Por Pastor Wilson Wild
Em seu livro “O Salvador mora ao lado”, Max Lucado relembra um episódio que aconteceu numa manhã de setembro de 2001. Frank Silecchia amarrou os cordões das suas botas, colocou o seu chapéu e saiu da sua casa em Nova Jersey. Como um trabalhador da construção civil, ele ganhava a vida construindo edifícios. Mas como um voluntário nas ruínas do World Trade Center, apenas tentava entender tudo aquilo. Esperava encontrar alguém com vida, mas não conseguiu. O que encontrou foram 47 cadáveres.
No entanto, no meio daquele amontoado de cadáveres, ele tropeçou num símbolo – uma cruz de aço, feita de vigas de 6m de altura. Uma das torres, ao desabar, caiu sobre um edifício ao lado; ali havia muitos entulhos, vigas, poeira. Foi impressionante ver a luz do sol refletir naquela cruz enorme que estava ali em pé; sem que alguém a tivesse construído ou firmado, ela surgiu no momento da tragédia!
Nenhum guindaste tinha içado a cruz; nenhum cimento a suportava. As vigas estavam erguidas independentes da ajuda humana. Erguidas sozinhas, mas não sozinhas. Outras cruzes descansavam ao acaso, na base da maior. Tamanhos variados, diferentes ângulos, porém todas cruzes. Alguns dias depois, os engenheiros perceberam que a viga da cruz maior vinha de dois edifícios diferentes. Quando um colidiu com o outro, as duas vigas se uniram forjadas pelo fogo!
Um símbolo no meio dos escombros. Uma cruz encontrada na crise. “Onde está Deus no meio de tudo isso? Perguntávamos. A descoberta nos ajudou a ter esperança: bem no meio de tudo isso”.
Será que a mesma coisa pode ser dita sobre as nossas tragédias? Quando a ambulância leva o nosso filho, ou a doença o nosso amigo; quando a economia leva a nossa aposentadoria, ou um relacionamento secreto o nosso coração – será que podemos, como Frank, encontrar Cristo na crise? A presença dos problemas não nos surpreende. A ausência de Deus, no entanto, nos destrói.
Podemos lidar com a ambulância se Deus estiver nela. Podemos suportar a UTI, se Deus estiver nela. Podemos enfrentar a casa vazia, se Deus estiver nela. Ele está?
Mateus gostaria de responder esta pergunta por você. Ele conta de uma noite de tempestade no Mar da Galiléia. Jesus está na montanha orando e os discípulos estão no barco, com medo, no meio do mar, que tem cerca de 11 km de largura. Isso significa que eles estavam a 5 ou 6 mil metros da margem. O barco era açoitado pelas ondas (ondas de 3m de altura são comuns naquele lugar em dias de tempestades).
Quando Cristo virá até eles? Às 3h da manhã. Se a noite havia iniciado às 6h, eles estiveram 9h sozinhos no meio da tempestade. 9h de tormenta: tempo suficiente para que eles se perguntassem, onde estaria Jesus?
Onde está Jesus? Foi ideia dele. Ele sabe que estamos no barco. Estará Deus por perto? E do meio da tempestade vem uma voz inconfundível: “Sou eu.” Manto molhado, cabelos ensopados, as ondas batendo em sua cintura e a chuva ferindo o seu rosto.
Jesus fala logo com eles: “Tende bom ânimo, sou eu; não temais”. Essa afirmação “Sou eu”, com certeza, foi muito importante para os discípulos assustados. Muitos anos antes, Deus havia se revelado a um Moisés espantado, através de uma relva que queimava, mas não se consumia. Na ocasião Deus disse: “EU SOU O QUE SOU” Êx. 3:14.
Certa vez, Jesus afirmou para seus inimigos: Antes que Abrão existisse, eu sou. (João 8:58).
Em outras ocasiões, Cristo diria: Eu sou o pão da vida. (João 6:48); Eu sou a luz do mundo (João 8:12); Eu sou a porta, se alguém entrar por mim salvar-se á.(João 10:9); Eu sou o bom pastor (João 10:11); Sou filho de Deus (João 10:36); Eu sou a ressurreição e a vida (João 11:25); Eu sou o caminho a verdade e a vida (João 14:6). Eu sou a videira verdadeira (João 15:1). Jesus nunca disse: “Eu era”. o chegava, nmeta, tempo suficiente para que eles se perguntassem, onde estaria Jesusposentadoriadentes da ajuda humana. Jesus é o Deus do verbo no presente. Nós não. Nós dizemos: éramos jovens, eu era forte, era feliz… eu era saudável… éramos bonitos, rápidos…
O nosso Deus não vive do passado! Ele está presente agora, hoje. Agora Ele salva, cura transforma. O Senhor Jesus, não se baseia no futuro: Eu serei. Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e para sempre (Heb.13: 8).
Deus está no meio das nossas tempestades, isso inclui a sua. Os discípulos viram Cristo vindo sobre as ondas no Mar da Galiléia. Moisés viu Deus no meio da sarsa ardente. Tantos o viram em diferentes lugares. E você, consegue ver Deus no meio das suas tempestades? Muitas vezes, aquilo que imaginamos que seja um castigo ou uma desgraça, nada mais é do que Deus agindo da Sua maneira para nos ensinar, ajudar, salvar. Ele tem uma maneira diferente de agir, pensar, realizar a Sua obra. Ele é Deus. Ele é o “Eu sou”. Só Ele pode dizer: Eu sou a luz, a força o poder, a vida, a resposta, a solução!
Se você confiar, se crer de coração, Ele estará ao seu lado, tanto na tempestade quanto no dia de festa e alegria.