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As possíveis decepções do céu

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As possíveis decepções do céu

Por Pastor Marcos André Schulz

O célebre missionário norte americano David Brainerd, gastou suas últimas forças pregando aos índios Delaware, na região de New Jersey. Vítima de tuberculose, viu-se preso prematuramente ao leito de morte com apenas 29 anos de idade. Nos seus momentos derradeiros, despediu-se de seus entes queridos dizendo: “O homem foi feito para a eternidade!”. Fica evidente que Brainerd tinha em estima mais elevada o céu do que a terra.

Infelizmente, esta consciência sobre o céu não está impregnada em todas as almas ditas cristãs. Alguns amam e desejam mais a terra, e por isso, poderão ter decepções ao chegarem ao céu. Com que poderão se decepcionar? Primeiro, com o caminho para se chegar lá. Segundo, com as pessoas que lá estarão. Terceiro, com clima sacro do ambiente. E, quarto, com as exigências lá impostas para um viver santo.

A Bíblia descreve o caminho para o céu como apertado: “Porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela.” (Mt 7:14). O céu não é para todos, somente para os dispostos a encarar um caminho duro e difícil. Neste caminho, não há espaço para nada além da santidade. É preciso dizer “não” diariamente à iniquidade (prática do pecado).

Se o caminho para chegar poderá ser “decepcionante” para alguns, talvez para outros, decepção maior será encontrar no céu pessoas pelas quais não tiveram nenhum apreço na terra. Certamente, encontraremos lá gente oriunda daquelas denominações que tanto desprezamos e julgamos. Pessoas com hábitos tão ofensivos aos nossos, de classes sociais tão diferentes. Não esqueçamos, o céu é lugar para pessoas de todas as línguas, raças, tribos e nações. Para evitar uma possível decepção no céu, se faz necessário conviver com as diferenças aqui na terra.

Poderá ser decepcionante também constatar que o céu é um lugar tão diferente do mundo no qual vivemos.  Apesar de termos aprendido com o apóstolo Pedro que somos peregrinos (viajantes) nesta terra, lançamos aqui as nossas raízes. Porém, a terra não se assemelha em nada ao céu. Aqui, o pecado ainda nos deslumbra, mas lá ele não existirá mais. Aqui temos paixões das mais diversas: carros, esportes, hobbys, etc. Lá, tudo isso será trocado pela adoração constante ao nosso soberano Deus. Não obstante, o céu é um lugar santo. E isto não será decepção para aqueles que preferem a vida piedosa à vida de pecado.

Por último, poderá ser decepção para muitos ter que se submeter às exigências do céu para um viver completamente santo. Não é raro encontrar cristãos pouco interessados na prática da oração, preguiçosos na leitura e no estudo da Bíblia, desinteressados na conversação de assuntos espirituais. Poderão estas pessoas gostar do céu?

Para não sofrermos decepções ao chegar a nossa morada eterna, esforcemo-nos para chegar lá. Amemo-nos uns aos outros. Vivamos em santidade. Sigamos ao padrão do reino dos céus a partir da terra.

 

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