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O poder do falar!

A fala é grande parte da nossa habilidade de comunicação, talvez a forma mais fácil que há de buscarmos o entendimento, afinal nela podemos sentir o humor e a energia de quem fala além da mensagem. É fácil perceber quando a fala é cheia de ira ou cheia de amor. Da mesma forma como ela comunica a outros, ela também comunica algo a nós mesmos, pois quando falamos, também nos ouvimos. Através da neurociência sabemos que para o nosso cérebro isso é poderoso, comunicamos e ao mesmo tempo recebemos a comunicação através da audição, assim mais de uma área do cérebro estará sendo ativada neste evento. Também se sabe que todas as vezes que relatamos um ocorrido, revivenciamos emocionalmente aquela situação, gerando stress, acionando mecanismos de defesa, reforçando o trauma.

Quando se sabe que uma criança foi vítima de algum tipo de abuso, orienta-se que a primeira pessoa que a escuta, deverá ela mesma fazer o encaminhamento da criança, sem permitir que a criança seja interrogada novamente, sendo ouvida somente por profissional qualificado, protegendo a sua saúde mental. Quando a criança conta mais de uma vez a história, entendesse que ela está sendo revitimizada, isso quer dizer que ela está sendo colocada mais uma vez diante da situação de abuso.

Quantas vezes nós falamos, falamos e falamos sobre nossos sofrimentos esperando uma solução ou alivio daquilo que estamos sentindo? Na verdade, não estamos querendo fazer isso, mas sem saber estamos criando mais um enredo para a nossa alma (Pv 18.7).

Também sabemos, como já escrito aqui no primeiro artigo, que a psicologia trabalha com o falar, através das nossas palavras, podemos nos curar e também nos adoecer mais (Pv 18.21), pois o não falar gera mais angustia, ansiedade e sofrimento, não permitindo a ressignificação da situação. Para tanto, através da nossa consciência, precisamos saber para quem estamos falando e qual é o objetivo da nossa fala, assim nos protegendo de gerar maiores danos emocionais. Podemos até escolher alguém de confiança que nos acolha, mas certamente precisamos de mais que acolhimento para dar um significado novo para algumas das nossas difíceis vivências.

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Psicóloga Luciana Borgmann Correia - Rehma Psicologia

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