Temos uma cachorrinha que se chama Meg. Nós a compramos quando meu filho tinha 9 anos e achávamos que ele precisava de uma companhia enquanto estávamos fora trabalhando.
Um dos critérios para a escolha do tipo de cachorro que teríamos foi que ele fosse pequeno e tivesse o pelo curtinho, para que a manutenção fosse fácil e tivesse um custo baixo. Também queríamos que nosso filho se sentisse mais seguro, então deveria ser um cãozinho corajoso. Um cãozinho da raça Pinscher atende esses critérios e, por isso, há mais de 7 anos, a Meg mora conosco..
Passada a adaptação inicial, de ensinar onde podia ou não fazer as necessidades, quais eram os móveis proibidos para escalada, o que era comida e o que eram sapatos, fomos nos habituando à nova rotina. No entanto, todas devem ter conhecido algum Pinscher, seja na própria casa ou na casa de algum conhecido. Vou descrever aqui quatro características – 2 ruins e 2 boas – desta raça de cachorro, e o que nós, como cristãs, podemos aprender com elas.
O Pinscher é exatamente o que dizem por aí: 50% é ódio, e os outros 50%, é tremedeira. Quando chega uma visita, ou um gato passa na rua, a Meg enlouquece. Late e vibra sem parar, por mais que nós a mandemos se calar ou se acalmar. É como se ela entrasse em um universo paralelo onde não nos ouvisse, e só conseguisse dar atenção àquela potencial ameaça. Ela só para de latir quando abrimos o portão e permitimos a entrada de quem chegou.
Alguns cristãos são assim. Tentações, preocupações, problemas, responsabilidades e desejos de bens materiais lhes chamam tanto a atenção que não veem mais nada ao seu redor, e não ouvem mais a voz de Deus. Isaías profetizou e Jesus relembrou, ao falar dos fariseus e escribas: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim (Mt 15.8).
O Pinscher não tem noção do próprio tamanho. A Meg late para cachorros que são umas quatro vezes maiores que ela. Certa ocasião, pulou e mordeu o cachorro de um vizinho no pescoço. Ele nem bola deu, e levou ela pendurada no pescoço por um bom pedaço.
Você já teve contato com cristãos soberbos assim? Latem nas redes sociais, latem para os vizinhos, como se não lembrassem que Jesus ensinou a humildade e a mansidão. João, o discípulo a quem Jesus amava, recomendou a humildade, dizendo que ele era apenas “amigo do noivo”, e que convém que Ele (Jesus) cresça e que eu diminua. (Jo 3.30).
Por outro lado, o Pinscher tem um ouvido muito aguçado. A Meg gosta de sentar em um tapete que fica na soleira da porta. Às vezes, ela se põe em pé rapidamente, ergue as orelhas e olha para a parte de cima da rua. Alguns segundos depois, eu ouço o ronco de uma moto, ao longe. É meu esposo chegando. Ela reconhece o som da moto e se prepara para a recepção. Jesus disse que suas ovelhas são assim. Elas conhecem a Sua voz e O seguem (Jo 10.27). Que possamos estar com os ouvidos e o coração aguçados para ouvir a voz do Senhor.
A Meg se alimenta de ração, mas, normalmente, quando sentamos à mesa para uma refeição, ela fica à espreita, muito atenta, para aproveitar qualquer migalha que caia da nossa mesa. É uma atitude normal dos cachorros. Foi até citada na Bíblia pelo próprio Jesus, quando conversou com a mulher cananeia.
Que, assim como os cachorrinhos, nós possamos ter fome e sede de Deus e viver alimentadas pela Sua graça, mesmo que não sejamos merecedoras (como os judeus julgavam os cananeus), sabendo que ela é derramada sobre todos. Jesus mesmo nos disse para nos alimentarmos Dele: “Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém dele comer, viverá eternamente”. Jo 6:51.