Jó ficou conhecido como um homem extremamente paciente, tanto que quando queremos exaltar a paciência de alguém, dizemos que tem a “paciência de Jó”.
E isso que a paciência não era a principal qualidade de Jó. Jó era irrepreensível. Ninguém que o conhecia tinha um “a” a dizer sobre sua conduta. O próprio Deus o definiu assim para satanás: “homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desvia do mal” (Jó 1:8).
Entretanto, apesar de ser merecedor de tantos elogios, Jó não foi infalível. Quando Deus permitiu que satanás o tentasse, ele permaneceu firme em sua fidelidade, mas em dado momento ele começou a questionar os motivos de Deus, pedindo se ele não era fiel o suficiente para que Deus o estivesse castigando.
Então o Senhor, ao invés de respostas, começou a despejar dezenas de perguntas a Jó, começando assim:
“Quem é este que escurece o conselho com palavras sem conhecimento? Agora […] perguntar-te-ei, e, tu, responde-me. Onde estavas tu quando eu fundava a terra? Faze-mo saber, se tens inteligência”
(Jó 38:2-4).
Na linguagem atual, seria: quem você acha que é? Quem é você na fila do pão? Você tem ideia de quem Eu Sou? Se você é inteligente, me diz: você acha que eu prendo as estrelas no meio do nada com fio de nylon? Que os anéis de Saturno estão presos com cola quente? Ou que os relâmpagos do céu seguem o GPS pra saber onde passar? Jó, se você não estava lá quando eu fiz o mundo, e não entende bulhufas de como o universo funciona, como quer entender os motivos do sofrimento humano?
Em outras palavras, o Senhor disse: Jó, você não precisa entender; você precisa confiar.
Deus não precisa se justificar. Não precisa ter motivos. Se Ele quiser, Ele é Deus. Se Ele não quiser, continua sendo Deus. E a nós, que tantas vezes queremos questionar, entender ou mesmo justificar os desígnios de Deus, resta nos recolhermos à nossa insignificância e procurar nosso lugar na fila do pão, entendendo que a Ele pertencem os Céus, a Terra e tudo o que neles há.