Por Pastor Dorival L. Seidel
Tem de haver um equilíbrio muito grande entre a sagacidade e a ingenuidade, entre a segurança própria e o medo de pecar. Qualquer um dos dois extremos é altamente nocivo.
Uma pequena dose de sagacidade faz muito bem, serve de prevenção, gera cuidado, evita a euforia. Põe de lado a soberba, aproxima-nos da realidade e afasta-nos da bazófia.
Deus antecipou a Moisés: Eu sei que o rei do Egito não vos deixará ir, se não for obrigado por mãos fortes” Ex. 3:19. Moisés também antecipou aos levitas: “Eu sei que depois da minha morte, por certo procedereis corruptamente, e vos desviareis do caminho que vos tenho ordenado” Dt. 3:29. Paulo também antecipou aos presbíteros da igreja de Éfeso: “Eu sei que, depois da minha partida, entre vós penetrarão lobos vorazes que não pouparão o rebanho” At. 20:29
Este “eu sei” é preventivo. Ele o prepara para a adversidade, para o dia mau, para a provação, para a tentação, para a possibilidade de uma reviravolta em sua caminhada cristã. Ele o obriga a vigiar e orar, a se esconder da tempestade próxima ou remota, a se escorar em Deus. Ele acaba com a ideia de que você é invulnerável e mais do que vencedor sozinho.
A afirmação correta não é “tudo posso”, mas “tudo posso Naquele que me fortalece” Fp. 4:13. O estado de espírito correto não é nem o medo quase mórbido de cair em pecado, nem a certeza quase absoluta de não cair em pecado. Não é a ideia fixa de pecado nem a ideia fixa de vitória. O estado de espírito desejável é aquele que não nega o furor do pecado e, ao mesmo tempo, confia no poder da oração, na misericórdia divina e na assistência do Espírito.
Jesus disse, sejam simples como as pombas, mas espertos como as serpentes.
Deus nos conceda sabedoria em tudo.