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Religião x Religiosidade

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Religião x Religiosidade

“Sejam praticantes da Palavra, e não apenas ouvintes, enganando vocês mesmos”

Tiago 1:22

Estamos em época de Páscoa, quando comemoramos algo muito especial: a ressurreição de Jesus, “Para que todo aquele que Nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. João 3:15

Nesta edição, trazemos um assunto muito importante: Religião x Religiosidade. Qual tem sido a realidade da sua vida? Jesus tem sido o centro ou você já se “habituou” com o presente maravilhoso da Salvação que Ele te deu e caiu em costumes e rituais, vivendo algumas partes dos seus dias como se Deus não existisse?

Pense nisso. Leia essa reportagem linda e seja edificado!

 

O que nos liga a Deus?

A pastora Marciele D. M. Nascimento, da Igreja Evangélica Congregacional do Brasil de Marechal Cândido Rondon questiona: quem nunca ouviu alguém se referir a outro dizendo: “Fulano é bem religioso”, por essa pessoa ter uma vida de oração, ser parte ativa na igreja e viver sua fé de maneira autêntica. “Olhando dessa ótica, a religiosidade parece ser algo que torna as pessoas melhores. É necessário saber que há uma diferença forte entre os termos religião e religiosidade. Para entender melhor, precisamos ter as definições de ambas bem esclarecidas: a religião é definida de forma etimológica, como derivada do verbo latim religare, que tem seu significado em ‘religar’ ou ‘reconectar’. Já o teólogo Santo Agostinho traz o termo religião vindo de religere, que seria reeleger. Através disso, os ‘religiosos’, ao exercerem sua religião, estariam reelegendo a Deus, do qual eles haviam se separado. A religiosidade é a prática das atividades e regras estabelecidas pela religião, em outras palavras, consiste em uma série de ações que têm como objetivo viver as crenças ligadas à religião que o indivíduo segue”, explica.

A pastora comenta que o interessante é que, indiferente de qual definição seja mais correta, a religião existe por uma necessidade humana de estarmos ligados a um ser superior a nós. Afinal, a própria história afirma que desde os tempos mais primitivos, os primeiros seres humanos sentiram a necessidade de explicar fenômenos naturais, como a chuva, vento, eclipses, etc. E do mesmo modo, eles queriam entender os acontecimentos como o nascimento e a morte. De tal necessidade de explicação que surgiu a busca por um mundo metafísico, ou seja, além da física, além do que podemos ver e tocar. “Para nós que temos a Bíblia (Palavra de Deus) como nossa base de fé e prática, temos clareza de que a explicação para tudo está no Deus Criador dos céus e da terra. E nossa necessidade de estarmos ligados a um ser superior vem do propósito para o qual fomos criados, para adorarmos ao Deus verdadeiro, manifestando através da nossa vida a Glória do DEUS ETERNO”, ressalta.

Podemos ver na Palavra de Deus, conforme o profeta Isaías nos mostra no capítulo 29, no verso 13: “O Senhor diz: ‘Esse povo se aproxima de mim com a boca e me honra com os lábios, mas o coração está longe de mim. A adoração que me prestam só é feita de regras ensinadas por homens’”. “Para mim, esse trecho mostra a verdadeira face da religiosidade praticada por algumas pessoas. Pois a realidade é que a religião tem sido um amontoado de regras criadas e ensinadas por homens, como mencionou o profeta Isaías. E muitas são as pessoas cegadas e escravizadas por essas regras. Se olharmos para a Palavra de Deus pela perspectiva da religião, vamos viver nossa fé condicionados pelo ‘fazer para ser’, ou seja, ir à igreja para ser abençoado por Deus, ofertar para ser próspero, obedecer a Deus para não ser castigado, e assim por diante. Seguindo esse caminho, o cristão pode tornar-se apenas um religioso, nada mais que um praticante de uma religião, e não um cristão verdadeiro que é movido pelo evangelho. Quando olhamos para a Palavra da ótica do evangelho, a perspectiva muda totalmente, a fé é vivida na liberdade que Cristo conquistou na cruz para nós. Mas muito antes de Cristo ir à cruz, o evangelho já acontecia: no antigo testamento, podemos ver no livro de Êxodo que primeiro Deus libertou o povo de Israel do Egito, e depois deu os 10 mandamentos, ensinando o povo a obedecê-lo por gratidão e não por obrigação. Primeiro Deus faz por nós o que sozinhos não conseguimos, para que depois, movidos pela gratidão, venhamos a fazer Sua vontade”, enfatiza.

