Se eu fizer esta pergunta aos agricultores, certamente me relatarão informações da lavoura referente à quantidade de sementes por hectares e preparação do solo, entre outros dados técnicos que garantem os melhores resultados da colheita. Isso mesmo, o plantio deve sempre ser feito com o pensamento voltado para a colheita: se não fosse assim, não teria sentido.
E se é assim na agricultura, porque não agimos da mesma forma em outras áreas de nossa vida? Muitas pessoas querem obter uma boa colheita, mas não se preocupam com o plantio. O engraçado é que, muitas vezes, queremos colher bênção e prosperidade, porém plantamos ingratidão. Queremos colher amor e plantamos rancor. O filósofo e economista escocês Adam Smith (1723-1790) já declarou que “a ambição universal do homem é colher o que nunca plantou”.
Na hora de plantar é importante escolher uma boa semente. A canção infantil ‘Colherá o que semear’, de composição de Asaph Borba, começa assim: “Uma coisa eu vi neste mundo aqui; talvez tenha visto também; é que toda planta, animal ou fruta, de sua própria semente vem. Se plantar tomate, vai dar tomate. Se plantar abacate, vai dar abacate. Se plantar arroz, arroz vai dar. Colherá o que semear”.
Tem um provérbio chinês que diz: “Podemos escolher o que plantar, mas somos obrigados a colher o que semeamos”. A Bíblia também fala disto, quando Paulo escreve aos Gálatas, dizendo: “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará.” (Gl.6:7). Esse texto é conhecido como a Lei da Semeadura. Uma frase de autor desconhecido diz: “Porque Deus é bom, nos deixa plantar o que quisermos. E porque Deus é justo, nós colhemos o que plantamos”.
Muitos começam bem, plantando uma boa semente, mas infelizmente deixam de cuidar da lavoura. Um bom agricultor sabe que é preciso fazer o manejo das ervas daninhas, para não ter surpresas indesejadas. Até Jesus já mencionou a existência de joio em meio ao trigo (cf.Mt.13:26). Muitas vezes, começamos bem o plantio, porém nos descuidamos e as pragas prejudicam a produção e a colheita acaba não sendo conforme o esperado.
Assim, para uma boa colheita, além da escolha de uma boa semente, é importante o cuidado com as ameaças que a lavoura pode sofrer, e então termos uma safra abundante. Assim, cantemos a segunda parte da canção: “Com a nossa vida é assim também. Tudo que se planta é o que vem. Seja do pecado ou do Senhor… colherá o que for. Se plantar mentira, vai colher mentira. Se plantar a ira vai colher a ira. Se plantar amor, amor vai dar. Colherá o que semear. Se plantar amizade, vai brotar amizade. Se plantar verdade, vai colher verdade. E se essa semente em boa terra cair, uma nova plantinha logo vai surgir. Colherá o que semear!” Portanto, se plantamos o que é bom, certamente o que é bom se reverterá em nosso favor.
Hoje, você pode estar colhendo o que plantou no passado, ou pode estar em época de plantio, pois conforme Eclesiastes 3:2 b “Há… tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou”. Independente do momento em que estás, ou se você teve boas ou más colheitas, “não julgue cada dia pela colheita que você obtém, mas pelas sementes que você planta” (Robert Louis Stevson, poeta e escritor escocês, 1850-1894). Você pode hoje escolher e preparar a semente para a próxima colheita… e que o Senhor abençoe seu plantio, para usufruir de colheitas abundantes com o melhor desta terra (cf. Is.1:19).