22 anos, pode-se atuar como adulto voluntário: sendo Dirigente (compor a diretoria) ou Escotista (os chamados “chefes escoteiros”). Não há necessidade de ter participado do movimento anteriormente, pois todos os voluntários recebem treinamentos.

Os Grupos Escoteiros são associados à União dos Escoteiros do Brasil e o 25 de Julho é considerado uma Unidade Escoteira Local, subordinada ao Distrito Costa Oeste que, por sua vez, pertence à diretoria Regional do Paraná. “E todos os grupos, distritos e regiões pertencem à União dos Escoteiros do Brasil, que juntamente com os órgãos equivalentes nos demais países, estão subordinados à Organização Mundial do Movimento Escoteiro, tendo mais de 40 milhões de membros, em 161 países. Considerado como um movimento de educação não formal, proporciona aos jovens o seu desenvolvimento pessoal em diferentes áreas, de forma variada e atual, sendo desafiados a se tornarem atuantes em suas comunidades, responsáveis pelas suas escolhas, respeitando ao próximo e à natureza e promovendo a paz”, explica.

 

Lei e Promessa Escoteira

Wernei destaca que os princípios do Movimento Escoteiro são definidos na sua Lei e Promessa Escoteira, base moral que se ajusta aos progressivos graus de maturidade do indivíduo. São eles:

a) Deveres para com Deus – adesão a princípios espirituais e vivência ou busca da religião que os expresse, respeitando as demais;

b) Deveres para com o próximo – lealdade ao nosso país, em harmonia com a promoção da paz, compreensão e cooperação local, nacional e internacional, exercitadas pela Fraternidade Escoteira. Participação no desenvolvimento da sociedade com reconhecimento e respeito à dignidade do ser humano e ao equilíbrio do meio ambiente;

c) Deveres para consigo mesmo – responsabilidade pelo seu próprio desenvolvimento.

O Programa Educativo é trabalhado nas seis áreas de desenvolvimento: físico, intelectual, social, afetivo, espiritual e de caráter, com base nas características individuais de cada fase. “Pensando global e agindo localmente, o Escotismo acredita que, por meio de boas e pequenas ações, podemos transformar o mundo, auxiliando jovens a serem cidadãos ativos em suas comunidades”, explica.

Ele destaca que os Grupos Escoteiros são categorizados como Modalidades Básica, do Ar e do Mar. O 25 de Julho é de Modalidade Básica, desenvolvendo nos jovens o gosto pelo excursionismo, artes mateiras, campismo, montanhismo, viagens, expedições e explorações de regiões desconhecidas, estudo da fauna, da flora, entre outros.

 

Fé e a família

A instituição reconhece que a família é o principal parceiro na formação de crianças, adolescentes e jovens escoteiros, e incentiva que os responsáveis participem das atividades. “Podem participar pessoas de todos os credos e todos são estimulados a cumprir os preceitos de sua religião ou a buscar um sentido espiritual para sua vida. Realizam-se atividades de caráter geral que contribuam para o desenvolvimento espiritual, atividades religiosas de diálogo inter-religioso ou ecumênico e atividades específicas conforme o credo dos participantes. A prática do Escotismo inclui o cumprimento dos deveres para com Deus e cada participante o faz de acordo com os ditames de sua fé”, ressalta.

 

Valores morais e éticos

Wernei acredita que, apesar da tecnologia fazer parte do cotidiano, precisamos ter mais contato com a natureza e fazer atividades onde tenhamos que interagir com pessoas, hora estando subordinado a alguém, hora assumindo responsabilidades. “Temos que saber lidar com opiniões e posturas diferentes e o Movimento Escoteiro oferece uma oportunidade de crescimento dos jovens, onde aprendem que, para alcançar os seus objetivos, é necessário ter foco, determinação, e tudo será fruto do esforço e dedicação. Aprende-se o quanto é importante ajudar e ser ajudado. Nos acampamentos, por exemplo, muitos ensinamentos são colocados em prática, através do trabalho em equipe, de oportunidades do exercício de liderança, e também seguindo orientações de quem é mais experiente. É o exercício do ‘aprender fazendo’. Acredito que nenhuma entidade tem o poder de transformar uma pessoa naquilo que ela não quer. Mas, com certeza, os aprendizados recebidos dentro do Movimento Escoteiro reforçarão os valores já moldados dentro de cada família e servirão de base para que os jovens se firmem como indivíduos e cidadãos de valor moral e ético, com honra e caráter acima da média”, finaliza.

