Por Pastores Elvis e Danielle Casagrande
Continuando o assunto do artigo publicado na edição anterior da Revista Paz, iniciamos falando que “A alma farta pisa o favo de mel, mas para a alma faminta todo amargo é doce” (Pv 27:7). Nenhuma outra causa tem levado homens e mulheres ao adultério, como a insatisfação sexual crônica. A Bíblia é muito clara quando diz que uma “alma satisfeita ou farta” despreza o favo de mel, ou seja, quando o marido e a esposa saem de casa com as necessidades da alma, inclusive sexual, satisfeitas, fica bem mais fácil resistir todas as possíveis tentações do maligno. Quando o homem e a mulher são infelizes sexualmente no casamento, os dois tornam-se presas fáceis do diabo. Paulo, o apóstolo, quando escreveu sua carta-resposta para a igreja que estava em Corinto, tratou deste assunto com muita preocupação, dizendo: “Mas, por causa da prostituição, tenha cada homem sua própria mulher e cada mulher seu próprio marido” (1 Co 7:2). Ele também deixou claro que não basta ter uma mulher ou ela um homem, é necessário que os dois sejam felizes sexualmente, por isso ele insiste: “O marido pague à mulher a devida benevolência, e da mesma sorte a mulher ao marido. A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no o marido; e também da mesma maneira o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no a mulher” (1 Co 7:3,4).
A dúvida de muitos casais é: “Como praticar o ato sexual de forma que alcancemos a plenitude do prazer, segundo Deus planejou? Como satisfazer a alma?” A realização sexual no contexto do casamento depende do conhecimento de alguns pontos básicos sobre as diferenças afetivo-sexuais entre homem e mulher. Vejamos algumas delas: 1) O homem é tendente ao amor estético, e a mulher é tendente ao amor ético; 2) O homem é tendente ao amor quantitativo (instintivo, passageiro), e a mulher é tendente ao amor qualitativo (afetivo e que dura); 3) O homem é tendente a querer primeiro o corpo dela, e depois a pessoa dela e a mulher é tendente a querer primeiro a pessoa dele e depois o corpo dele; 4) O homem é estimulado sexualmente pela visão (erotismo visual, Ct. 7:1-9), e a mulher é estimulada pelo que ouve e pelo toque (erotismo sentimental e abrangente); 5) Para o homem o ato sexual é um prazer corporal, somático, físico e localizado, e para a mulher o ato sexual é um prazer emotivo, em todo o seu corpo, partindo dos órgãos da cópula; 6) O homem precisa de sexo para se manter vivo no casamento, e a mulher precisa de carinho, companheirismo, segurança, estabilidade e sexo; 7) No homem, o sexo é descontínuo e centralizado, na mulher, o sexo é contínuo e descentralizado.
Conselhos práticos que podem ajudar os casais que buscam ajustamento: 1. Nunca seja egoísta, pense na realização do cônjuge (1 Co 7.2-5); 2. Elimine os complexos através da oração e da compreensão; 3. Lembre-se, o cansaço pode ser a causa do fracasso; 4. Desenvolva uma comunicação franca nesta área; 5. Procure não praticar o ato com a tensão de um problema; 6. Reserve tempo para o exercício do ato; 7. A privacidade do casal é de fundamental importância; 8. O asseio é uma necessidade de todos; 9. A preocupação com uma possível gravidez pode ser a causa da baixa qualidade da relação sexual; 10. Nunca se esqueça que o homem se excita pelo que vê, já a mulher, mais pelo que ouve; 11. Nunca tenha o sexo como obrigação, o ato conjugal deve ser espontâneo; 12. Cuidado com a contaminação do leito, que deve ser sem mácula; 13. Cuidado com as relações “pornográficas” (Rm 1.26,27).
O sexo é a música do matrimônio, quanto mais os músicos tocarem, mais habilidosos vão ficando. Meu conselho final é que os casais não devem parar de tocar a música da sexualidade no casamento, porque enquanto houver música, haverá alegria e vida conjugal plena. “O sexo não é tudo, mas a infelicidade sexual pode gerar um mau humor crônico que afetará todas as áreas da vida do casal”.