Por Prof. Ms. Adriana da Cunha – Coordenadora Pedagógica do Ensino Fundamental II e Ensino Médio – Colégio Evangélico Martin Luther
Ao longo do tempo, a sociedade viveu períodos de intensas transformações. Passamos de uma sociedade da caça à sociedade 5.0, esta conhecida como sendo a “sociedade super esperta”, envolvida com inteligência artificial, nuvem de dados, hiperconexões e formatos híbridos para a apropriação de novos conhecimentos. Na escola não poderia ser diferente… a evolução também é necessária.
Em um mundo em que as competências socioemocionais são, em muitos aspectos, mais solicitadas que as competências puramente técnicas, alunos e professores precisam se encontrar em um espaço onde a colaboração, argumentação, empatia, liderança, criatividade e compartilhamento de conhecimentos possam ser exercitados de forma colaborativa. O exercício da atividade colaborativa em sala é algo mágico!
Neste processo, a autonomia também é uma importante meta da educação. Jean Piaget se referiu a ela como “um poder que não se adquire senão de dentro e que não se exerce senão no seio da cooperação”, sendo ela uma conquista, que não acontece no ambiente escolar sem que o aluno tenha efetivamente a oportunidade de participar dela.
Da autonomia, surge a capacidade que qualquer pessoa tem de definir as leis para si mesma. Essa deliberação não toma como ponto de partida simplesmente a subjetividade, os gostos e os caprichos do indivíduo, mas adota como referência o que se poderia desejar para qualquer pessoa. É participando que se aprende a participar.
A autonomia faz-se fundamental para a formação de cidadãos conscientes e atuantes. No entanto, é importante que os alunos entendam que ter autonomia não significa fazer o que se quer, como e quando se quer, mas, sim, usar a liberdade com responsabilidade. Com acolhimento, cuidado e ética, a escola apresenta-se como um espaço propício para que isso se dê sem a perda da essência e da razão desse delicado e complexo caminho.