 

Grupo Escoteiro Luterano Harpia

O Grupo Escoteiro Luterano Harpia de Marechal Cândido Rondon, foi formado em 2018, junto à Igreja Luterana Cristo é Vida, do bairro Vila Gaúcha. A nível nacional, a associação pertence à Scouts Brasil, também conhecida como AEBP (Associação Escoteira Baden-Powell).

De acordo com o Diretor do Grupo, Adão Jonas de Meira, a participação é aberta para meninos e meninas, homens e mulheres, que desejem praticar o escotismo. “A nossa associação escoteira é organizada por membros da Igreja Evangélica Luterana do Brasil, mas tem a participação aberta para qualquer pessoa, independente de denominação religiosa. Nosso lema é ‘Escotismo para Todos’, e com base nisso, procuramos ser simples e acessíveis. Temos como base de princípios o cumprimento dos deveres para com Deus, a Pátria e o Próximo. O escotismo tem como propósito auxiliar no desenvolvimento dos jovens, estimulando a sua auto educação, especialmente nos aspectos do físico, intelectual, social, emocional e espiritual. Através do método escoteiro ‘aprender fazendo’, temos por objetivo entregar à sociedade cidadãos responsáveis e cumpridores dos seus deveres e atuantes em suas comunidades”, explica.

Adão destaca que os princípios do escotismo estão contidos na Lei e Promessa Escoteira: “Prometo pela minha honra fazer o melhor possível para: cumprir meus deveres para com Deus e minha Pátria; ajudar o próximo em toda e qualquer ocasião; obedecer à Lei Escoteira”.  “Na condição de grupo escoteiro cristão, carregamos os princípios herdados da Reforma Protestante: Somente a Escritura, Somente Cristo, Só a Graça, Só a Fé, Somente a Deus a Glória. No ensino que promovemos, mantemos uma postura conservadora quanto à preservação dos princípios bíblicos e aos princípios tradicionais do escotismo”, destaca.

 

Código de conduta positivo

Adão ressalta que a Lei Escoteira é um código de conduta positivo (não é formado por proibições ou punições, mas por um ideal de conduta), que norteia o comportamento do escoteiro, não substitui o ensino da Palavra de Deus, mas reforça os seus princípios para uma conduta saudável. “Algo semelhante ao que Paulo escreve em 1 Coríntios 13:4-7, onde fala sobre como deve ser o amor e em Gálatas 5:22, onde fala sobre o Fruto do Espírito. O apóstolo faz orientações positivas, mostrando como deve ser, e a Lei Escoteira carrega essa característica também”, explica.

 

A Lei Escoteira é composta por dez artigos positivos:

I. O escoteiro é honrado e digno de confiança;

(Provérbios 21.21; Provérbios 29.23; Romanos 12.10; Êxodo 20.12)

II. O escoteiro é leal;

(Jeremias 9.24; 1 Coríntios 4.2)

III. O escoteiro está sempre alerta para ajudar o próximo e pratica diariamente uma boa ação; (Gálatas 6.10; Romanos 12.21; Mateus 5.15-16; Salmo 37.3; Jeremias 6.16; 2 Coríntios 9.8)

IV. O escoteiro é amigo de todos e irmão dos demais Escoteiros;

V. O escoteiro é cortês; (Romanos 12.10-11; Filipenses 2.2-5; 2 Timóteo 2.24; Gálatas 5.22; Tito 3.2; Tiago 3.17; Romanos 12.16)

VI. O escoteiro é bom para os animais e as plantas;

(João 1:3; Gênesis 1:26-30; Jeremias 27:5; Romanos 8:19-22; Salmos 24:1)

VII. O escoteiro é obediente e disciplinado;

(Provérbios 6.23; Provérbios 1.7; 1 Coríntios 11.32; Deuteronômio 5.29; 1 Samuel 15.22; 1 João 5.3; 1 Pedro 1.14,15)