 

Religião x Jesus!

“Foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Portanto, permaneçam firmes e não se deixem submeter novamente a um jugo de escravidão”. Gálatas 5:1.    Demonstrando que veio ser a revelação de Deus aos homens, Jesus Cristo seguiu o propósito divino: primeiro Ele libertou a humanidade da escravidão do pecado, para depois deixar a grande comissão: “Vão e façam discípulos de todas as nações […] ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos”. Mateus 28:19-20. “Entenda a sequência lógica divina: primeiro Jesus fez por nós o que não podíamos fazer, conquistou uma liberdade que não conseguiríamos sem Ele, concedeu-nos o perdão dos pecados pela graça (favor imerecido), para que nós sejamos movidos pela gratidão a levar a boa notícia da salvação a todas as pessoas. Lembre-se que Jesus nos diz: ‘Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim’. João 14:6. Enquanto a religião pode nos aprisionar, nos fazendo religiosos que servem a Deus por obrigação, o evangelho nos dá liberdade em Jesus, para sermos cristãos (pequenos cristos), livres servindo a Deus por gratidão. Jesus Cristo é quem nos liga a Deus, e não a religião”, finaliza a pastora Marciele.

 

Religião e Evangelho

O pastor Vilson Scholl, da Primeira Igreja Batista em Marechal Cândido Rondon, acredita que é importante ressaltar a relevância do tema, pois vivemos uma época em que o sincretismo religioso (mistura de crenças) tem sido uma prática na vida de muitos que se dizem “cristãos”, mas Deus não autorizou essas práticas na Bíblia. Desde o princípio do mundo, o homem buscou acreditar que além dele, existe uma força suprema capaz de mudar, ajudar e até mesmo transformá-lo em um ser melhor. E para a maior parte da população mundial, esse ser supremo se chama Deus. “Durante os anos, a humanidade buscou na religião respostas para muitos de seus problemas e também amparo para muitos de seus dilemas, trazendo para a religião um papel de extrema importância na história da humanidade. Podemos dizer que religião é um conjunto de crenças e filosofias que são seguidas por uma grande massa de pessoas de acordo com seus ensinamentos, doutrinas e costumes. Stanley Jones afirmou: ‘Religião é o homem buscando a Deus, por isso há muitas religiões. O evangelho é Deus buscando o homem, por isso há um só evangelho’”, ressalta.

 

Uma grande diferença!

O pastor Vilson explica que, além da religião, também existe a religiosidade, que para muitos nada mais é do que ter a qualidade de ser religioso, ou seja, ter uma religião, mas não necessariamente praticá-la. “Religião e religiosidade são termos que dividem opiniões e que também confundem a cabeça de muitas pessoas, principalmente as dos próprios religiosos. Mas verdadeiramente, qual a diferença entre esses dois termos? O significado de religião é religar o homem a Deus. É quando a pessoa vai a uma determinada igreja onde a mesma tem um sentimento, uma entrega verdadeira e sincera ao Deus ao qual ela acredita. Já a e religiosidade é a pessoa não ter um compromisso verdadeiro, é estar ali apenas por estar e movida apenas por uma rotina, sem discernir de fato se aquilo está em conformidade com a Palavra de Deus. A diferença entre essas duas palavras se dá no sentimento das pessoas por aquela crença: sendo religião, a pessoa realmente se entregando com verdade para aquilo que acredita ou ao Deus de sua crença; a religiosidade é um sentimento sem compromisso, onde a pessoa tem sua crença através de apenas uma rotina e não se entrega verdadeiramente para aquilo. Então, o termo religião tem sua origem no verbo latino religare, que significa ‘religar’, ‘ligar de novo’. Também definida como o conjunto de crenças, dogmas e práticas próprias de uma confissão religiosa. A história da humanidade e a história das religiões se confundem. Isso se deve ao fato de que não houve, no passado, comunidade ou cultura sem religião. Está claro que, do mesmo modo como fomos fisicamente preparados para respirar, falar determinada língua, gostar de música e comer, também fomos preparados para a vida espiritual. As religiões egípcia, grega, romana, nórdica, celta, chinesa, japonesa e outras comprovam a diversidade religiosa entre os homens. Portanto, a existência das religiões confirma a necessidade de preencher a eternidade que Deus colocou no coração do homem”, ressalta.

