Por Pastor Jonas Roberto Schultz
João 3.14-21 e Números 21.4-9
No capitulo 03 do Evangelho de João, temos registrado o diálogo entre Jesus e Nicodemos. Jesus recorda o episódio dos israelitas, a sua peregrinação pelo deserto, e como foram atacados por serpentes abrasadoras (Nm 21:4-9).
As serpentes enviadas por Deus foram uma dura pregação de Lei para o povo, por causa do pecado. Um chamado ao arrependimento, e que surtiu efeito, pois: “Veio o povo a Moisés e disse: havemos pecado, porque temos falado contra o SENHOR e contra ti; ora ao SENHOR que tire de nós as serpentes. Então, Moisés orou pelo povo” (Nm 21:7). Moisés recebe de Deus a ordem de colocar diante do povo uma serpente de bronze sobre uma haste.
A serpente de bronze foi o ato gracioso de Deus. Olhar para a serpente era garantia de cura e libertação do veneno mortífero. E é neste ponto que Jesus faz uma comparação:
“E do modo por que Moisés levantou a serpente de bronze no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado, para que todo o que nele crê tenha a vida eterna” (Jo 3:14,15).
Aqui estamos nós, o Novo Israel. Novo, por causa de CRISTO, mas intimamente, o Antigo Israel que aprendemos a conhecer no texto bíblico. Carregamos em nós ainda o pecado. Quantas vezes murmuramos contra Deus? Reclamamos da vida e meio que culpamos a Deus pelos nossos problemas. Sendo que a raiz de todos os males está no pecado, ou seja, está em nós. Nós somos culpados, somos pecadores e por causa do pecado merecemos a condenação. Não somos merecedores de bênçãos, mas da ira de Deus.
Por isso para nós hoje, também há pregação de Lei. Há um chamado contínuo ao arrependimento. E da mesma forma como o povo de Israel teve que voltar seus olhos para a serpente de bronze em fé e total confiança à Palavra do Senhor para se livrar do veneno mortal das serpentes, assim também nós hoje somos convidados a olhar com fé e total confiança, para o Filho do homem levantado na cruz, para sermos libertados da mordida da antiga serpente, o diabo, e consequentemente sermos libertados do pecado, da morte e do inferno. O povo de Israel não tinha escolha, olhar para a serpente de bronze sobre a haste era a única saída, ou senão a morte. Não há outro caminho, somente Jesus Cristo salva da morte eterna.
Deus nos deu a salvação, deu o maior presente que a humanidade já viu: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16). Este é o mais puro e doce evangelho no qual podemos nos deliciar e fartar.
“Deus amou ao mundo”. Este é um detalhe muito importante, a salvação é estendida a todos. O maior erro que se comete é excluir e privar pessoas de conhecer a Jesus Cristo. Privar pessoas do perdão gratuito oferecido por Deus. Por vezes, somos tentados a pensar que para algumas pessoas não há solução, que nem compensa pregar a Palavra. Talvez em alguns momentos apliquemos isso a nós mesmos, com a pergunta: “será que Deus me ama?”. Contudo, a palavra de Deus nos diz: “Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele” (Jo 3:17).
O amor de Deus não tem limites; engloba toda a humanidade. O melhor que Deus tinha para dar, Ele o deu, seu único Filho. Ele é dado não apenas por um determinado grupo de pessoas, mas foi dado para que todos, sem exceção, eu e você, todos os que põem a fé nele, possam ser resgatados da destruição e abençoados com a vida que é verdadeira.
A Salvação começa e termina em Deus. “Porque Deus amou ao mundo…” Precisamos levantar os olhos a cada dia e olhar firmemente para o autor e consumador da Salvação. Pois Cristo nos dá a certeza da vida eterna. Ele nos salvou.
Que o amor de Deus, a graça de nosso Senhor Jesus Cristo e a comunhão do Espírito Santo, nos mantenham firmes na fé. Amém.