VIII. O escoteiro é alegre e sorri nas dificuldades;

(2 Coríntios 1.5; Filipenses 4.6; 2 Coríntios 4.8-9; Salmos 126.5-6; Romanos 8.28; 2 Coríntios 12.10)

IX. O escoteiro é econômico e respeita o bem alheio;

(Isaias 55.2; Provérbios 21.20; 1 Tessalonicenses 4.11; Êxodo 20.15; Êxodo 20.17; Provérbios 22.26,27)

X. O escoteiro é limpo de corpo e alma.

(2 Coríntios 7:1; Filipenses 2:14-16a; 1 Coríntios 3:16; 1 Pedro 1:15-16)

 

 “Sempre Alerta!”

O lema “Sempre Alerta” significa que um escoteiro deve estar sempre preparado, de prontidão para cumprir o seu propósito, que é de servir a Deus, a Pátria e o Próximo. “Encontramos um paralelo com o ensino bíblico que nos diz para vigiar e orar (Mateus 26:41), e também para estarmos preparados para a vinda do Senhor, a qual não sabemos nem o dia e nem a hora. Assim como um escoteiro deve estar sempre alerta para cumprir o seu compromisso, o cristão também deve estar sempre de prontidão para realizar os propósitos de Deus. Para isso, deve ser vigilante contra os perigos que ameaçam a nossa fé e que nos tentam para desviar do caminho do Senhor, o que só é possível com preparo nas escrituras, manejando bem a Palavra da Verdade (2 Timóteo 2:15)”, enfatiza Adão.

 

A família e a espiritualidade

Como o Escotismo compreende um estilo de vida e não somente uma atividade recreativa de fim de semana, a família também é envolvida. “Ao participar do escotismo, a criança traz a sua família junto. O aprendizado que tem no grupo, deve refletir na sua vida doméstica e no seu convívio social”, explica.

A espiritualidade no escotismo deve ser a base, sendo que o primeiro princípio é Deus. “O fundador, Baden-Powell, disse: ‘O homem de pouco vale, se não acreditar em Deus e obedecer às suas leis. Por isso, todo escoteiro deve ter uma religião’. Em seu pensamento, a fé se transmite pelo exemplo, pela vivência de vida cotidiana e demostra-se em todas as ações praticadas, pois ‘a fé sem obras está morta’ (Tiago 2:26); de igual forma, ‘o escoteiro é ativo fazendo bem e não passivo sendo bom’. Ensinamos que, para um escoteiro, a espiritualidade é algo que faz parte da pessoa e não algo que faz somente nos momentos de culto; a prática da fé deve fazer parte da essência da pessoa. O escoteiro deve ter uma fé autêntica, sincera, que deve refletir na participação ativa nos cultos da sua denominação, na sua vida devocional diária e nas obras como resultado desta fé transformadora”, ressalta.

 

Para toda a vida…

Adão acredita que todos que participam dos escoteiros carregam marcas para o resto da vida. “Temos um lema que diz ‘uma vez escoteiro, sempre escoteiro’. Muitas coisas ficam, como as fortes amizades, as experiências marcantes e os princípios. Falo por experiência própria, pois foi no escotismo que fiz amizades verdadeiras, onde era ‘um por todos, e todos por um’, parceiros para qualquer hora! Estes valores eram consequência dos princípios que a toda hora estávamos lembrando e buscando pôr em prática. Todos estes meus amigos de escotismo seguiram seus caminhos, mas quando nos encontramos, nos tratamos como irmãos. Praticamente todos eles se tornaram pessoas bem sucedidas em suas carreiras, lideranças na sociedade, enfim, pessoas muito valorosas e de bons costumes. Sou muito grato aos meus pais por terem feito grande esforço para que eu fosse escoteiro, pois carrego os ensinos e experiências de grande valor para a formação do meu caráter”, finaliza.

 

Desbravadores e Aventureiros

O Clube de Desbravadores está presente em mais de 160 países, com 90 mil sedes e mais de 1 milhão e meio de participantes. Existem oficialmente desde 1950, como um programa oficial da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Em Marechal Cândido Rondon, o Clube de Desbravadores Conquistadores da Mata começou em 2012, tendo participantes com idade entre 10 e 15 anos. Tem como diretor local, Márcio Buera.

