Apesar de muito falado e diagnosticado na infância, o TDAH, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, é pouco associado a comportamentos e dificuldades funcionais da fase adulta. Se considerarmos que é um transtorno que inicia na infância, crônico, sem cura, também haveria um número muito grande de adultos com essa condição, mas não é o que podemos observar. Muitos adultos acabam tratando somente os sintomas e as comorbidades, se encaixando em outras hipóteses diagnósticas por serem considerados apenas os sintomas isolados ou os comportamentos adaptativos como uso de drogas lícitas e ilícitas, dificuldades do sono, humor deprimido, ansiedade, gastrites, dores de cabeça, irritabilidade, mascarando a doença, dificultando o diagnóstico correto, feito por anamnese, entrevista detalhada com profissional capacitado, avaliando a infância até vida atual.
Comportamentos que geravam dificuldades escolares e familiares, podem se remodelar na fase adulta para inadequações profissionais e nos relacionamentos afetivos e amorosos. Por vezes, em consequência do adulto apresentar modulação social, desenvolvem comportamentos adaptativos para conseguir sobreviver emocionalmente, mas com esforço e sofrimento psíquico muito grande gerando outras doenças associadas. O diagnóstico assertivo muitas vezes é demorado e o paciente acaba não esperando por ele, pulando de profissional a profissional sem receber o diagnóstico e tratamento adequado, esperando resultados rápidos. Os sinais mais reconhecidos na infância de baixa atenção concentrada e agitação psicomotora, característicos do TDAH na infância, nos adultos podem estar presente ainda vários outros, como os 10 exemplificados na tabela. Alterações da área frontal do cérebro causam baixos níveis de dopamina, que é o neurotransmissor relacionado ao sistema de recompensas. Entendendo melhor: para obter a mesma sensação prazerosa, uma pessoa com TDAH precisa de um estímulo maior. Assim, o cérebro “traça uma meta” de busca incessante por prazer. A dopamina pode ser produzida mais rapidamente através de estímulos externos, como doces, bebidas alcoólicas, celular, esportes radicais, drogas, comidas calóricas, filmes e séries, sendo estas as principais buscas deste cérebro, criando hábitos e rotinas desajustadas. Além de reconhecer os comportamentos que fazem parte dos sintomas para fechar o diagnóstico, entender que eles fazem parte da doença, é essencial para o acolhimento deste paciente e para o bom prognóstico de tratamento, através das técnicas de psicologia, fundamentais para a regulação emocional.
1) Apesar de desatento, tem hiperfoco quando tem motivação
2) É multitarefas com dificuldade em conclusão
3) Lê várias vezes o mesmo trecho, pois se perde na leitura
4) Tem tendência a comportamentos compulsivos
5) Envolve-se em situações de risco
6) Rabisca ou mexe em objetos enquanto conversa
7) Parece ser atarefado, mas é dificuldade em organizar os afazeres
8) Fala ou se comporta de forma agressiva
9) Comete erros na fala, escrita ou leitura
10) Esquece o que estava falando |