Por Dra Jane Radke – Radke Advocacia
Felizmente – para a maioria das situações do nosso dia-a-dia – vivemos tempos em que a tecnologia facilita muito o contato entre as pessoas, nos auxiliando a realizar diversos afazeres cotidianos.
Porém – como quase tudo na vida – tem seu lado menos animador, em que pessoas, mal intencionadas, explorando os recursos tecnológicos, por meios ardilosos e com excelente poder de convencimento, conseguem acesso a dados – por vezes disponibilizados por nós mesmos (redes sociais incluindo as comunicações via aplicativo de mensagens WhatsApp), ou por vezes invadindo sistemas oficiais do governo (hackers), entram em contato com beneficiários ou futuros beneficiários da previdência social, se passando por servidores do INSS ou por outro tipo de profissional, oferecendo aparentes vantagens “fáceis e rápidas”.
Atraídos por tal promessa, acreditando que poderão ter seu benefício concedido, ou um ganho extra inesperado, inocentemente, os beneficiários da previdência – nesses casos, vítimas – acabam por compartilhar com pessoas mal intencionadas, informações ou documentos importantes, que servirão para que o “golpista” consiga concretizar suas más intenções às custas da boa-fé da vítima.
No momento do contato – seja por telefone, WhatsApp, e-mail, rede social, etc – não se deixe levar pela aparente “boa notícia”, neste momento é preciso ser racional – “pé no chão” – e a primeira coisa a se pensar deve ser: “Se eu tenho mesmo direito ao que estão me dizendo, posso confirmar a informação pessoalmente, e assim terei certeza que é confiável.”
O contato virtual é bloqueado facilmente, e depois que foram repassadas as informações ou documentos, a vítima poderá ficar “a ver navios”, não sabendo nem “por onde começar” a tentar reparar eventual prejuízo sofrido.
Segundo a empresa de cibersegurança Norton, em publicação na Revista Exame[1], 58% dos brasileiros sofreram crimes cibernéticos, e mais de 828 milhões de horas foram gastas (uma média de 11,6 horas por pessoa) tentando resolver os problemas somente no ano de 2021; ainda a estimativa é de que 32 bilhões de reais foram perdidos somente naquele ano, já que mais da metade das vítimas de crimes cibernéticos foi impactada financeiramente.
Não faça parte desta estatística! Informações sobre eventuais benefícios previdenciários devem ser buscadas diretamente – melhor ainda se for pessoalmente – com profissional experiente na área e de sua confiança, tendo a certeza de que quando precisar de alguma informação, será atendido – em um local “físico real” e não virtual.
Fica aqui o alerta a todos os beneficiários – e futuros beneficiários – da previdência social, para que sejam, de fato, “beneficiários” e não se tornem “vítimas”.
[1] Disponível em: https://exame.com/tecnologia/58-dos-brasileiros-sofreram-crimes-ciberneticos-aponta-estudo-da-norton/ . Acesso em: 17/03/2023.