Moacir Dupont – Gerente da Agência Av. Maripá/Marechal Cândido Rondon – Sicredi Aliança PR/SP
A atividade agrícola é fundamental para o País, seja pelo viés econômico ou pelo simples fato de que é por meio dela que os alimentos chegam às nossas mesas. Quem trabalha diariamente com a vida no campo sabe que os imprevistos são muitos e que uma das maiores preocupações diz respeito às perdas de produção decorrentes de fatores climáticos. Cada vez mais, vale a máxima de que a agricultura é uma indústria a céu aberto.
Pensando nisso e atento às mudanças climáticas, o produtor está sendo convidado a uma nova mentalidade na gestão dos riscos da lavoura. Os mecanismos de proteção já não podem mais ser analisados com base no histórico de eventos do passado, mas sim nos riscos que poderão advir no futuro. A cada ano, surgem novos exemplos de regiões que, embora não tenham apresentado registros recentes de perdas, sofreram com algum tipo de prejuízo relacionado a fenômenos da natureza.
Diante deste complexo e imprevisível cenário, ganham cada vez mais espaço os seguros privados denominados Seguros Agrícolas, que oferecem proteção contra uma ampla gama de eventos durante todo o ciclo de vida das culturas.
Apesar de ainda distante de mercados mais desenvolvidos como o dos Estados Unidos, nos últimos anos o mercado de seguro agrícola brasileiro contou com avanços importantes, que vão desde a ampliação da oferta com a entrada de novas seguradoras, até melhoria dos produtos oferecidos, não somente em relação à adequação de taxas, mas também na ampliação dos níveis de cobertura disponibilizados aos produtores.
São diversas opções de produtos e seguradoras, conforme a cultura e a região de contratação, sendo que as coberturas podem abranger desde riscos pontuais, como o granizo, por exemplo, até outras mais completas, que ampliam o rol de riscos cobertos ou até mesmo conjugam, em uma mesma apólice, as duas principais preocupações do produtor: clima e oscilações no preço do produto.
Um outro aspecto importante é a possibilidade de o produtor contar com subsídio governamental para pagamento de parte do valor do seguro (prêmio). Nacionalmente, isso acontece por meio do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), podendo representar de 35% a 45% do valor total da apólice, de acordo com as características do produto e da cultura segurada. Alguns Estados possuem ainda programas de subvenção que seguem regramento específico e comumente são complementares ao subsídio federal. Importante registrar que a concessão ou não do benefício dependerá essencialmente da disponibilidade de recursos dos órgãos governamentais e também do atendimento, pelo produtor, das regras estabelecidas em cada um dos programas.
Finalmente, é imprescindível considerar que o período de comercialização dos seguros agrícolas acompanha o calendário do ano-safra. Portanto, você que é agricultor e deseja diminuir os riscos da sua lavoura, esta é a hora de conhecer melhor os produtos e contratar uma boa proteção.