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Jesus Cristo é a nossa Páscoa! “E esta é a promessa que Ele nos fez: a vida eterna”. 1 João 2:25
A Páscoa: lembrada por muitos para reunir a família, trocar presentes, alegrar a criançada com chocolates. Não que tudo isso seja errado… muito pelo contrário: estar junto dos nossos queridos e compartilhar é sempre muito bom. Mas, a Páscoa deve ser lembrada pelo seu real e verdadeiro significado…
Através da ressurreição de Jesus, todo aquele que entrega a sua vida a Ele, torna-se Seu filho! Você já imaginou a grandeza que é poder ser chamado de filho ou filha de Deus? É o maior presente que alguém pode receber! E é isso que celebramos: a ressurreição de Cristo!
Entregando a nossa vida a Jesus, nos tornamos realmente livres! Mas, livres do quê? Do pecado e da morte! Deixamos de ser escravos do pecado para nos tornarmos livres em Cristo, podendo desfrutar do melhor Dele já nesta Terra e tendo a certeza da Salvação, para viver eternamente com Ele!
Nesta reportagem, trazemos muitos detalhes sobre a Páscoa, com o intuito de que você seja edificado. Leia e seja tocado pelo poder do Espírito Santo… e tenha uma abençoada Páscoa!
Origem
De acordo com o pastor Wilson Wild, da Igreja de Deus – Comunidade Emanuel, a primeira Páscoa dos judeus aconteceu muito antes de Jesus Cristo ter vindo ao mundo. “A partir da família de Jacó, um povo surge no antigo Egito. Após a morte de José no Egito, os descendentes da família de Jacó se tornaram uma nação com mais de um milhão de pessoas. Quatrocentos anos mais tarde, os faraós haviam escravizado os israelitas, forçando-os, castigando-os de todas as maneiras. Naquele momento, Deus levantou Moisés como libertador do povo de Israel. Deus prometeu tirar, libertar o Seu povo do Egito. Após varias tentativas frustradas de convencer o Faraó que permitisse o povo sair por bem, o Senhor concedeu a Moisés, o poder para realizar alguns fatos incríveis, como forma de pressão e castigo para que Faraó permitisse a saída dos israelitas do Egito”, explica.
Foram 10 os castigos ou pragas, que a Bíblia menciona no livro do Êxodo. O décimo castigo é que foi o mais importante: Deus disse a Moisés que falasse com Faraó mais uma vez que, caso ele não permitisse o povo de Israel sair, o Senhor enviaria o anjo da morte, que iria ferir todos os filhos mais velhos tanto das pessoas quanto dos animais. “Faraó, mais uma vez, não acreditou. Então, Deus orientou Moisés para que cada família matasse um cordeiro sem defeito, e o sangue desse cordeiro fosse aspergido, aplicado, sobre o marco da porta das casas dos israelitas. Naquela noite, foi instituída a primeira Páscoa! A palavra ‘Páscoa’ significa saltar ou pular sobre. Em todas as casas onde havia a marca do sangue do cordeiro, o anjo da morte pulou, saltou, e o filho não morreu. Como Faraó e os egípcios não haviam acreditado na mensagem de Moisés, na manhã seguinte, havia morrido todos os primogênitos, tanto dos homens, quanto dos animais. Profundamente chocado e entristecido com a morte do seu filho, príncipe egípcio, Faraó permitiu que Moisés saísse do Egito, levando os israelitas livres da escravidão”, destaca.
Desde então, a “Pessach” é a Páscoa judaica, também conhecida como a festa da libertação: é a libertação dos hebreus da escravidão no Egito em 14 de Nissan do ano de 1446 a.C.
A celebração da Páscoa acontece sempre após a primeira lua cheia do outono, no domingo. “Aquilo que aconteceu ali era uma figura, um exemplo, daquilo que Deus faria mais tarde, enviando Seu próprio filho Jesus Cristo, como o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”, explica o pastor.
Libertação do pecado
Pastor Wilson menciona que Jesus celebrou a Páscoa com os discípulos na quinta-feira antes da traição. Logo na sequência, Ele foi preso e crucificado na sexta-feira. Jesus foi morto exatamente na hora em que o sacerdote costumava sacrificar o cordeiro, macho, sem defeito, para remissão dos pecados do povo judeu. Três horas da tarde, conhecida como “a hora do berro” ou do grito, quando o cordeiro, atingido pela faca, derramava o seu sangue e morria. “O povo cristão não celebra a Páscoa, mas sim a ressurreição de Cristo, que aconteceu na madrugada daquele domingo. João Batista, precursor de Cristo, nosso Senhor, ao olhar para Jesus disse: ‘Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo’. Jesus, assim como o cordeiro, macho, sem pecado (defeito), puro, limpo, sem culpa, se ofereceu em nosso lugar. Ele veio morrer por nós e através do Seu sangue proporcionar libertação do pecado, que é a morte eterna”, enfatiza.