 

Porque o ser humano é um ser religioso?

“A resposta da Bíblia é simples e clara: porque o homem foi criado à imagem de Deus. O que significa ter sido criado à imagem e semelhança de Deus (Gn 1:26)? A expressão ‘à imagem de Deus’ se refere ao homem como um ser espiritual, racional, moral e social. O homem tem a capacidade de conhecer a Deus, de manter comunhão e de se relacionar com Ele. Foi criado com capacidade para adquirir, descobrir, compreender, interpretar e avaliar fatos. Tem o senso da obrigação moral, o tremendo senso do dever. Fomos criados não somente com corpo físico, mas Deus nos deu a alma, que nos possibilita ter relacionamento pessoal com Ele: podemos orar, louvar e ouvir as palavras que Deus quer nos falar. Que significa ser religioso? Vamos encontrar tantas respostas quantas religiões existem. Pode significar crer que Deus é a fonte e a finalidade da vida; ou crer que amar o próximo é tão importante quanto amar a Deus; enquanto outros acham que as duas coisas são completamente diferentes, que se pode matar o próximo em nome de Deus, quando Deus nunca pediu tal coisa! Alguns acham que ser religioso é consultar bruxas, enquanto outros preferem queimá-las vivas. Há quem entenda que é obedecer aos mandamentos, fazer votos, cumprir promessas, recolher-se num mosteiro e no silêncio, fazer opção pelo celibato e pelos pobres, sacrificar-se até a morte; assim como raspar o cabelo ou nunca cortar um fio de cabelo, ir à mesquita na sexta-feira, à sinagoga no sábado, ou ao templo no domingo. Ser religioso pode significar construir um luxuoso templo ou adorar numa simples igrejinha. Finalmente, outros acham que a religiosidade se manifesta quando pintam quadros e tetos de capelas ou fazem a imagem de um santo”, explica.

 

Qual é a religião verdadeira?

“Existe uma que agrada a Deus? Tiago, o autor sagrado, afirma que sim! Segundo o apóstolo no capítulo 1:19-27, a religião que Deus, o nosso Pai aceita, é quando de fato é absorvida e adequadamente vivida, e que irá produzir um efeito positivamente transformador no indivíduo e na sociedade. A religião que agrada a Deus é fruto da Palavra de Deus, que está centrada na Bíblia. É a ‘palavra da verdade’ que nos vivifica. Ela, quando implantada em nós pela graça e por meio da fé (Gl 3:5), é a única coisa poderosamente capaz de nos salvar e de nos santificar, unindo-nos a Cristo. A Bíblia nos revela Jesus Cristo, e conhecê-lo, conforme a revelação que a Bíblia Dele faz, é a única forma de salvação (Jo 17:3). A Bíblia revela quem realmente somos, e uma das maneiras de respondermos à Palavra é deixarmos que ela exponha os nossos pecados, levando-nos a Cristo para cura e salvação. Portanto, podemos afirmar que toda a Escritura é e continuará sendo até o fim do mundo, o verdadeiro centro da união cristã e o padrão supremo pelo qual toda conduta humana, credos e opiniões religiosas devem ser baseados”, finaliza o pastor Vilson.