Já o Clube de Aventureiros surgiu depois, percebendo a necessidade de atender as crianças mais novas. Em Marechal, o Clube de Aventureiros Abdiel foi fundado em 2014. De acordo com a diretora, Patrícia Pfeifer, o trabalho é voltado a crianças entre 06 e 09 anos, e sua programação é dirigida ao fortalecimento dos valores da família, igreja e escola. “A realidade da vida corrida atual nos mostra que as famílias estão precisando de ajuda, pois possuem pouco tempo. As crianças estão amadurecendo muito cedo e exatamente nesta idade estão definindo seu amor por Jesus. Todos que estiverem dentro da faixa etária podem participar. Não temos exigências de classe social ou religião. Todos são muito bem-vindos”, ressalta.

 

Amor a Deus, à Pátria e ao próximo

Os desbravadores e aventureiros têm como princípio fundamental trabalhar o tripé Físico, Mental e Espiritual. “O objetivo é trabalhar em equipe, sendo útil à comunidade, prestar socorro em calamidades (desbravadores), participar ativamente em campanhas comunitárias… em tudo que fazemos, procuramos desenvolver o amor a Deus, à Pátria e ao próximo. E claro, fazer muitos amigos! Apesar de termos algumas técnicas do escotismo, não somos considerados oficialmente grupos de escoteiros”, explica Patrícia.

Dentre as atividades realizadas pelos grupos, destacam-se os acampamentos, caminhadas, escaladas, exploração nas matas, cozinhar ao ar livre… “Combatemos também o uso de álcool, fumo e drogas, além de abordarmos assuntos como bullying, assédio sexual, enfim, questões comuns na idade de desbravadores e aventureiros”, destaca.

 

A Bíblia

Patrícia ressalta que, mesmo sendo um departamento da Igreja Adventista do Sétimo Dia, trabalha-se com as crianças e jovens exatamente o que a Bíblia apresenta, e não doutrinas. “Tanto o clube de desbravadores, quanto de aventureiros, trabalha bastante a questão de apresentar Jesus para os integrantes. O papel da família é de extrema importância, buscamos sempre estar em contato com os pais, auxiliando no que for preciso. Todo apoio que recebemos deles, a confiança em nosso trabalho, é primordial”, enfatiza.

 

Ideais

Patrícia acredita que fazer parte dos grupos faz com que a pessoa tenha fundamentos que pode levar para toda a vida. “Usamos sempre essa frase: ‘Uma vez desbravador, sempre desbravador!’ Meu esposo Cidnei Pfeifer, por exemplo, foi desbravador desde criança, leva e vive esses princípios até hoje. Foi com ele que aprendi a amar esse ministério e que também tivemos o privilégio de levar nossos filhos, que hoje já fazem parte da liderança do clube aqui de Marechal”, relata.

Ela explica que há os ideais, que são a base também de ensinamento dos grupos:

 

Desbravadores

Voto:

“Pela graça de Deus, serei puro, bondoso e leal. Guardarei a lei dos desbravadores, serei um servo de Deus e amigo de todos”

 

Lei:

A lei dos desbravadores ordena-me:

·        Observar a devoção matinal

·        Cumprir fielmente a parte que me corresponde

·        Cuidar de meu corpo

·        Manter a consciência limpa

·        Ser cortês e obediente

·        Andar com reverência na casa de Deus

·        Ter sempre um cântico no coração

·        Ir aonde Deus mandar

 

Alvo:

“A mensagem do advento a todo mundo em minha geração”

 

 Lema:

“O amor de Cristo me motiva”

Objetivo:

“Salvar do pecado e guiar no serviço”

Voto de fidelidade à Bíblia:

“Prometo fidelidade à Bíblia, sua mensagem de um Salvador crucificado ressurreto e prestes a vir, doador de vida e liberdade a todos que Nele creem”

 

Aventureiros

Voto:

“Por amor a Jesus, farei sempre meu melhor”

 

Lei:

“Jesus me ajuda a ser obediente, puro, reverente, bondoso e colaborador”.

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