Uma decisão pessoal
Todo aquele que acreditar na Palavra de Deus escrita na Bíblia Sagrada e receber a Cristo como Salvador pessoal, não morrerá eternamente. Mas para os incrédulos, descrentes, o castigo será certo. O apóstolo João escreveu no evangelho: ‘Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o Seu único Filho para que todo aquele que Nele crer, não pereça, mas tenha a vida eterna’. João 3:16. “Aceitar ou rejeitar a Palavra de Deus, é uma escolha individual, é uma decisão pessoal. Que cada um de nós possa, nesta Páscoa, receber a Cristo como o Cordeiro de Deus que tira, que limpa os nossos pecados e nos liberta de todo erro e das amarras da escravidão, dos vícios e do pecado. Jesus Cristo é a nossa Páscoa”, finaliza pastor Wilson.
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Há relação entre Tiradentes e Jesus?
Neste ano, a Páscoa será celebrada no mesmo dia do feriado de Tiradentes: 21 de abril. Para tanto, trazemos um texto do pastor Cremilson Meirelles, bacharel em Teologia pela UMESP, bacharel em filosofia pela FACIBA e pós-graduado em Ciências da Religião pela Faculdade de São Bento do Rio de Janeiro. Atualmente, pastoreia a Primeira Igreja Batista em Manoel Corrêa, Cabo Frio, Rio de Janeiro. Confira a sua análise:
Quem nunca percebeu a grande semelhança entre as representações do ícone da Inconfidência Mineira e a imagem popular de Jesus Cristo? Quantas vezes, por conta disso, as crianças confundem os personagens? Há alguns anos, inclusive, fizeram uma pesquisa entre estudantes do Ensino Médio e Fundamental, a fim de verificar se reconheceriam o personagem do quadro “Tiradentes Esquartejado”, do pintor e escritor paraibano, Pedro Américo (1843-1905). Apenas três alunos, dentre as diversas escolas públicas abordadas, reconheceu-o corretamente; os demais, o identificaram como Jesus. O mais impressionante, entretanto, é que o “Tiradentes” histórico nada tinha a ver com o que atualmente figura nos livros escolares. Afinal, ele era um “alferes”, uma patente de oficial abaixo de tenente na hierarquia militar; e, como militar, naturalmente, não usaria barba e cabelos compridos. Além disso, os presos da época tinham seus pelos e cabelos cortados, a fim de evitar piolhos, e, no momento da execução, os condenados à forca deveriam ter os cabelos e a barba raspados. Então, como explicar a semelhança pictórica entre ele e o Cristo? Eis a questão.
De acordo com alguns historiadores, a paridade entre o herói da Inconfidência Mineira e o Filho de Deus não é uma coincidência. Na verdade, o “Cristo brasileiro” foi fabricado, no final do século 19, a fim de legitimar o governo republicano, recém-implantado no Brasil. Isto é, a intenção era, através de hinos, mitos, bandeiras e heróis, implantar no imaginário popular a ideia da superioridade da república sobre a monarquia. Sem dúvida alguma, num país cristão, o melhor meio para alcançar esse objetivo seria encontrar semelhanças entre um herói da pátria e o herói do mundo: Jesus Cristo. Joaquim José da Silva Xavier se encaixou perfeitamente no papel. Até porque, tanto ele quanto Cristo foram martirizados, ambos morreram sem pegar em armas e foram traídos por um amigo. Só faltava acrescentar os cabelos longos e a barba! E foi exatamente o que os responsáveis pela propaganda pró-república fizeram. Assim, nasceu o primeiro ícone do pensamento republicano no Brasil, bem como a conhecida imagem do famoso “Tiradentes”, a qual foi divulgada por meio da pintura de Pedro Américo.
Não obstante, comparar Cristo a um revolucionário que lutava por questões políticas locais é um grande absurdo. Porquanto, a obra redentora do Filho de Deus é infinitamente superior ao movimento mineiro do qual Tiradentes fazia parte. Enquanto o alferes morreu por um ideal político, Jesus morreu pelos seres humanos; enquanto Tiradentes foi surpreendido e enforcado, Cristo entregou-se para o martírio; enquanto o mineiro era apenas um homem, o nazareno era o próprio Deus encarnado; embora Joaquim José da Silva Xavier tenha permanecido morto, Jesus ressuscitou e ascendeu aos céus!
Sendo assim, ainda que os livros vinculem, pictoriamente, Tiradentes a Jesus, saiba que tal associação é espúria, e não passa de invenção humana. Seu propósito já prescreveu. A república já “emplacou”, o território já está demarcado, não há mais a necessidade de propaganda. O sacrifício de Jesus, entretanto, deve continuar sendo divulgado até que Ele venha (1Coríntios 11:26).
Deus o abençoe!
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
CARVALHO, José Murilo de. A formação das almas: o imaginário da república no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.
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