O senso comum, ou a realidade dos relacionamentos, tem colocado o pai em uma posição ou condição que chegamos a pensar se esse papel é realmente necessário na vida das crianças. Mães criam seus filhos, muitas vezes, sem o pai dentro de seus lares e isso já se tornou muito comum. Não podemos dizer que seja normal ou melhor para a criança, caso o pai não seja um bom exemplo, a presença paterna é diferente e complementar à da mãe.
Para entender, precisamos saber qual é a função desta figura no desenvolvimento infantil. Nenhuma das figuras, materna ou paterna, é insubstituível, mas a existência delas é igualmente importante. A criança necessita de um par conjugal adulto para construir imagem positiva das trocas afetivas e de convivência. Na ausência do pai, o avô, um tio ou outro adulto do sexo masculino da vida da criança que tenha vínculo suficiente com ela ganha essa representação. O bebê passa a perceber o pai desde a barriga, através do diferente tom de voz, iniciando ali o relacionamento com ele. Até aproximadamente os três meses, a criança acredita que ela e a mãe são uma só, o pai é o responsável por realizar a divisão dessa relação, sendo também a primeira pessoa além da mãe a ser reconhecida, iniciando assim o vínculo paterno.
Psiquicamente, é função do pai estabelecer dentro da família o papel de autoridade, estabelecendo limites e disciplina. Muitos devem lembrar da mãe apelando em momentos de conflito: “Vou chamar seu pai”, pois a mãe é mais uma figura de acolhimento e carinho. A figura paterna tem se modificado ao passar dos anos. Pais tem aberto mão do seu modelo de pai rígido, frio e distante, abrindo espaço e somando carinho à sua autoridade. Mas muitos tem se omitido do seu papel de autoridade, ficando essa responsabilidade para a mãe ou ficando ela em falta. A função paterna no psiquismo infantil e do seu impacto no desenvolvimento cognitivo, social e emocional, é muito importante para criar estruturas emocionais suficientemente fortes e seguras para enfrentar as dificuldades do cotidiano. A presença efetiva do pai na vida dos filhos promove segurança, autoestima, independência e estabilidade emocional, sendo ela indispensável.