Por Pastores Elvis e Danielle Casagrande
Casamento traz consigo direitos e deveres. Tanto o marido quanto a mulher devem algo a seu cônjuge. O ensino das Escrituras é muito claro acerca disso: “O marido pague a sua mulher o que lhe deve, e da mesma maneira a mulher ao marido”. 1 Coríntios 7:3.
Embora o texto acima fale de algo pertencente à vida sexual, é inegável que este conceito envolve um princípio existente no casamento como um todo. Os que se casaram têm deveres dos quais foram incumbidos por Deus na relação matrimonial. Na Nova Tradução na Linguagem de Hoje, este texto é apresentado assim: “O homem deve cumprir o seu dever como marido, e a mulher também deve cumprir o seu dever como esposa”. 1 Coríntios 7:3.
A palavra usada pelo apóstolo, no original grego, que foi traduzida como “o que lhe deve” (ou, em outras versões, “o que lhe é devido”), de acordo com o Léxico da Concordância de Strong, é “opheilo” e significa “dever; dever dinheiro; estar em débito com; aquilo que é devido; dívida”. Portanto, temos uma dívida a ser paga no casamento. Porém, convido-o a colocar o foco na sua própria dívida, e não na de seu cônjuge, uma vez que, em matéria de relacionamento, temos a inclinação natural de sermos melhores credores do que pagadores. Quase sempre que falo a casais sobre os deveres dos cônjuges, percebo que eles sempre dão mais atenção ao que vão cobrar do outro do que a aquilo que eles deveriam fazer… e o que vemos nestes cônjuges é algo muito parecido com a parábola que Jesus contou acerca do credor incompassivo: na hora de cobrar a dívida de outros nunca usam da mesma compreensão e misericórdia que querem que outros tenham com eles.
Como Jesus ensinou, temos a capacidade de ver o cisco no olho do irmão e não reparar na trave que está em nosso próprio olho (Lc 6:41); vemos os “pequenos” defeitos dos outros e não queremos enxergar os nossos próprios grandes defeitos. O fato é que deveríamos focar primeiro em nossa parte dos deveres, até porque assim seria bem mais fácil não somente cobrar, mas estimular o parceiro a também fazer sua parte. Quem dera todo marido e esposa pensasse mais no que ele deve ao seu cônjuge do que naquilo que lhe é devido!
Nosso foco principal na relação conjugal jamais deveria ser os nossos direitos (que de fato possuímos – e pelos quais tanto reclamamos) e sim os nossos deveres! Precisamos viver em função de nossos cônjuges, não em função de nós mesmos. O problema de muitos é que entram no matrimônio atrás de um nível de realização que desejam mais para si mesmos do que para o seu companheiro de aliança.