 

Campo sobrenatural

O pastor Flaviano Queiroz de Souza, da Igreja Assembleia de Deus Quatro Pontes, explica que a palavra religião deriva do latim “religare”, ato de religar, ou voltar a ligar. Religar o ser humano a Deus. “No sentido prático, a palavra religião tem vários significados: a religião pode ser formada através de conceitos criados por pessoas conectando pessoas a uma divindade, ou a um deus ou massa esculpida, formado por suas próprias convicções. A palavra pode ter diferentes significados, de acordo com o emprego da palavra, ou contexto que ela é inserida e ligada. É importante salientar que a religião é metafísica: a religião é além da física, não pode ser experimentada pelo método científico, por exemplo; a religião trabalha no campo sobrenatural, é além daquilo que o ser humano pode pesar, calcular, medir, enfim, fazer experimentos físicos; é o transcendente, o sobrenatural. Em alguns aspectos, a religião trabalha no imaginário humano, por diversas crenças. A outra questão interessante é que a religião só é possível existir através da fé, que é o seu propulsor e condutor, em uma cultura ou raça”, explica.

Flaviano destaca que as ciências da religião atribuem o sentido da palavra religião além desse contexto básico, pois não podemos simplificar em uma denominação, ou só um grupo que se denominam como religião, já que existem no mundo cerca de 5.200 religiões, por exemplo: judaísmo, islamismo, budismo, hinduísmo, cristianismo, etc. “Muitas delas, cultuando a mesma divindade, seres, objetos, amuletos, deuses, Deus, etc. Mas algumas com conceitos religiosos diferentes, até mesmo dentro das suas próprias instituições, que até divergem em alguns pontos dogmáticos e doutrinários conforme o seu sagrado os orienta. A crença em alguns conceitos religiosos traz os seus ensinamentos sobre a matéria, vida e a morte: ela envolve rituais, crenças, dogmas (costumes), doutrinas (instruções que eles entendem ser autênticas da sua fé), gerando grupos de pessoas. Todas essas religiões buscam responder às dúvidas e mostrar um caminho melhor do que o atual que as pessoas estão vivendo. Por exemplo: a religião cristã, no livro de Tiago 1:27, diz que ‘A religião que Deus, o nosso Pai, aceita como sincera e imaculada é esta: cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades e, especialmente, não se deixar corromper pelas filosofias mundanas’. Esse aspecto nos traz uma abordagem sobre a religiosidade”, acredita.

 

Sobre a Salvação…

Segundo o pastor Flaviano, religiosidade seria o sentimento, da espiritualidade, daquilo que vem de dentro para fora do homem; é a inclinação e o reconhecimento de que existe uma divindade (Deus) superior que criou todas as coisas e é preciso uma comunicação espiritual, uma adoração entre a criatura e o Criador. “A religiosidade é aquilo que está inerente a todos os seres humanos, uma fé em algo que não é tangível, ou seja, não tocamos fisicamente, mas sentimos a sua espiritualidade, e a sua presença interior com a sua ação milagrosa e transformadora. É impossível algum ser humano não ter uma inclinação para reverenciar uma superioridade! Se o ser humano não reverencia Deus ou alguma outra divindade, no mínimo ele reverenciará o medo e a dúvida, e estes se tornam o ‘seu deus’, porque estarão lhes dominando. A religiosidade faz você escolher um caminho, e automaticamente quando você escolhe um caminho, é natural renunciar os outros: você torna o caminho escolhido mais forte, colocando em exclusão todos os outros, principalmente aqueles que te distanciavam do moral e espiritual”, ressalta.

Ele acredita que a religião te faz religar, Jesus é o nosso Latim “Religare” “Religion” no Grego, em João 14:6: “Assegurou-lhes Jesus: ‘Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim’”.  “Ele veio nos resgatar, religar, a religiosidade nos traz um sentimento de dentro para fora, nos religando com Aquele que estávamos ligados no início do mundo, mas por causa do pecado de Adão, a sua ação nos desligou de Deus, nos condenando à morte; mas a morte de Jesus nos religou a Deus, nos dando a vitória do pecado e da morte, gerando em nós pelo seu Espírito Santo o arrependimento, o perdão dos pecados e a vida eterna. Romanos 5:10-12: ‘Ora, se quando éramos inimigos de Deus fomos reconciliados com Ele mediante a morte de seu Filho, quanto mais no presente, havendo sido feitos amigos de Deus, seremos salvos por sua vida’. Até aqueles que se intitulam ateus se inclinam na tentativa de encontrar a sua espiritualidade, tentando achar algo que substitua Deus”, finaliza o pastor Flaviano.

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